Tirar o mundo dos RPGs de mesa para transformá-los em jogos eletrônicos não é nada fácil, e muitas vezes divide jogadores: os mais tradicionais defendem que o jogo fique o mais próximo do físico, quanto que os jogadores de RPGs nos consoles/PC defendem uma abordagem mais interativa, aproveitando os benefícios que o meio eletrônico oferece.
Labyrinth of Zangetsu, disponibilizado no queridinho da Nintendo pela PQube, é uma mistura dos dois, mas abraça mais os benefícios do meio eletrônico, trazendo um DRPG mais acessível, porém sem jogar fora alguns dos principais elementos de um jogo de mesa.
[bs-heading title=”Um DRPG atmosférico e amigável para novos jogadores” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Zangetsu pode estranhar alguns iniciantes no gênero Dungeon Crawler no início devido a criação de ficha dos personagens, da qual é necessário distribuir os atributos e selecionar a classe de cada integrante. As classes estão, em sua maioria, fechadas no início, ficando disponíveis somente para personagens que almejam trocar de classe após chegarem em certo nível em sua classe atual.
Porém, logo após a criação dos personagens, o jogador, com seus novos amigos na party, iniciam o tutorial na região de Ido, para então poder começar as famosas sessões de dungeon crawler.
É comum ter um início difícil nesse gênero de jogo quando se distribui errado os atributos dos personagens durante a criação, porém, apesar de ter seus momentos tensos, Labyrinth of Zangetsu é bem acessível, perdoando erros de criação ou de estratégias durante as lutas.
O que dificulta, no entanto, é o famigerado INK (tinta) que está diretamente atrelado à história do jogo. O mundo está sofrendo por um processo de corrupção diante de uma tinta preta que polui e envenena os rios e corrompe as criaturas, entre elas humanos, que vivem no mundo de Zangetsu.
Alguns inimigos, assim como algumas armadilhas, poderão causar o efeito corrupted devido ao INK, da qual reduz a vida do personagem sem a chance de recuperá-la, até ser curado na cidade. Esse efeito aumenta a dose de dificuldade, especialmente nos capítulos iniciais do jogo.
Conforme o jogador e seus heróis navegam pelos labirintos, diversos equipamentos são encontrados para aumentar os status da party. As fumaças durante a exploração são inimigos visíveis da qual, usualmente, deixarão algum baú para trás. Encontros aleatórios também podem ocorrer conforme o progresso do jogador na dungeon, porém com menos chances de recompensas.
Sendo um Dungeon Crawler, é necessário retornar a cidade a todo momento, para recuperar a vida e os pontos de magia, que são contados como ações e não como mana, e assim poder seguir adiante.
E aqui mora o primeiro grande problema do jogo. Apesar das dungeons serem relativamente pequenas (porém densas), conforme o jogador avança, fica cada vez mais longe de voltar à cidade, e isso em cada uma das localizações que o jogador passará. Voltar à cidade se torna tão maçante e até mesmo desafiador que tira muito da fluidez do jogo e deixando certas sessões demasiadamente repetitivas.
[bs-heading title=”Arte original e cativante” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Labyrinth of Zangetsu possui uma arte 2D muito bonita, tanto dos personagens quanto dos inimigos, mesmo mantendo o aspecto monocromático escuro e cinza.
Os inimigos são criativos e únicos, e se enquadram muito bem no ambiente 3D do cenário. É uma pena que essa arte não tenha se estendido a outras partes do jogo. As armas e equipamentos, por exemplo, poderiam ser representados por ícones únicos ou imagens, mas são só nomes, o que deixa menos atmosférico e ainda mais pesado a questão textual do jogo, que já possui uma enorme quantidade de texto.
O mesmo vale para a cidade. Ao visitar o templo ou a loja, o cenário não muda. São abertas caixas com diálogos, causando o mesmo efeito pesado com somente textos na tela.
Infelizmente, apesar da arte original, as dungeons tendem a ser repetitivas em termos de cenário, com paredes e objetos similares. No entanto, em todo o resto, a arte se sobressai.
O jogo possui outros problemas graves para um RPG estilo Dungeon Crawler: não possui filtros para ajudar na organização e venda de equipamentos. No início, eu estava querendo guardar um item de cada arma para utilizá-las em situações específicas, como esse tipo de RPG demanda, mas depois que vi o caos que é o inventory management (organização do inventário), perdi a coragem e comecei a vender tudo o que tinha para ficar só com os equipamentos que possuíam somente os maiores números de atributos, independentemente da situação.
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