Assim como o encanador de chapéu vermelho que entra pelo cano, o ouriço azul hiperativo, o rato elétrico lutando em rinhas e o duende de espadinha que quebra vasos, entre outros, a careca e o terno do Agente 47 são ícones dos games, mas até agora, nunca tinham dado as caras num console da Nintendo. Isso mudou com a chegada de Hitman: Blood Money – Reprisal, remaster vindo diretamente de 2006.
[bs-heading title=”Sobre Hitman: Blood Money – Reprisal” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
A série Hitman começou como um jogo para computador lá em 2000, e logo se tornou um dos jogos favoritos de quem gostava de jogos stealth. Ela já foi publicada por 5 estúdios diferentes, em mais de 10 consoles diferentes, além de ter jogos para celulares e PC, 2 filmes, uma série de TV e outra literária.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Hitman: Blood Money foi lançado originalmente em 2006 para o PlayStation 2, e não só introduziu muitos elementos que são considerados padrão na série e em outros jogos do estilo, como também foi considerado um dos maiores jogos de todos os tempos e, para muitos, incluindo esta que vos fala, é o melhor jogo da franquia, além de ser um sucesso em vendas, com mais de 2 milhões de cópias vendidas.
O jogo foi relançado em melhor qualidade para alguns consoles durante os anos, mas Hitman: Blood Money – Reprisal foi anunciado sem muita fanfarra em novembro, tendo sido lançado no mesmo mês para celulares, e chegado ao Switch em janeiro deste ano.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Spoiler: A história é só uma desculpa pra você matar pessoas.
Hitman: Blood Money – Reprisal segue o Agente 47, um clone treinado para matar, em sua jornada de mortes e mais mortes e mais mortes, todas atendendo a pedidos de clientes que chegam por sua agência, a ICA – International Contract Agency, através de Diana, seu contato nela.
Na verdade, as suas missões são como capítulos de uma história que está sendo contada pelo ex-diretor do FBI Alexander Cayne para o repórter Rick Henderson, que fora atraído lá para falar sobre um ataque terrorista na Casa Branca.
Enquanto Cayne revela a Henderson documentos que comprovam que o Agente 47 é mais do que uma lenda urbana, você descobre que, enquanto você está nas suas missões em diversos cantos do mundo, de parques de diversão a hotéis, passando por vinhedos e igrejas, a sua agência está sendo ameaçada por outra que surgiu, a Franchise. Vários agentes da ICA são mortos pela rival, e o Agente 47, até então caçador, virou caça.
Agora, além de cumprir suas missões, você deve escapar da agência inimiga, que acredita que a tecnologia de clonagem é perigosa demais, e querem extinguir todas as possibilidades externas dela, incluindo matar você, para que apenas eles tenham o controle dela.
Boa sorte.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Hitman: Blood Money – Reprisal é claramente um jogo antigo. Você vai precisar se acostumar com controles que não são nada fluidos, e vai estragar algumas missões por apertar o botão errado na hora errada, porque muitas vezes, parece errado apertar para cima para largar um item ou um corpo, por exemplo.
Dito isso, depois que você se acostumar, você vai jogar um dos melhores jogos de Stealth que há. Especialmente porque, se você não quiser ser nada stealth, fique à vontade, saia destruindo tudo. Você tem total liberdade para realizar suas mortes como quiser. Você pode fazer todas parecerem um acidente, pode fazer com que saibam que foi um assassino especialista que fez o serviço, não foi visto, e desapareceu, ou você pode chegar metralhando toda a guarda do seu alvo.
O que vai mudar é sua reputação. Quanto mais exposto você for durante uma missão, mais difícil fica sua próxima, porque as pessoas começam a conhecer você. Se ninguém te vir, ou acharem que foi tudo um acidente, você continua nas sombras. Fama ou mistério, qual sua escolha?
Quando falo de realizar as mortes e as missões como quiser, é bem real. Você pode matar com basicamente qualquer coisa, desde armas comuns até improvisadas, como extintor de incêndio, atiçador de lareira ou uma canetada na jugular.
Você pode consultar seu resultado ao final de cada missão numa matéria de jornal que muda de acordo com o quão eficiente você for na sua missão, de quais armas você usar, de quantas pessoas matar e como fizer isso. Uma das coisas que mais adiciona replay ao jogo é justamente repetir as missões e tentar cumpri-las de jeitos diferentes, e ver como mudam as reportagens do jornal.
Além das missões, você pode usar seu esconderijo para treinar habilidades.
À versão original, foram adicionados elementos de melhoria de qualidade de vida, como um minimapa que mostra a localização das pessoas em tempo real, e um Modo Instinto, que te permite localizar itens de interesse e pessoas mais facilmente. Caso você queira a experiência mais próxima à original, pode apenas desligar isso e ignorar que elas existem.
São vários níveis de dificuldade para se jogar, embora eu não recomende o mais fácil porque é fácil demais. E falo isso sendo alguém que normalmente joga jogos no nível fácil, mas a principal graça de Hitman é descobrir o jeito mais legal de matar alguém sem morrer no processo, e a imersão é meio que perdida, assim como a tensão da missão, se você toma tiro de uma dúzia de seguranças, e não morre. Mas fique à vontade.
Nem tudo são flores, claro. Mesmo que você se acostume aos controles, há momentos em que a câmera atrapalha sua movimentação, outros em que os comandos de mortes por trás não aparecem na hora certa, e há momentos em que a inteligência artificial do jogo é muito burra ou muito esperta, e isso também atrapalha. É algo esperado para um jogo de 2006, e não é o suficiente para estragar a experiência como um todo, mas pode causar frustrações eventuais.
Uma dica sobre o final, sem fazer spoiler: nem tudo é o que parece, mexa-se, e coisas surpreendentes podem acontecer.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Se tem algo de bom em ser um remaster/port de um jogo do Play2 é que não esperamos problemas técnicos ao rodá-lo no Switch. Foi assim com Devil May Cry 3, foi assim com Final Fantasy X/X-2, e é assim com Hitman: Blood Money – Reprisal.
O jogo não apresenta queda de framerates notáveis em nenhum momento, seja no modo dock, seja no modo portátil.
Visualmente, ele é claramente um jogo antigo, especialmente nas cutscenes. Durante o jogo, houve uma polidez maior, mas as cutscenes são as mesmas da versão em qualidade melhorada do jogo original, não receberam um novo tratamento (ou se receberam, não ficou notável).
Os sons são bem feitos; cada arma soa diferente, cada terreno soa diferente de pisar ou correr, os sons de golpes nos corpos são quase realistas, e as vozes das pessoas são diferentes o bastante para parecer que são pessoas reais, na maior parte do tempo. Não há muita diversidade gráfica nos guardas e seguranças (os populares grunts) e em npcs em geral, mas estamos falando de 2006, então, posso perdoar isso.
Aliás, falando em sons, você vai terminar esse jogo odiando Ave Maria.
Uma coisa que não entendi foi não ter nenhum tipo de suporte para controle tátil. Tipo, esse jogo é provavelmente melhor se jogado no controle (na real, ele é ainda melhor no mouse e teclado, mas não temos aqui essa opção), mas se ele foi lançado para iOS e Android, que só funcionam na base do toque na tela, essa opção poderia ao menos estar disponível para quem joga no modo portátil.
No geral, um trabalho bem feito.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Hitman: Blood Money – Reprisal é um jogo diferente de quase tudo o que tem na biblioteca do Switch. Se você gosta de stealth com bastante violência e espaço pra criatividade, é um prato cheio, mesmo sendo datado. Ainda mais pelo preço que está sendo vendido, tire as crianças da sala e divirta-se.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Feral Interactive
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