Que tal ser jogado no meio de um mapa grande, com várias pessoas querendo te matar enquanto você luta para sobreviver e pagar as dívidas de sangue da sua família? Se a ideia te agrada, Outward: Definitive Edition pode ser o jogo para você.
[bs-heading title=”Sobre Outward: Definitive Edition” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Lançado originalmente em 2019, Outward foi um jogo criado inicialmente com a perspectiva de ser um RPG de Sobrevivência de um estúdio pequeno que batesse de frente com jogos grandes. Para isso, o estúdio contava com evitar exigir demais da equipe (o famoso crunching), e apostava em qualidade, o que fez muitos fãs.
Recomendação de Compra
Sonic x Shadow Generations
Lançamento: 25/Out/2024
Em 2020, o jogo recebeu duas DLCs que o tornaram ainda mais robusto e davam novas opções, incluindo um final definitivo, para a história. Em 2022, saiu a nova versão, Outward: Definitive Edition, com melhorias e as duas DLCs integradas ao jogo, e esse foi a versão que chegou ao Nintendo Switch, dois anos depois, agora em 2024.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
A História de Outward: Definitive Edition é, na realidade, mais complexa do que inicialmente parece, mas para descobri-la, você vai ter que penar um pouco, porque não há nada linear por aqui.
Você começa com sua personagem (que é customizável até certo ponto) sobrevivendo a um naufrágio e, ao chegar em casa, na pequena cidade de Cierzo, descobre que os meses que você passou fora (indo para a missão de barco e voltando do naufrágio com quase nada além das roupas de baixo) fez com que você passasse os últimos quatro meses sem pagar a Dívida de Sangue que sua família fez alguns séculos atrás.
Entenda, não os leve a mal: a viagem que você embarcou era para pagar a sua dívida, mas como não foi bem sucedida, só lamento, você vai ter que pagar. Mas como o pessoal da cidade é bonzinho, declararam um Luto Oficial, o que significa que ninguém vai te cobrar por cinco dias. Nesses cinco dias, você precisa juntar 150 dinheiros ou fazer um favor legal para alguém perdoar a dívida, ou vai perder sua moradia, que é o farol da cidade.
Após pagar sua dívida ou perder sua casa, você pode escolher se livrar do sistema de Preço de Sangue de três jeitos diferentes: A primeira é se unir ao Coletivo da Câmara Azul, e fazer favores a eles a ponto de começar uma nova Linha de Sangue, como se você zerasse sua árvore genealógica, e começasse tudo a partir de você. A segunda é se unir à missão religiosa de Elatt, que simplesmente quer mudar todo o esquema de Preço de Sangue atualmente imposto pelo Coletivo Câmara Azul (só pra derrubar o sistema e criar um deles, não para ajudar o povo). Por fim, você pode se unir ao Reino Heroico de Levant, que quer acabar de vez com o esquema atual e permitir ao povo viver de forma livre, sem que o sistema de Preço de Sangue exista.
Quando você escolher seu lado, o impasse entre os três começa a ser destruído por sua influência, e é aí que a história se desenrola. Uma das coisas legais é rodar as três histórias paralelamente, o que te permite ver perspectivas diferentes da história como um todo.
Boa parte das suas decisões importa, e seu sucesso ou fracasso, total ou parcial, em cada uma das missões pode fazer com que cidades deixem de existir ou que personagens específicas tenham seus destinos alterados, por exemplo, então, aja com bastante cuidado… Até porque, o jogo salva a cada ação que você realiza, então, não tem segunda chance, não tem fazer de novo, não tem voltar ao save anterior; tem recomeçar o jogo, se você quiser.
A Edição Definitiva do jogo, que é a que veio para o Switch, contém as duas DLCs, The Soroboreans e The Three Brothers. Com isso, personagens, itens e habilidades que na versão original do jogo estavam limitadas às áreas das DLCs agora podem ser encontrados em lugares que, de acordo com os desenvolvedores, fazem sentido no mapa como um todo.
Isso faz com que, assim como em The Witcher 3, jogar a versão definitiva te dá uma experiência de jogo muito diferente, embora semelhante, já que poderá colocar em movimento antes o quarto caminho para a história principal, por exemplo, ou encontrar algumas das personagens que estariam no Planalto Antigo ou em Caldera nas outras áreas do mundo.
No todo, não sei se as pessoas vão se manter jogando por tempo suficiente para descobrir a profundidade da história do jogo, o que é uma pena.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Outward: Definitive Edition manteve basicamente a mesma jogabilidade da sua versão original. Você precisa sobreviver, e para isso, gerenciar sua temperatura corporal, seu nível de fome e sede, além de se cuidar para evitar morrer de uma doença causada por uma mordida de hiena selvagem.
O combate não é muito dinâmico, com bastante repetição, e para você poder se mover adequadamente, sempre precisa derrubar sua mochila, o que é horrível se a batalha te levar para longe, porque você vai ter que caminhar de volta.
Aliás, caminhar é o que você mais vai fazer, porque o jogo não oferece nenhum tipo de viagem rápida ou montaria para acelerar seus processos. Além de consumir refeições ou itens que te façam correr mais rápido e consumir menos energia, não há nada que pode ser feito na versão do Switch (já que não tem o modo debug do PC e seus Easter Eggs, como poder ser o Sonic).
Voltando a falar da mochila, o espaço no inventário sempre parece insuficiente, e você vai ter que fazer várias viagens para coletar tudo o que quer, especialmente porque além de se preocupar com a quantidade absoluta de itens, você precisa se preocupar com o peso deles. Mais itens não entram na mochila. Itens pesados demais te impedem de correr e diminuem sua velocidade como um todo, dificultando lutas.
Para recuperar vida, você pode dormir ou comer, mas tome cuidado de onde fará isso, pois acender uma fogueira pode atrair bandidos e/ou animais, e dormir ao relento, também. Você pode esticar seu saco de dormir para tentar tirar uma boa noite de sono e acordar numa masmorra sem roupas nem equipamentos. Atenção que comida e bebida estragam, então você precisa cozinhá-las para durar mais.
Na Edição Definitiva, algumas armas e armaduras sofreram balanceamento em comparação com o jogo base, assim como alguns monstros foram nerfados ou buffados, de acordo com o tipo de progressão de nível que os devs queriam que jogadores tivessem. Além disso, a maioria das Dungeons agora têm minichefes, em vez de apenas bichos aleatórios, e as cidades agora resetam seus itens e pilhas a cada 7 dias, então, há mais possibilidade de coletar materiais e mais incentivo para você ter uma casa em cada cidade.
Também houve melhorias de qualidade de vida, mas eu não sei o quanto delas foi de fato trazido para o Switch, porque o jogo ainda parece extremamente datado nos controles. Há muitas opções, muitos menus e poucas explicações. O mapa não ajuda muito, não há muitas indicações de objetivos, e pode acontecer, como aconteceu comigo, de você simplesmente não conseguir encontrar uma personagem importante na cidade e perder uma missão na qual você passou meses (no jogo) trabalhando por causa disso.
No todo, o jogo parece um amontoado de conceitos complexos que tinham tudo para dar certo mas, de alguma forma, não encaixam tão bem. O combate é uma parte importante demais para um jogo no qual o combate não é muito bom, a sobrevivência é essencial, mas não há muitas instruções ou algum tutorial prático para te ensinar o geral, e se você deixar passar uma caixa de texto numa conversa, não tem como acessar um log para entender o contexto, e pode perder uma informação importante para sempre.
Pode agradar a um nicho específico de jogadores, mas eu acho que há opções melhores, tanto se sua parada for jogar RPG quanto se sua parada for jogar Survival.
O jogo tem um modo online, e parece que seria divertido… se não fosse o fato de que não há cross-play entre nenhuma plataforma, então, eu só podia jogar com quem tem o jogo no Switch, e eu não achei ninguém nos horários que tentei. Nas versões dos outros consoles e do PC, ele tem um modo de tela dividida, que é bem bacana de jogar com alguém no sofá, e deixa o jogo mais legal, mas no Switch, a empresa alegou que as limitações técnicas do console impediam isso, então, não temos isso.
Se você quiser jogar com alguém, a pessoa tem que ter outro Nintendo Switch, e boa sorte combinando os horários para jogar.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Se eu achei coisas positivas para falar das outras partes, aqui fica bem mais difícil. Há vários exemplos de jogos maravilhosos, portados do PC e outros consoles para o Switch ou nativos. The Witcher 3, Dark Souls, Ark, Monster Hunter Rise, Zelda, Xenoblade, entre vários outros, todos aproveitam ao máximo as capacidades do console; Outward: Definitive Edition não entra nessa lista, infelizmente.
O port parece ter sido feito com preguiça, ou por pessoas que não conheciam de fato tudo o que dá para extrair do Switch. Sim, é um console limitado tecnicamente quando comparamos com os outros da geração e, especialmente, PC, mas também é inegável que é possível fazer um bom trabalho, como outros jogos provam. Para um jogo inicialmente lançado em 2019 e relançado nessa versão mais nova, eu realmente esperava um visual bem melhor, não acho que o problema de capacidade técnica seja só do aparelho.
Aqui, o desempenho é ruim, bem ruim. Telas de carregamento demoram muito, quando há muitas coisas na tela, os framerates caem bastante, o que impacta diretamente o pouco de estratégia que você pode usar em combates, e o visual é ainda pior: cenas que se abrem ficam quase pixeladas, e eu li em algum lugar que lugares ao longe ficam parecendo maquetes, e é muito verdade, infelizmente.
Há traduções para vários idiomas, inclusive português, mas ela se resume aos textos. Ao menos a tradução, no geral, é bem-feita. Sons no geral são bem convincentes e realistas, e os materiais das armas impactam os sons que elas fazem. Mas fora isso, definitivamente poderiam ter feito um trabalho melhor.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Outward: Definitive Edition traz todo o conteúdo do jogo base e das DLCs, com algumas melhorias. Infelizmente, o port para o Switch não foi muito bem-feito e impacta diretamente na jogabilidade, que já não era muito bacana. Pode agradar a fãs do específico nicho de RPG de Sobrevivência, então, veja algumas gameplays e decida por si.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pelo Nine Dots Studio
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