Eu lembro como se fosse ontem a sensação de alegria ao ouvir o anúncio do jogo SNK vs Capcom Chaos, um jogo que, diferente dos dois anteriores, seria desenvolvido pela SNK, e não pela Capcom.
Eu sempre gostei muito de Capcom vs SNK, especialmente o primeiro, mas à época eu era mais fã da saga The King of Fighters (especialmente o ’97), e ver um jogo onde os personagens da Capcom teriam o pixel art da SNK foi de euforia total. Além disso, era uma época onde estavam introduzindo os diálogos antes das lutas, nos jogos deste gênero, e mesmo com muitas das falas não fazendo sentido, eu amava isso.
Como todos sabemos, o jogo chegou com bugs e um desequilíbrio notável, com gráficos que ainda datavam a era do Neo Geo AES, enquanto que muitos outros jogos já haviam migrado para plataformas mais modernas. Mesmo assim, o jogo se tornou o meu favorito do gênero e há séculos eu desejava jogá-lo nas plataformas atuais… mas será que valeu a pena esta espera?
Recomendação de Compra
Super Mario Party Jamboree
Lançamento: 17/Out/2024
Menu atualizado e extras
Produzido originalmente para os arcades, no antigo (já naquela época) Neo Geo AES, e lançado posteriormente para o Playstation 2 e Xbox Clássico, agora é possível jogar SVC Chaos no Nintendo Switch, Playstation 4 e PCs.
A versão para as plataformas atuais surge com uma nova artwork, menus redefinidos e mais opções de modo geral. O jogo também ficou mais agradável na navegação e aos olhos, ao invés daquela tela pobre toda preta com cores prateadas nas letras da versão original.
Um dos grandes diferenciais aqui, no entanto, são as configurações do controle, que agora permitem configurar dois socos ou dois chutes em um único botão, fator que não era possível nas versões de Playstation 2 e Xbox Clássico. É importante para jogadores casuais porque o Exceed, golpe especial muito poderoso do qual só pode ser realizado uma vez por luta (ou seja, só um round) ao ficar com 50% da vida, exige pressionar esses dois botões ao mesmo tempo.
Nos consoles antigos, somente era possível configurar o soco fraco com chute forte e vice-versa, uma decisão que não entendo até hoje do porque foi tomada.
Também foram adicionados o modo galeria (infelizmente sem os finais que o jogador realiza), com mais artworks do que o PS2/Xbox Clássico ofereciam e em qualidade alta, e um sistema de achievements (também presente no Switch) com objetivos para realizar no jogo.
Eu amo esses achievements, muitos jogos, como o Breakers Revange, tem implementado, e dão mais tempo de vida para jogadores de luta Single-Player.
Porém, o grande diferencial, estão nas lutas online. Neste primeiro mês de lançamento tenho encontrado muitas salas com jogadores de todos os níveis, e dependendo da região sem o lag da internet. Apesar das poucas opções online, as salas permitem visualizar as lutas em andamento. Além disso, o jogo salva as 10 últimas lutas online para playback, no momento sem a possibilidade de salvar as favoritas.
Algumas opções extras, como um jukebox para ouvir as músicas, efeitos e tamanhos de tela e artwork para as laterais da tela foram implementadas, além de já vir liberado todos os 36 personagens.
Nem tudo são flores
No entanto, muita coisa permanece a mesma, tirando assim a oportunidade de melhorar e corrigir esse incrível jogo. A produtora falou no Twitter que não pode alterar o código devido à programação interna.
Primeiramente, o jogo, mesmo não mostrando os créditos, continua travado em 4 continues para zerar o jogo, algo não modificado devido ao código interno do jogo, segundo a Code Mystics. A forma de se adquirir os finais, tendo que enfrentar Red Arremer e God Athena, continua sendo extremamente metódico e difícil de alcançar.
Mas o pior de tudo é que agora, com a opção de visualizar os Hitboxs dos personagens, é possível notar o quanto o jogo é quebrado, trazendo um desequilíbrio monumental ao jogo e a alguns personagens.
Um equilíbrio e rebalanceamento no jogo seriam muito bem-vindos, assim como a remoção do input lag que já era alto antigamente. Mesmo jogando com meu controle oficial da Capcom Switch Real Arcade Pro V tenho dificuldade em executar alguns movimentos e combos.
Um fator que me decepcionou muito foi a remoção do modo Survival, implementado nas versões antigas, do qual você luta 1 round com o próximo lutador aleatório e, dependendo de como você finalizar a luta, trazia uma certa quantidade de vida. Isso criava uma aproximação mais estratégica e cautelosa no survival e, por alguma razão, simplesmente não trouxeram para o game.
Mesmo assim, é difícil não recomendar o jogo. Além de trazer personagens muito diferentes num crossover insano, mesmo com o desequilíbrio, existem lutadores que são o ponto fraco para outros personagens, criando contras extremamente divertidos.
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