Em 2002, os fãs de Star Wars e dos jogos de ação em terceira pessoa tiveram a oportunidade de entrar na pele de Jango Fett, um caçador de recompensas tão conhecido quanto Samus Aran, em um jogo de ação frenética e de plataforma frustrante com alguns elementos únicos.
Vinte e dois anos depois, o mesmo jogo retorna em sua versão remasterizada com algumas novidades. Será que foi o suficiente para tirar o pó desse jogo e trazer nova vida a esse tão amado personagem da saga criada por George Lucas? Me acompanhe nessa leitura e descubra.
Melhorias que fazem toda a diferença
As suspeitas dos jogadores da versão original são verdadeiras: parte do que deixava esse jogo intragável na época eram seus controles pouco polidos que atrapalhavam nos momentos de plataforma.
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Lançamento: 26/Set/2024
Todos esses aspectos foram corrigidos nesse remaster. Agora temos controles responsivos, em grande parte devido a taxa de quadros constantes que garante uma fluidez incrível ao jogo, sensibilidade aprimorada nos analógicos e outras pequenas melhorias, como uma lanterna no capacete de Jango para iluminar lugares escuros.
A diferença dos controles são visíveis em todos os momentos do jogo. A fluidez em utilizar o Jetpack, em dar tiros, especialmente com a mira manual, está incrivelmente fluida e divertida nessa versão.
No entanto, alguns problemas foram carregados de sua versão original, e que atrapalham muito a jogabilidade. Mirar automaticamente nos inimigos é o mesmo botão para centralizar a câmera, e isso é um verdadeiro problema. O jogador irá, muitas vezes, ver a câmera saltando como uma bola de ping-pong enquanto o jogo fica tentando compreender quando você está centralizando a câmera e quando está tentando mirar no inimigo.
Nas batalhas contra os chefes, especialmente naves, o jogador deverá usar a mira automática para conseguir desviar usando o pulo e o Jetpack de Jango Fett, e isso enquanto alterna entre os alvos terrestres que virão para acabar com o seu dia. Minha dica: use a mira manual: passei por momentos tão frustrantes só tentando travar a mira automática em alguns inimigos que realmente estragaram minha jornada até aquele momento.
Outro aspecto negativo é o sistema de checkpoints, já que o jogo carregou os cinco continues por fase do jogo anterior. Perdeu os 5 continues? Recomece a fase. Pode parecer pequena coisa, mas os momentos de plataforma podem ser realmente frustrantes, assim como podem tirar rapidinho os continues restantes.
Não me entenda mal: os momentos de plataforma ficaram muito melhores de serem realizados com os controles mais responsivos. No entanto, o jogo continua com sessões de acrobacia frustrantes, como as vigas extras finais dos elevadores e os containers em Coruscsant.
Uma ideia inteligente mal executada
O que rouba a cena, no entanto, são as missões secundárias de localizar e prender alvos específicos para ganhar recompensas. Alguns valem mais vivos, outros mortos, e o jogador deverá localizar os alvos usando o escâner (que deixa o jogo em câmera lenta) para buscar pelo alvo.
Em grande parte esses momentos são divertidos, sendo frustrantes somente quando há grande intensidade de inimigos, que torna quase impossível localizar um alvo antes de levar um dano considerável. Além disso, os hitboxs dos inimigos são enormes e, às vezes, tudo o que você quer é escanear o inimigo atrás de outro, mas o hitbox absurdo não deixará até você contornar o inimigo da frente. Não é sempre que acontece, mas quando ocorre, é frustrante.
O dinheiro desses alvos possuem pouca utilidade no jogo, mas servem para desbloquear diferentes extras no menu principal, dando um objetivo bacana para quem quer aproveitar mais do jogo que, apesar dos seus defeitos, é divertido e atmosférico.
Gráficos melhorados
As melhorias gráficas são nítidas no jogo. Apesar de carregar o aspecto 3D do Playstation 2, Bounty Hunter suavizou as texturas (tanto do jogo quanto das cenas renderizadas), adicionou luz dinâmica (que faz toda a diferença no jogo) e manteve fixo a taxa de quadros para uma melhor experiência.
Esse fator traz mais vida aos personagens e às cidades. Cidades, aliás, diversificadas e interessantes, seja nos mercados de uma estação planetária até uma prisão de segurança máxima situada em um asteroide.
Tudo isso traz um outro aspecto ao jogo: atmosfera. Já presente em muitos jogos da saga Star Wars, as músicas de mistério nos momentos calmos, os NPCs andando pelas ruas de Couruscant e as fases semiabertas com bares e naves para explorar trazem uma ambientação muito bem-vinda ao jogo.
Além disso, o jogo traz uma promessa feita antigamente que nunca apareceu no jogo original: a possibilidade de jogar com Boba Fett (sim, é só uma skin!).
O jogo, no entanto, não está livre de alguns bugs muito notáveis, especialmente na fase da prisão asteroide, onde em uma cena é possível ver inimigos na famosa posição “T” antes de carregar a fase ou de inimigos caindo em um loop infinito ao ficarem presos em alguma parte do cenário.
Seja para os fãs de Star Wars ou para amantes de tiro em terceira pessoa que querem elementos novos em um jogo, Bounty Hunter Remaster traz uma experiência muito melhor que sua versão original, com muitos segredos e afazeres para manter os fãs do caçador de recompensas entretidos, mesmo que haja momentos de frustração no jogo.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Aspyr
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