Star Overdrive, desenvolvido pela Caracal Game e distribuído pela Plug in Digital no Nintendo Switch. Ele é um exclusivo temporário do console que foi anunciado de surpresa na Nintendo Direct do dia 03/04 de 2025, claramente inspirado no sucesso do console Legend of Zelda Breath of the Wild, mas com sua própria personalidade.
Planeta Cebete
Em um dia viajando pelo espaço, o protagonista BIOS. Ele é um viajante? Desempregado? Artista? Guerreiro? Mecânico de Hoverboards? Recebe um sinal misterioso de ajuda vindo de um planeta chamado Cebete e remetente desse sinal é NOUS, conhecida de BIOS e parece ser alguém muito próximo a ele. Seria namorada? Irmã gêmea? Não sei dizer, e até onde fui não consegui descobrir. O que dá pra dizer de início é que, aparentemente, NOUS aceitou um trabalho nessa planeta e durante o serviço enviou o pedido de ajuda. Ao chegar BIOS percebe que tanto NOUS quanto toda equipe enviada ao planeta desapareceu sem sinal aparente do que aconteceu, e BIOS, determinado em achar NOUS, começa a explorar o planeta em busca de respostas. E esse é o início de Star Overdrive.
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Lançamento: 20/Mar/2025

Assim como BIOS, nós entramos no mundo de Star Overdrive atrás de respostas, o problema é que há perguntas demais. Elas em sua maioria deveriam ser a apresentação do mundo e ambientar o jogador na atmosfera do jogo, mas o que acontece é que caímos tão abruptamente quanto o próprio BIOS nisso tudo. Em outros casos eu poderia dizer que é um bom jeito de criar imersão, mas quando a premissa do jogo é correr e explorar, ficar parado ouvindo áudios e lendo textos vai muito na contramão. Eu queria poder dizer mais sobre a qualidade da história de Star Overdrive no geral, mas a apresentação do jogo me desinteressou bastante ao explorar. Aliás, não só por isso que tira o interesse.
Keytar e Hoverboard
NOUS, confiou ao nosso protagonista seu hoverboard e fitas para sua keytar, uma espécie de guitarra espada que além de tocar música e atacar, usam outros poderes Encontramos esses poderes nas minas, que são provas de habilidade em formato de quebra-cabeça. Para solucioná-las, habilidades podem ser necessárias, ou apenas só o bom e velho raciocínio. E é aí que as coisas começam a desandar. A movimentação do BIOS é bem travada: quando não está em cima do hoverboard, ele é bem lento, os pulos são pesados e não tem muito momentum ao saltar; não dá pra ter certeza se pulou em um momento certo, e às vezes nem o “pulo duplo” que a hoverboard concede mesmo em ambientes internos consegue corrigir, porque a colisão dos objetos é meio estranha. Star Overdrive se vende como um jogo de exploração, mas o cerne com certeza é voltado para quebra-cabeças, que não são nada intuitivos e às vezes chegam a ser frustrantes pela falta de sinais ou explicações.
A recompensa por esses desafios são pontos de habilidade para melhorar uma das três opções que se tem: stamina, defesa ou ataque. Visto que o a keytar não aprende ataques novos, investi na stamina já que BIOS usa a mesma para lançar as habilidades, e nosso hoverboard utiliza a mesma para andar sobre superfícies diferentes, que são água, metal e corrupção. Sim, é isso que você leu: para flutuar nessas superfícies, precisamos que tenha stamina ou que tenhamos um componente modificado para passar por aquilo sem problemas, mas com dois adendos: na água não adianta ter stamina, sem a peça certa, você vai ficar parado e pode se afogar. Já na corrupção, você até pode arriscar, mas vai zoar os comandos da prancha. Modificar a hoverboard é outra coisa que causa mais perguntas que respostas: usando materiais encontrados pelo planeta, podemos criar partes para ela e melhorar em estações de melhorias próximas às torres de reconhecimento. Entretanto, saber como criar peças boas e de qualidade vai da pura tentativa e erro, além da raridade e quantidade de material usado. No geral, isso não é tão ruim, exceto quando você tenta criar uma peça com propriedade de voar em cima de superfícies especiais, já que o recurso é limitado, e o resultado é aleatório.
O combate em Star Overdrive é estranhamente limitado: apesar do acesso a habilidades, a keytar tem apenas um combo de 3 ataques, além de uma movimentação bem engessada. Não dá nem pra pôr a desculpa no console, porque o framerate do jogo é bem normal. Como parecia que o combate teria tanto foco, investi mais na stamina e não corri tanto para o ataque, o que deixou os combates um pouco mais desafiadores e longos, mas isso não muda em nada nas batalhas de chefe. Falando nelas, elas são bem iguais. Quase todas são uma corrida contra os chefes, e tudo que tem que fazer pra ganhar deles é conseguir chegar perto algumas vezes e massacrar os botões. O último chefe tem um problema sério com física e câmera, é tudo que posso dizer.
Parte técnica
Falta de polimento é a melhor definição de Star Overdrive, a história podia ter mais polimento, o combate podia ter mais polimento, a exploração podia ter mais polimento. Um pouco mais de roteiro poderia ajudar na imersão da história, um combate mais fluido poderiia ajudar mais a estimular a exploração bem como uma viagem rápida nas torres para recorrer a modificações. Algumas indicações também poderiam ser úteis: apesar de finalizar o jogo, quis tentar liberar o mapa, mas algumas torres se escondem atrás de muros enormes ou puzzles de plataforma extremamente confusos. Sinto que posso ter esbarrado em alguma missão secundária em algum momento, que acabei deixando passar direto.
A única coisa que não tenho do que criticar é a trilha sonora, muito boa; sabe ambientar bem a vastidão e vazio do planeta e ainda tem coletáveis com faixas de músicas com letras. Uma pena que elas só podem ser ouvidas se tocadas manualmente, não tendo a função de playlist, porque elas são muito boas mesmo.
Star Overdrive tem ótimos gráficos em 3D no Nintendo Switch, e me impressiona o quanto ele renderiza bem o mapa enquanto estamos correndo: tem uma leve diferença quando usamos uma torre para deslocamento, mas acho que vai mais do cartão SD no seu console do que o hardware em si.
Esperava me divertir mais em Star Overdrive, e não sei se me faltou habilidade ou simplesmente deixei passar alguma coisa importante. Talvez eu devesse ter explorado mais, mas fica um pouco cansativo depois de um tempo.
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