Lançado no Japão em junho de 2020, Poison Control acaba de chegar ao ocidente para Nintendo Switch, o game está com textos e legendas localizadas em inglês, enquanto o áudio se mantém no seu idioma original, japonês. O game da Nippon Ichi Software promete trazer novas e únicas características ao título inusitado.
Imagine que você morreu e de repente acorda no inferno. Você não sabe quem é, como morreu, sua história, não há nenhuma memória. De repente, você se depara com uma garota misteriosa dentro de si mesmo, sim, é outra alma dividindo o seu corpo. Essa criatura se dispõe a te ajudar a sair dessa confusão, e quem sabe até descobrir outros mistérios. Este é Poison Control, um jogo com uma proposta única misturando diversos conceitos em um verdadeiro trabalho de criatividade.
Recomendação de Compra
Sonic x Shadow Generations
Lançamento: 25/Out/2024
O inferno é pink!
Ao iniciar o jogo permite escolher gênero e nome do personagem, logo depois nosso protagonista acorda no inferno, no qual o jogo denomina “Belle’s Hell”. Depois somos apresentados a uma garota misteriosa, que logo descobrimos ser uma Klesha, uma criatura criada através das ilusões humanas, sejam de almas vivas ou mortas.
O jogo nos propõe um mapa com diversas missões, que essencialmente podemos definir como dungeons, uma liberada logo após a conclusão da anterior. Cada dungeon possui uma história diferente para nos contar, a qual vamos entendendo durante a fase. Concluindo o objetivo da fase, a criatura que criou este inferno pode finalmente se libertar e ir para um lugar melhor.
As dungeons nos contam diferentes e únicas histórias, algumas se destacam visualmente pela palheta de cores, entretanto, na prática, são dungeons parecidas, com as mesmas mecânicas e similares layouts. Os objetivos delas também são parecidos, bem como os inimigos que precisaremos derrotar, os ataques e movimentos são parecidos do início ao fim. As pequenas narrativas que encontramos são carismáticas, mas nada profundas ou marcantes, o jogo utiliza de forma supérflua o tema complexo que teve em mãos. Enquanto jogamos, pouco se desenvolve sobre a narrativa de nosso protagonista.
Matar e Neutralizar
As dungeons apresentam dois objetivos apenas: derrotar inimigos e neutralizar o veneno.
Para derrotar os inimigos, temos braços que se tornam armas, e para neutralizar o veneno temos a Poisonette, que tem essa capacidade apenas andando. No shooter mode, o jogo assume a postura de um jogo de tiro em terceira pessoa com mecânicas medianas, não é muito difícil mirar (principalmente se utilizarmos o assistente de mira), pois a mecânica não é nada precisa, entretanto também um tiro pode ser facilmente perdido pela simples imprecisão, a trava de mira também não é nada eficaz o pode acabar atrapalhando. O jogo também peca na falta de reload, já que a arma principal é carregada apenas com o tempo, é necessário esperar que a arma recarregue totalmente antes de voltar a atirar, o que será muito frustrante em rodadas mais longas ou repletas de inimigos. A parte boa é a possibilidade de trocar de arma, há um slot para uma arma especial que você ser recarregada durante a sua jornada pelas dungeons. A arma primária também pode ser melhorada através de upgrades comprados na loja do jogo com as moedas coletadas durante e jogatina.
Combinando todos esses fatores, temos uma gameplay de tiro que foca nitidamente em um perfil casual, sem se comprometer bastante em dificuldade. Esta mecânica será a principal em gameplay, e acaba entrando em contradição com a sua própria proposta. Ao não se aprofundar tanto nas mecânicas de tiro, o jogo se torna frustrante e extremamente repetitivo, não há grande diferenciação entre as armas e nem possibilidade de upgrade relevante, ficando a cargo apenas de aumento de dano ou munição.
A Poison que dá nome ou jogo nada mais é que uma área coberta por substância tóxica (veneno) que causará dano caso o jogador encoste (algo “similar” a Malice de BOTW), todos os mapas são repletos dessa substância. Em alguns deles, apenas neutralizar será o suficiente para concluir o objetivo do mapa, para isso utilizaremos a outra principal mecânica de gameplay, utilizando a Poisonette.
O sistema de veneno é um elemento de risco da gameplay, quando se alterna para este modo, Poisonette pode andar através do veneno neutralizando seu efeito do mapa, entretanto ela poderá ser atacada a qualquer momento, bem como nosso corpo que fica parado e acessível. Se o ataque for bem-sucedido, também poderá causar dano aos inimigos. Por várias vezes o objetivo pode ser matar os inimigos, mas em outras será apenas neutralizar o veneno, ou seja, você precisa balancear a sua mecânica o melhor possível, apenas atacar pode não ser a melhor estratégia.
A estética é mediana
Em termos gráficos, Poison Control traz uma estética bem simples, embora os mapas se esforcem para diferir um do outro, a maior diferença, na prática, é a cor predominante da dungeon, tudo muito simplificado e em algumas vezes chega até a ser confuso aos olhos. A arte dos personagens nos entrega bons visuais, nada muito marcante, mas cumpre seu papel com belos designs. Os que adoram a estética oriental, certamente gostarão deste título. A trilha sonora também não se destaca, cumpre seu papel em embalar uma gameplay frenética.
Em desempenho temos um ponto positivo, em modo portátil o jogo roda de forma satisfatória e pouco serrilhados são apresentados, embora não há como negar que a beleza do jogo fica a cargo do modo dock, com resolução mais elevada capaz de prover uma melhor experiência geral. As telas de carregamento são curtas e não são notados problemas de desempenho em geral. Fluidez dos controles e adaptação ao HD rumble deixam a desejar.
Mediano em todos os sentidos
Poison Control é um jogo único, combina diversos elementos de gameplay distintos e uma premissa extremamente criativa, pode ser uma excelente alternativa para quem gosta dos títulos inusitados da NIS ou apenas está disposto a aproveitar algo diferente. Não podemos negar que o título, embora comece bem, acaba pecando pela falta de evolução em geral, tanto de gameplay, quanto de mapas e objetivos e também em seu enredo geral.
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