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Análise – Alex Kidd in Miracle World DX

Um tributo ao clássico dos anos 80

Alex Kidd in Miracle World foi originalmente lançado em 1986, exclusivo para o Master System. O título foi o jogo de estreia de Alex, nos apresentando a primeira aventura do jovem. Inicialmente Alex Kidd seria o mascote oficial da SEGA, e logo se tornou um dos jogos consagrados da plataforma, levando sua fama ao Mega Drive.

Após algumas aventuras pouco aclamadas e o clássico Alex Kidd in Shinobi World, a franquia acabou sendo deixada de lado pela SEGA, um esquecimento que durou mais de 30 anos até o lançamento de Alex Kidd in Miracle World DX.

Alex Kidd tem uma relação muito afetiva com o público brasileiro, um mérito da TecToy e SEGA no Brasil na década de 80 e 90, com os sucessos de vendas das versões do Master System, nos quais alguns traziam Alex Kidd. Dessa forma, com certeza o primeiro contato com jogos de muitos players brasileiros foi com Alex Kidd.

O tributo

Alex Kidd in Miracle World DX já passa uma excelente primeira impressão logo na tela inicial, nota-se um grande carinho e amor da Merge Games pelo game.

Os cenários são ricos em detalhes e muito vivos, completamente recheados de elementos a todo momento. Temos aqui um pixel art inspirado na geração 16 bits de uma forma muito moderna, que também lembra um pouco o trabalho com Streets of Rage 4 outro clássico da SEGA que retornou recentemente através da mesma publisher. Apesar de todos os novos elementos e visuais, o jogo ainda contém no fundo a sua essência. Alex e seus inimigos foram recriados com total perfeição de movimentos.

Uma das features mais interessantes e a que sem dúvida chamou mais atenção nos trailers foi a possibilidade de trocar o jogo do remake para o modo retro apenas com o aperto do botão ZR, as transições são feitas de uma forma natural. Isso nos possibilita fazer uma comparação o tempo todo, e torna mais evidente o trabalho da Merge Games, que no fim das contas teve que refazer o jogo do zero já que não houve acesso aos códigos originais. Pode ser um pequeno detalhe, mas também é uma excelente porta de entrada ao retro gaming para os mais novos.

O Alex Kidd de sempre

O enredo de Alex é o mesmo, a jogabilidade clássica é resgatada com sutis melhorias nos controles, hoje são mais adaptados aos novos padrões.  O jogo é um clássico de plataforma em que acompanhamos Alex, um poderoso garoto que precisa resgatar seu irmão e o reino de Radaxian do vilão Janken.

Os controles de Alex são simples, e a movimentação até simples de mais, pecando pela imprecisão, Alex parece estar “solto no jogo”, claramente a física não foi tão aperfeiçoada, assim é difícil acertar a precisão dos movimentos em alguns lugares, jogando no joy-con sem d-pad, a experiência é ligeiramente mais frustrante. Definitivamente não era um problema no jogo original, mas neste remake, esperávamos uma física melhorada.

Alex também conta com o clássico soco e todos os divertidos veículos que é capaz de controlar. As batalhas de chefe ainda trazem o Jan-Ken-Pon, que se tornou uma grande característica do jogo, e aqui vira a marca registrada, vemos o jan-ken-pon como característica até no menu e tela de carregamento.

Alex Kidd Jan Ken Pon

Devemos dizer que apesar das melhorias, o jogo continua carregando os problemas do jogo original, sendo demasiadamente punitivo. Entretanto, diferente do original, aqui retornamos exatamente de onde paramos e ao morrer não é necessário retomar a fase do inicio. A Merge Games também incluiu um modo de vidas infinitas, mostrando que estão cientes dos problemas do jogo, a solução, entretanto, não tira o fator frustrante do jogo. O que pode ser recompensador para alguns, é claro.

A nova direção de arte, embora inquestionavelmente linda, também pode ser objeto de algumas críticas, isso devido a escolha de cores de alguns cenários que pode acabar prejudicado a visualização de alguns detalhes, as vezes é mais fácil simplesmente jogar no modo retro.

Novos modos de jogo

Alex Kidd in Miracle World DX também possui um fator replay, temos aqui dois modos extras de jogo, que embora não tragam nada novo, proporcionam uma experiência mais prolongada.

O primeiro modo de jogo clássico, e como o próprio nome diz, é a recriação perfeita do jogo do master system, incluindo as mesmas regras. Sem dúvidas os amantes da nostalgias vão amar essa parte. O segundo modo é a batalha de chefes, no qual fazemos infinitas batalhas de Jan Ken Pon. Ambos dos modos são liberados após o termino do jogo principal.

Desempenho impecável

Em termos de fluidez, o jogo é perfeito, tanto no modo portátil quanto no modo dock, até mesmo com as variações de modos. Os visuais são estonteantes e a versão do switch está impecável. O jogo também está adaptado ao HD Rumble.

Alex Kidd in Miracle World DX é um tributo a série clássica, é fiel e carrega o DNA original do inicio ao fim, de positivo ao negativo. Por ser um jogo dos anos 80, necessariamente a gameplay é curta, mas o grande fato é que a Merge Games apostou fortemente no fator nostalgia para conquistar os antigos fãs, desde o visual que ainda lembra um pouco da geração 16 bits, aos controles que ainda remetem ao clássico, ao modo nostalgia. Essa aposta agrega muito valor ao remake, mas por outro lado também pode trazer pontos negativos, a curva de dificuldade instável, a dificuldade dos controles e  prejudicam a avaliação do jogo.

 

Análise – Alex Kidd in Miracle World DX
Veredito
Alex Kidd in Miracle World DX é um tributo de fãs ao clássico jogo da SEGA. Carrega o DNA original tanto nos pros, quanto nos contras. A direção de arte proporciona uma experiência gráfica linda, entretanto o level design e os controles continuam fiéis ao original.
Prós
Gráficos
Novos Níveis
Contextualização da história
Desempenho
Contras
Conteúdo Adicional Fraco
Controles imprecisos
8
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