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Universo Nintendo

Projetos Notáveis #3: Majora’s Mask

Você sofreu uma fatalidade, não foi?

O desafio de Aonuma, atuando pela primeira vez como diretor, era desenvolver uma sequência de Ocarina of Time, jogo que tomou quase 5 anos para ser concluído, e lança-la em apenas um ano. Tendo aceito o desafio, era óbvio que o processo de design desta vez seria bem diferente. Tempo é uma restrição muito forte e foi o responsável por moldar Majora’s Mask como um Zelda tão único.

O jogo se passa em Termina, uma realidade alternativa de Hyrule que permitiu à equipe reutilizar boa parte dos modelos de personagens de OoT. Mas, diferente deste mundo clássico da série, o de MM é mais parecido com nossa realidade. Especialmente a realidade dos nossos últimos anos. 

A Lua está prestes a cair. Enquanto que uma parcela da população está preocupada com a vida dos habitantes, outra parcela negacionista está preocupada em dar continuidade ao Carnival, a festa anual que acontece em Clock Town e é responsável por fomentar seu turismo e economia. Em meio de tudo isso estão os demais civis, dando continuidade a suas vidas enquanto vivem a incerteza de estar vivo até o final dos três dias restantes para a catástrofe. São pessoas com estórias reais, alegres e tristes, que dão protagonismo às excelentes sidesquests pelas quais este jogo é conhecido.

É aí que entra Link. Tendo sido roubado por Skull Kid e suas duas fadinhas, ele se vê preso neste mundo e nestes três dias, eternamente forçado a ver todos que conhece morrer devido a ser o único com o poder de regressar ao primeiro dia e consertar toda esta bagunça. Para isto ele precisa estudar a rotina de todos e tomar ações diferentes com o intuito de mudar seus destinos. Ele precisa incorporar e usurpar a personalidade de três habitantes falecidos de Termina, mortos pelas atitudes de Skull Kid, para ter as habilidades necessárias para derrotar Majora.

O pouco tempo de desenvolvimento fez MM ser um jogo bem mais denso, que utiliza cada metro de seus mundo e cada personagem para entregar o máximo possível de diversão ao jogador. Sim, o jogo possui apenas quatro dungeons, embora um dos melhores conjuntos de calabouço da franquia, mas o caminho entre cada uma está abarrotado de atividades como nunca se viu antes na série. Cada uma das quatro áreas são tão bem projetadas e densas que mais parecem mini-dungeons.

Por fim, Majora’s Mask possui um conjunto estético inesquecível. É incrível pensar como um jogo que reutiliza tanto de OoT consegue ter uma identidade própria tão forte. Munido de uma trilha sonora de arrepiar e localidades cheias de charme, Termina é um lugar deixa saudades. Um lugar vivo, real e muitíssimo bem projetado. Porém, um palco de fatalidades.

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