Jogos Indies tendem a ser extremamente atmosféricos, ou extremamente divertidos e desafiadores, porém poucos conseguem misturar ambos em um único pacote.
Para nossa sorte, Anno: Mutationem é um game indie que conseguiu realizar tal façanha, e ainda entregar uma trilha sonora e um art design de tirar o fôlego que, apesar de não serem inovadores, conseguem se sobressair em relação a outros games do gênero pelo cuidado com que foi feito.
[bs-heading title=”Anno Mutationem – art design que brilha aos olhos” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Final Fantasy I-VI Pixel Remaster Collection
Lançamento: 8/Out/2024
Arte pixelada 2D postas em um ambiente 3D cheios de charme não são uma novidade no universo Indie, mas devo confessar que em Anno consegue se sobressair de uma forma que parece ser único. Mover os sprites neste ambiente tridimensional é feito de uma forma fluída e encantadora.
A arte aqui não é só uma questão de design bem feito, mas antes um componente que colabora para dar mais personalidade e encanto aos personagens, e isso contando com os NPC’s.
Como se não fosse o suficiente, a cidade parece ainda mais viva com objetos que combinam com a temática do jogo e exercem uma influência na história, como os cartazes e jornais que mostram bandas, filmes e notícias do universo criado.
Em suma, todo o gráfico consegue trazer uma atmosfera ainda mais envolvente a uma narrativa que, infelizmente, é mediana e começa muito apressada, o que faz a gente se sentir um pouco perdido no início do game.
[bs-heading title=”A busca por uma cura em uma ambientação Cyberpunk” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
O jogo possui um contexto sério misturado a momentos cômicos cheios de personalidade, como as lembranças que a protagonista Ann Flores tem com sua família.
Porém o núcleo da história, da qual Ann busca a cura de uma grave doença da qual é portadora, tenta ser grandiosa de mais, o que não é um problema, mas que infelizmente é entregue ao jogador de forma desleixada, especialmente no início. No primeiro terço do jogo eu estava mais preocupado em ver a próxima cena cômica entre Ann e os NPC’s (entre vilões e os momentos com sua família) do que com a questão da doença em si. Se o jogo fosse focado mais no aspecto divertido da qual Anno entrega de forma incrível (estilo Unmetal, mas levado um pouco mais a sério), a história poderia ter sido mais memorável.
Digo isso porque teve momentos no jogo que eu só queria passar para frente, ao invés de ler mais um diálogo cheio de contextualização desnecessária de algo que já sabia, quando o que eu queria mesmo era rir ao lado dos personagens que são cheios de personalidade, especialmente com suas animações 2D exageradas.
Dito isso, precisamos apontar outro problema que o jogo tem em menor escala, que é a sua tradução para o português. O jogo possui alguns erros gramaticais notáveis, mas nada do que não esperamos de um jogo cheio de diálogos. No entanto, as frases de expressões são muitas vezes traduzidas literalmente, ao invés de serem uma adaptação com ditados da nossa língua.
Isso não ajuda quando você tem muitos diálogos desnecessários, especialmente com personagens que não são importantes no jogo. Se você for complecionista como eu e quiser conversar com todo mundo, prepare-se para perder um tempão, já que muitos NPC’s irão falar em cinco balões de conversa o que poderia ser dito em somente um.
Isso ocasionou em leituras travadas e até estranhas, e me vi obrigado, depois de um certo ponto, a mudar o idioma do jogo para o inglês. Mesmo assim acho louvável a atitude da empresa em localizar o jogo para português brasileiro e dar mais acessibilidade para os jogadores de nosso país.
[bs-heading title=”Gameplay divertido, tanto na exploração quanto na ação” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Gosta de Cyberpunk 2077 e Deus Ex? Então prepare-se para imergir em mais um universo rico e cheio de exploração, com uma ação de tirar o fôlego.
O jogo é um open-ended da qual o jogador pode explorar diversas cidades, que possuem side quests, diálogos que mudam com o passar do jogo, itens para serem encontrados e edifícios para serem desbloqueados.
Tudo é feito de uma forma enxuta, sempre próximo do jogador, deixando a exploração ainda mais divertida e fluída. O único detalhe aqui é que um universo rico precisa de alguma forma do jogador localizar o que dá para interagir de forma fácil, e o jogo até oferece isso ao jogador, se o mesmo segurar o botão ZL, porém a opacidade dos elementos ficam fracamente visíveis, o que obriga o player a ter que ficar clicando em tudo no cenário para ver se existe algum tipo de interação ou não.
Eu nem preciso dizer o quão atmosférico é esse jogo. Você pode voltar para a sua casa a qualquer momento, visitar lojas para comprar armas, trabalhar no bar da sua irmã para fazer um dinheiro extra no maior estilo VA-11Hall-A, e muito mais. É, literalmente, uma forma de viver em um universo Cyberpunk. Alguns objetivos secundários possuem alguns quebra-cabeças com a lógica um pouco forçada, mas nada que estrague a experiência da exploração.
E tudo isso vem acompanhado de uma ação de tirar o fôlego. A ação pode ocorrer em um ambiente fechado, ou durante a exploração, no entanto, toda vez que o jogador tiver que lutar, ele perde o aspecto de três dimensões e vira um jogo 2D.
Com músicas empolgantes e ação rápida na medida certa, o jogador pode realizar combos que misturam espadas leves e pesadas, além de armas de tiro para enfrentar drones que voam e inimigos à longa distância. O jogo também conta com um escudo para proteção e itens de ataque, como granadas, que acompanham itens de cura e de melhoria de atributos.
E tudo isso vem acompanhado de um competente sistema de progressão, da qual é possível conseguir novos golpes e combos para Ann, além de aumento de status. Existem dois tipos de progressão, uma envolvendo experiência ao derrotar inimigos, e outros conseguindo Grom Points para aumentar os atributos, da qual o jogador consegue realizando certos objetivos. Para dar um up, se você empacar em alguma parte desafiadora, é possível também comprar e remodelar chips para dar aquele poder de fogo extra às suas armas.
O único contratempo da ação é o pulo. Ele não é fluído quando executado em velocidade, fazendo Ann dar uma certa travada toda vez que aterrissar no chão, e isso ocasionou alguns momentos de frustração quando eu queria realizar as sessões de plataforma de forma rápida, mas acabava caindo em algum precipício devido a essa imprecisão.
Jogo analisado com código fornecido pela Lightning Games
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