Filmes como O Pianista e livros como A Menina que Roubava Livros trazem um forte contexto sobre a Segunda Guerra Mundial. No mundo dos jogos, quando o tema é abordado, geralmente somos jogados em um game de ação ou estratégia, da qual temos que sair por aí matando diversos inimigos no maior estilo Rambo.
Gerda: A Flame in Winter traz uma abordagem diferente e bem próxima do Best Seller de Markus Susak, onde somos jogados em um universo onde todos os personagens estão diante de um contexto extremamente pesado vivenciando o regime mais cruel, extremista e genocida que a sociedade moderna já vivenciou.
[bs-heading title=”Uma chama no inverno” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Mario & Luigi: Brothership
Lançamento: 7/Nov/2024
O jogador controla Gerda, que deverá sobreviver na Noruega durante os últimos anos de ocupação nazista, quando seu regime já estava em declínio.
A cidade de Tinglev é um território que sempre sofreu disputa do lado dos noruegueses e alemães, e com Hitler no poder, a minoria alemã aproveitou para controlar a parte política da cidade, ocasionando em escassez de comida e materiais, além de brutalidade contra os cidadãos de origem norueguesa.
Gerda, a protagonista, vive um dilema. O amor de sua vida, Anders, é norueguês, quanto que seu pai, nascido alemão, se junta a minoria nazista que toma controle da cidade. Você já pode imaginar a situação e, por mais que queira entregar mais pontos aqui, tudo seria um potencial spoiler para as inteligentes e tensas reviravoltas do jogo.
Apesar da grande história e dos conflitos engenhosamente planejados, o jogo sofre com a atuação de voz que, apesar de ser boa por vezes, peca pesadamente em outras, parecendo forçada demais para criar um drama desnecessário, da qual a própria história já consegue apresentar devido ao pesado contexto.
[bs-heading title=”Gerda: A Flame in Winter traz elementos criativos no gênero adventure” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
A história sempre acaba sendo um ponto crucial em jogos de adventure porque ela está inerentemente atrelada a jogabilidade no gênero. Em Gerda, a desenvolvedora conseguiu inserir elementos que realmente se adaptam à própria história.
Durante o progresso do jogo, o jogador conquistará pontos de compaixão, perspicácia e sagacidade, e muitos diálogos e ações irão requerer que você use um determinado número de pontos desses atributos, o que traz uma certa cautela em como usar esses pontos, já que não é fácil consegui-los. Se você utilizar em uma ação, quando surgir outra mais importante, talvez você não tenha os pontos necessários.
O mesmo ocorre com os itens. Quando você pega uma caixa de fósforo com 4 unidades sobrando, você poderá aquecer a comida, ligar uma lamparina, etc… mas se utilizar todos os fósforos e em algum momento ele for necessário e você não tiver mais, você perderá uma ação que poderá impactar a história mais adiante.
Essa mecânica é tão bem implementada que muitas vezes vocês verão um personagem fazendo uma ação estranha, como por exemplo, visitar o médico a cada momento, parecendo um hipocondríaco, quando na verdade há uma razão para ele fazer isso, da qual você descobrirá mais tarde. E todas as razões se encaixam de forma tão inteligente que é impossível não pensar “a, então era por isso que fulano fazia tal coisa…” mostrando o quanto a história do jogo foi bem pensada e trabalhada com o gameplay.
É necessário cuidar da gestão de tempo também, já que o jogo é dividido por sessões, conforme o dia passa. E com novas descobertas, Gerda terá que escolher para onde ir com esse tempo. Por exemplo, à uma da tarde, o jogador poderá ir para o acampamento da resistência, ou visitar um personagem na prisão. Dependendo da escolha, irá abrir caminho A ou B mais para frente, trazendo um valor de replay interessante ao jogo.
Porém, a jogabilidade de Gerda: A Flame in Winter não é livre de defeitos. O que mais me incomodou é que Gerda só irá correr em momentos específicos do jogo. Isso me parece ser uma forma forçada de aumentar o tempo de jogo. Em diversos momentos eu só queria correr para chegar no local que precisava, mas o jogo só dá a opção da Gerda caminhar.
A câmera também sofre com alguns problemas de visibilidade, apesar de raros. Na visita à cabana de pescadores, por exemplo, uma árvore ficou bem na frente enquanto eu tentava atravessar a ponte, mas nada que estragasse a experiência do jogo.
[bs-heading title=”Um game com o contexto da 2ª guerra mundial sem a fórmula Rambo” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Gerda: A Flame in Winter, sai do tradicional adventure e tenta implementar uma mecânica de pontos e itens como em um jogo de RPG, ao invés de objetos que precisam ser usados em pontos específicos do jogo, fazendo com o que o jogador tenha cautela em como utilizar esses pontos e itens.
O mais interessante de tudo, porém, é que o jogo não dirá para você que um lado é mau e outro é bom. Ele jogará na mesa pessoas e decisões, e o que acontece com elas será resultado das ações escolhidas pelo jogador. Gerda é mais uma prova que nem todo jogo se resolve puxando um gatilho.
Essa análise foi realizada com o código fornecido pela Don’t Nod
Discussion about this post