A Capcom tem feito um ótimo trabalho trazendo sua biblioteca de jogos de luta (até os menos conhecidos) para as plataformas atuais. Com Capcom Fighting Collection 2, a gigante japonesa traz um desejo de antigos jogadores do gênero com Capcom vs SNK 1 e 2, além de títulos mais ocultos, mas não menos amados, como Project Justice e Power Stone, além da versão Upper↑ de Street Fighter Alpha/Zero 3.
Um sonho tornado realidade para os amantes do gênero luta
Diferente das outras coletâneas, Capcom Fighting Collection 2 traz à mesa jogos de luta 3D, dividindo assim em 4 jogos de luta 2D e 4 em três dimensões.
Com o lançamento de SNK vs Capcom Chaos para as plataformas modernas, não demoraria para a Capcom trazer os amados títulos Capcom vs SNK 1 e 2 para as plataformas. E, enquanto muitos consideram a segunda edição um dos melhores jogos de luta, (como Marvel vs Capcom 2 é na coletânea MVCFC), eu tenho um carinho mais especial para a primeira edição desse clássico crossover.

Lembro como se fosse ontem quando jogava o Millennium Fight 2000 no playstation 1 e mais tarde no Dreamcast, ficando completamente pasmo com o pixel arte da época. Poder jogar com controles de arcade modernos com diversas opções gráficas, modo treino completo e uma customização completa é de arrancar lágrimas dos olhos. O mesmo vale para CSV2, que já vem com os chefes habilitados no roster dos personagens.
Os outros jogos de luta 2D incluem a versão mais completa de Street Fighter Alpha/Zero 3, denominado Upper↑ que, apesar de bem-vinda, ainda não é a edição que gostaria de ver no sistema, sendo que temos a versão de PSP que traz ainda mais conteúdo. Mas devo admitir que ter os clássicos lutadores de Street Fighter 2 no roster faz uma incrível diferença (Dee Jay, T. Hawk, Fei Long e Guile) além de Evil Ryu e Shin Akuma.

Já Capcom Fighting Evolution, menos conhecido, é muito interessante também. Lembro que o jogo recebeu críticas na época mas, apesar do desbalanço, eu gosto do crossover que a Capcom fez em trazer diferentes jogos onde cada personagem possui uma forma de gameplay e supercombos diferentes. Sem contar que graficamente o jogo é lindo, especialmente as animações dos personagens. No roster, temos 4 lutadores até mesmo de Red Earth, jogo de luta com elementos de RPG da Capcom trazido no primeiro Capcom Fighting Collection.

Jogos de Luta 3D dão as caras no Fighting Collection 2
A grande surpresa, no entanto, vem na adição de jogos 3D, alguns menos conhecidos e outros que ganharam um certo status cult na comunidade de luta.
Power Stone 1 e 2, por exemplo, nunca consegui jogar em arcades, porém aproveitei no Dreamcast. É um divertido jogo com elementos de RPG no meio. Você vai coletando cristais para usar poderes especiais, além de poder pegar armas no meio do cenário para conseguir aquela vantagem. Com um roster de personagens carismáticos que representam diferentes culturas, Power Stone é frenético e muito divertido de jogar com os amigos, especialmente Power Stone 2, que dá para jogar em até 4 pessoas. No entanto ainda prefiro a primeira edição, pois o jogo é um pouco mais rápido e fluido. O movimento em Power Stone 2 é mais lento, e chegar até os rivais reduz o passo do jogo.

Antes de falar do queridinho 3D, precisamos falar de Plasma Sword (conhecido no Japão como Star Gladiator), um jogo que nunca havia jogado, só ouvido falar. Os jogos 3D da Capcom na época tendem a ser um pouco menos precisos que suas contrapartes 2D, mas a velocidade e o hit detection não decepcionam.
Fiquei impressionado como me prendi ao jogo, que conta com um incrível roster de 24 personagens bem únicos, não só na jogabilidade como também no design. O jogo possui combos simples e fáceis de executar, trazendo um bom passo para o jogo.
Já Project Justice, a sequência de Rival Schools (que por alguma razão não está presente nesta coletânea) traz, finalmente, a chance de jogarmos esse clássico das máquinas de arcade como de Dreamcast também.

Eu gosto muito do estilo do jogo, mas nunca fui grande fã da série em termos de jogabilidade. O pulo e o movimento inconsistente e os especiais que carregam fáceis demais fazem do jogo uma experiência um pouco excruciante para quem está habituado com jogos precisos 2D.
Mas é inegável o charme do jogo. Adoro os personagens e a história louca e atmosférica de Project Justice. Mas é importante notar que o jogo tem um foco grande na história, e não trazerem Rival Schools, o primeiro jogo da série, foi um erro por parte da Capcom.

Extras e mais extras
Assim como as coletâneas modernas anteriores da Capcom, CFC2 traz muitos extras à mesa, especialmente para jogadores que curtem o aspecto singleplayer.
Contamos com as diversas conquistas individuais para cada game e para a coletânea em geral, trazendo um incentivo divertido e desafiador em explorar todos os aspectos de cada jogo. Além disso, o modo galeria (chamado de museu) volta com tudo, com artes conceituais exclusivas de cada jogo e suas trilhas sonoras.
Capcom Fighting Collection 2 também traz o salvamento e carregamento rápido, o que ajuda muito jogadores que estão com dificuldades de finalizar o jogo com determinado personagem, principalmente levando em consideração o desbalanço dos últimos chefes que os jogos de luta dessas épocas eram conhecidos.

A coletânea passou por uma melhoria em termos de navegação dos menus também, que inclusive se estendeu às outras coletâneas em forma de Patch. Navegar pelos menus, selecionar personagens secretos e selecionar modos diferentes está mais prático e fluido, assim como editar controles.
O modo online volta com diversos modos de jogo, desde partidas casuais e ranqueadas, além de desafios de pontuações, e isso para todos os jogos da coletânea.
Excelente, mas perdeu algumas oportunidades
Capcom Fighting Collection 2 é um verdadeiro colírio para os olhos, incluindo até mesmo jogos 3D da gigante do gênero. Infelizmente não vimos Rival Schools na coletânea, o que faria completo sentido já que Project Justice está presente no jogo.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela ©CAPCOM. Direitos incluem © SNK CORPORATION ALL RIGHTS RESERVED.
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