Cyberpunk 2077, desenvolvido pela CD Projekt RED, foi inicialmente lançado em dezembro de 2020 para PC, PlayStation 4 e Xbox One, enfrentando críticas por bugs e desempenho. Após atualizações significativas, tornou-se um RPG de destaque, com sua versão Ultimate Edition chegando para o Nintendo Switch 2, incluindo a expansão Phantom Liberty em 5 de junho de 2025, coincidindo com o lançamento do console.
Em minha análise, vamos abranger seu enredo, jogabilidade e aspectos técnicos, com foco na experiência no Nintendo Switch 2 em relação às demais versões do jogo disponíveis.
Enredo e Narrativa: Uma Jornada Distópica
O enredo de Cyberpunk 2077 é ambientado em Night City, uma megalópole distópica onde tecnologia e desigualdade coexistem. O jogador controla V, um mercenário personalizável em gênero, idade e aparência, em uma história que mistura ação, traição e dilemas morais. A narrativa central envolve V compartilhando sua mente com Johnny Silverhand, um terrorista e ícone do rock interpretado por Keanu Reeves, em uma trama de morte e escolhas impossíveis, considerada uma das melhores narrativas da década.
As missões secundárias são tão detalhadas quanto as principais, com decisões que impactam personagens e missões disponíveis, aumentando a rejogabilidade. A expansão Phantom Liberty adiciona uma camada de espionagem em Dogtown, um distrito perigoso controlado por Kurt Hansen, com missões para um agente governamental interpretado por Idris Elba, oferecendo novos dilemas morais e aprofundando o universo do jogo.
Jogabilidade: Versatilidade e Inovação no Switch 2
A jogabilidade de Cyberpunk 2077 é altamente versátil, permitindo que os jogadores escolham entre combate corpo a corpo com armas como martelos, lâminas articuladas ou fios eletrizados; tiroteios com balas que atravessam paredes ou permitem tiros ao redor de esquinas; e netrunning, que envolve hackear sistemas, explodir tanques de combustível ou espalhar vírus. O sistema de cyberware permite implantes em sistemas nervosos, pernas e cérebro, oferecendo bônus como cicatrização mais rápida ou habilidades como saltos de 10 metros. Essas melhorias são gerenciadas por ripperdocs espalhados pela cidade, e o sistema de habilidades é direto, permitindo redefinir escolhas conforme avança.
O crafting utiliza componentes genéricos de diferentes níveis encontrados em contêineres, incentivando experimentação. A discrição (ou ação stealth) é recompensadora, com habilidades para mapear áreas, distrair inimigos e se recuperar de situações perigosas, permitindo transições fluidas para combate direto, como o uso de uma katana.
No Switch 2, o jogo foi otimizado com controles inovadores: mira com giroscópio (sensibilidade ajustável, ativada ao mirar), controles de movimento (baseados em gestos e desbloqueados após tutorial com o T-Bug) e uso do Joy-Con 2 (direito) como mouse, embora menos natural devido aos limites da taxa de quadros em relação aos computadores tradicionais. Há inconsistências na recarga com o botão ‘Y’, esperadas para serem corrigidas em patches. A cross-progression está disponível, ideal para quem já jogava em outras plataformas e pretende migrar seu progresso para o console da Nintendo.
Aspectos Técnicos: Desempenho no Switch 2
A versão para Switch 2 é algo impressionante levando em conta a portabilidade e considerando o hardware híbrido. O jogo roda em dois modos gráficos: Qualidade (30 fps, maior fidelidade, em portátil e no modo TV) e Performance (40 fps, requer TV/monitor 120hz para o modo TV, portátil só em 40 fps com VRR). No modo TV, a resolução é 1080p, com Performance geralmente entre 30-40 fps, mas com quedas em áreas densas ou durante dirigidas, e Qualidade a 30 fps, com alguns desafios visuais notáveis. No modo portátil, o modo Performance é 720p a 30-40 fps, com quedas para 15 fps em áreas exigentes como Dogtown, enquanto na Qualidade é 1080p a 30 fps, com detalhes borrados quando em alta velocidade.
O DLSS é crucial para manter a estabilidade, mas há artefatos visuais, especialmente no modo portátil, como problemas de iluminação dinâmica com luzes de carros ou letreiros. A performance no entanto é louvável, com 40 fps sólidos no portátil chegando a superar aquilo que podemos deslumbrar com o Steam Deck, e gráficos vibrantes na tela do Switch 2 mesmo considerando as limitações do painel LCD, embora não cheguem ao nível de PCs de alto desempenho ou consoles de nova geração – o que claramente não deve ser o objetivo de quem pretende adquirir o game no Switch 2.
Comparativamente, a versão de Cyberpunk 2077 para Switch 2 apresenta uma redução gráfica perceptível em relação ao PlayStation 5, com modelos de personagens menos refinados (como a franja de Evelyn Parker mais serrilhada e o cabelo de Judy mais esfarrapado) e menos iluminação ambiente. No entanto, essa diferença pode ser ignorada, especialmente considerando a conveniência de jogar um RPG tão ambicioso em um dispositivo portátil. A vida útil da bateria é de aproximadamente 2 horas em modo portátil, o que é razoável para um jogo tão exigente.
Conclusão
Cyberpunk 2077: Ultimate Edition no Nintendo Switch 2 é uma realização notável, oferecendo uma experiência narrativa profunda e jogabilidade versátil em um console híbrido. Tecnicamente, é impressionante para o hardware, com desempenho sólido no modo o modo TV e controles inovadores, embora o modo portátil mostre mais compromissos, como quedas na taxa de quadros e alguns desafios nos artefatos visuais que são apresentados. Para fãs de RPGs e jogadores que buscam uma experiência portátil de alto nível, esta versão é altamente recomendável, especialmente considerando o potencial do Switch 2 para futuros títulos AAA.
Código do jogo gentilmente fornecido pela CD Projekt Red para esta análise.
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