Monster Hunter é uma das franquias mais famosas de todos os tempos, mas muita gente reclama que é um jogo difícil de jogar. Pensando nisso, foi lançada a série Monster Hunter Stories, que é tipo um Pokémon de Monster Hunter. Lançado inicialmente em 2016, o jogo agora chega para o Nintendo Switch.
[bs-heading title=”Sobre Monster Hunter Stories” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Pacote Nintendo Switch OLED (Branco) + Mario Kart 8 Deluxe
Lançamento: Ago/2024
Começando com o primeiro Monster Hunter, lançado para o PlayStation 2 em 2004, a franquia atravessou diversas gerações de plataformas, trazendo como objetivo principal caçar monstros em busca de suas partes, necessárias para fazer armas e armaduras que te permitem enfrentar monstros ainda mais difíceis, e assim, sucessivamente.
Com quase 100 milhões de cópias vendidas deste então, Monster Hunter só está atrás de Resident Evil em termos de vendas de franquias da Capcom. São mais de 20 jogos diferentes, alguns animes, mangá, livro, filme com Mila Jovovich e um filme animado pra Netflix, tornando Monster Hunter uma franquia nichada, mas bem lucrativa dentro desse nicho.
Em 2016, o spin-off Monster Hunter Stories foi lançado para o Nintendo 3DS, com a proposta de trazer o universo de Monster Hunter a pessoas que acham muito difícil o jeito padrão de se jogar, apresentando monstros montáveis, em vez de apenas sendo alvos de caçada. O jogo foi o mais vendido da sua semana de lançamento e agradou a público e crítica, sendo indicado para vários prêmios de melhores do ano.
O jogo recebeu uma sequência, Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin, que foi lançada em 2021 para o Nintendo Switch, e agora, a versão original chega totalmente remasterizada, também para o híbrido.
Fiz uma análise prévia do jogo há algumas semanas, e agora, vem a análise completa.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Você, protagonista, Cheval e Lilia são três crianças da Vila Hakum que saem escondidos para uma aventura na qual decidem procurar por ovos de monstro num ninho. Ao brincarem de fazer um ritual de afinidade pra rachar um ovo, um dos ovos racha de verdade, e o monstro que nasce, um Rathalos, apelidado de Ratha, se afeiçoa a você.
Quando vocês voltam para o vilarejo, a vila está sendo atacada por um Nagacuga afetado pelo Miasma Sombrio, uma forma de possessão que aflige um monstro. Na confusão do ataque, a mãe de Cheval morre, Ratha aparentemente morre defendendo o vilarejo do Nargacuga, e a vila fica toda destruída.
Um ano depois, chegou sua vez de se tornar Montador ou Montadora de Monstros, e através do Ritual de Afinidade (que é interrompido por Navirou, um felyno que quer comer o ovo do seu monstro), você racha seu primeiro ovo e recebe seu primeiro monstro de estimação, ou Monstie. Cheval racha um ovo também, mas vira super anti-herói do tipo “vou matar todos os monstros com miasmas” e abandona a vila, enquanto Lilia decide entrar pros Escrivães Reais, uma galera de estudiosos que vivem por aí.
Junto com Navirou e seus Monsties, você vai enfrentar vários monstros, derrotar e purificar o Miasma Negro em várias partes do mundo, se reencontrar com Ratha (não, ele não morreu), enfrentar a desconfiança dos Caçadores de Monstros e também a loucura de um cientista, Doutor Manelger, e seu assistente chamado… Assistente, que tentam controlar monstros através de máquinas e Pedras da Afinidade falsas.
No decorrer da história, você descobre mais sobre o passado de Navirou, e como ele foi parar no seu vilarejo, conhece Montadores mais velhos e Caçadores de diversos tipos e se fortalece para encontrar o lendário Dragão Branco (que não tem olhos azuis) e derrotar o Miasma Negro de uma vez por todas, enquanto tenta mostrar para Cheval que ir para o Lado Negro da Força não é uma boa coisa.
É muito legal terem colocado que Montadores habitam áreas remotas, e que muitos Caçadores não sabem da existência deles, o que explica não falarem sobre Montadores em nenhum outro jogo da franquia, além de você ter que fazer tarefas para provar seu valor, mostrando assim que Montadores não deixam em nada a desejar em relação aos Caçadores dos jogos principais da série.
A História do jogo é bem linear e dura entre 50 e 70 horas, dependendo do quanto você quiser explorar antes de ir para os próximos pontos.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Monster Hunter Stories não é um RPG de ação, como os jogos principais da franquia. O apelido de “Pokémon de Monster Hunter” não é à toa. Você rouba ovos de ninhos, racha esses ovos em Monsties, treina esses Monsties e monta uma equipe de seis deles para enfrentar outros Monstros em batalhas de turno. É importante variar os Monsties não só para ter versatilidade elemental e de tipos de ataques, como também porque há lugares que só podem ser acessados por Monsties específicos.
Falando em lugares, você passeia pelo mapa em busca de lutar contra Monstros e de invadir seus ninhos para roubar os ovos, e não há encontros aleatórios no jogo, você consegue ver os Monstros no mundo e decide se vai enfrentá-los ou não, dos menores aos maiores.
Você também pode coletar diversos recursos, como minerais, cogumelos, mel, grãos, plantas e outras coisas, que vão te ajudar a fazer seus próprios itens, como poções, elixires e outras coisas necessárias em suas batalhas.
Nessas batalhas, você escolhe seus comandos, seus Monsties atacam, e os Monstros adversários também. Você pode optar por usar habilidades específicas ou itens e, ao atingir o nível máximo de Afinidade com seu Monstie, você pode montá-lo e realizarem juntos um ataque especial, com três níveis diferentes de força. Ao ganhar batalhas, você ganha experiência, e essa experiência faz você e seus Monsties subirem de nível, ficando mais fortes e ganhando novas habilidades.
A exemplo dos jogos principais da série, cada Monstie/Monstro tem suas resistências e fraquezas, tanto elementais quanto a tipos específicos de armas. Ao se preparar para cada Monstro, você deverá que tipo de armadura e arma usar, e quais Monsties levam vantagem em relação a ele. Então, a exemplo do que acontece nos outros jogos de Monster Hunter, estudar sobre os Monstros antes de enfrentá-los ajuda bastante nas caçadas (ainda que montadas). Estudar um Monstro (ou apanhar para eles) também pode te ensinar quais itens você precisa levar em sua Bolsa de Combate, já que a quantidade de itens acessíveis durante as batalhas é limitada a ela, não a todo o seu inventário.
Essas batalhas em turno são enriquecidas por um sistema do tipo “Jo-Ken-Pô”, no qual você e os Monstros escolhem entre usar um Ataque Potente, Ataque Rápido ou Ataque Técnico. O Potente vence o Técnico, que vence o Rápido, que vence o Potente. Alguns Monstros usam apenas um tipo de ataque, outros usam mais de um; alguns têm um padrão, outros, não. Em todo caso, ganhar a disputa aumenta os Pontos de Afinidade recebidos e seu dano causado, enquanto que perder aumenta o dano recebido. Caso você e seu Monstie escolham o mesmo tipo de ataque contra o mesmo Monstro, e ganhem a vantagem, vocês realizam um Ataque Duplo, no qual o dano causado é muito maior, e você não sofre dano naquele turno.
Em alguns momentos, aparentemente aleatórios, eventos em tempo real aparecem no meio das batalhas. Você precisará apertar o botão A repetidas vezes, girar o direcional analógico rapidamente ou apertar os botões L e R em sucessão, dependendo de qual for o tipo de duelo direto entre o Monstro e seu Monstie, e vencer esse duelo fará com que vocês causem dano extra de grande proporção ao Monstro inimigo.
Ao derrotar Monstros, assim como em todo Monster Hunter, partes dos corpos, como penas, ossos, chifres, caudas e pele, entre outras, “caem” e você pode usar isso tudo, junto com minerais e outros recursos coletados, para criar ou melhorar suas armas e armaduras.
Quanto melhor for seu desempenho na luta, mais itens ficam disponíveis após ela.
As missões da história são indicadas por marcadores laranja no mapa, mas boa parte das missões paralelas também podem ser monitoradas, com marcadores azuis, e há um montão delas, que te dão receitas de itens, experiência, dinheiro e muito mais.
Aqui, um ponto interessante: boa parte dos RPGs consiste em você parar diversos momentos e fazer o famoso “grind”, que é ficar treinando sem parar para ganhar experiência e conseguir vencer o próximo chefão. Aqui, há alguns poucos momentos em que isso se faz necessário e, sinceramente, se você fizer todas as quests e não variar muito seus Monsties, a quantidade de momentos é ainda menor. Eu só tive um Monstro que eu precisei subir alguns níveis extras para conseguir derrotá-lo, todos os outros, quando perdi, foi só questão de entender quais itens e armas usar, e que tipo de Monsties deveriam estar em campo em cada momento. O jogo é simples, mas tem um nível estratégico interessante que pode agradar muitas pessoas, mas há momentos em que a sorte determina quem vence ou perde.
Você tem direito a três vidas na partida, que são compartilhadas entre você e seus Monties. 3 nocautes significam derrota, o que te deixa de volta antes da cutscene daquele Monstro começar, com apenas uma vida. Sugiro sempre salvar antes de um momento importante e recomeçar a luta caso perca.
Navirou não participa da luta, ele é como a Navi de Ocarina of Time, fica dando palpite nas coisas e fazendo comentários.
Você também pode selecionar três dos seus Monsties e enfrentar outros treinadores Montadores, seja através da conexão local, seja online, e tentar se tornar o maior mestre Montador de todos os tempos.
O jogo tem pontos de viagem rápida que são os pontos de Gatovan, no qual Felynos te arrastam de um canto pro outro sem custo algum, e nos quais você também pode salvar. Você também pode salvar (e recuperar sua vida enquanto isso) na sua cama. O jogo também tem um sistema de salvamento automático (que pode ser desligado), que salva em basicamente todos os momentos de mudança de cenário, então, caso você se esqueça de salvar antes de enfrentar um Monstro importante, caso perca, o jogo será salvo automaticamente depois de perder, então, cuidado com isso.
Na sua casa em cada cidade, além da cama, você ainda terá disponível do lado de fora um Felyno que cuida dos seus Monsties, que é onde você pode rachar ovos, fundir Monsties para passar genes, gerenciar sua equipe e mandar Monsties em expedições para ganharem experiência e/ou trazerem itens para você.
Você também terá disponível seu Poogie escolhido. Eles são porquinhos fantasiados de formas diferentes que aparecem em vários pontos do mundo, e você precisa resgatá-los. A cada poogie resgatado, um item de recompensa.
Além da “Poogie-Dex”, você também tem uma Enciclopédia de Monstros enfrentados e de Monsties rachados. Temos que pegar rachar todos!
Esta versão remasterizada de Monster Hunter Stories tem um novo modo Museu, no qual você pode ouvir as músicas do jogo, além de artes conceituais e comentários dos desenvolvedores, e também todo o conteúdo exclusivo da versão japonesa do jogo do 3DS, o que significa que, pela primeira vez, o público ocidental terá acesso a alguns Monstros de fim de jogo, como alguns dos Dragões Ancestrais, como Monsties, além de looks das personagens exclusivas do anime de Stories e alguns detalhes extras, que fazem desta a edição definitiva do jogo.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Monster Hunter Stories no Switch é uma delícia de jogar. Acho que essa é a melhor palavra para descrever. Apesar de ser esperado, já que é um remaster de um jogo do 3DS, Monster Hunter Stories 2 apresentava alguns problemas técnicos, o que não acontece aqui.
Eu já falei sobre as questões do início do jogo na prévia, e minha opinião continua a mesma depois de algumas dezenas de horas: remaster bem-feito com as opções disponíveis.
As batalhas são fluidas, a resposta dos botões é perfeita, as telas de carregamento, ainda que muitas, não levam muito tempo, e as artes são bem bonitas. Você consegue notar que o jogo foi feito num gráfico mais simples, mas a polidez dada aqui garante cenas muito bonitas, paisagens majestosas e Monstros mais bem detalhados do que eu esperava ver.
O jogo tem tradução completa para o português em todos os menus, textos, localizações e movimentos dos Monsties/Monstros, inclusive os trocadilhos felinos dos Felynos, que em alguns momentos, cansam um pouco, mas nada que quem conhece a franquia já não tenha se acostumado. Há alguns erros de tradução, mas são bem poucos.
Além disso, há uma dublagem completa em inglês e japonês, e pelo que percebi, são as mesmas vozes do anime, então, pra quem assistiu ou vai assistir, é muito bacana de reconhecer suas personagens favoritas só pelo som delas. Falando em sons, cada Monstro tem sons distintos (embora bem parecidos), e as cidades e cenários todos têm seu próprio sabor, sua própria atmosfera única. Estar em Gildegaran traz um clima muito diferente de estar em Oassum, por exemplo. Depois de idas e vindas, você consegue reconhecer os lugares pelos sons que ouve em cada um deles até, e essa distinção torna o mundo muito mais vivo.
O jogo tem suporte a amiibos, mas não tenho nenhum da franquia para testar. Os de Animal Crossing e de Zelda geram itens aleatórios e podem ser usados uma vez por dia cada. Se for como a versão do 3DS, cada amiibo de Monster Hunter libera armaduras ou ninhos de Monstros.
Um incômodo é que o jogo fica 100% do tempo conectado na internet, e não há forma de desligar isso. Isso significa que, além de você não conseguir baixar novos jogos e conteúdos enquanto joga, a menos que você deixe seu console em modo avião, sua bateria será sugada se estiver jogando no Modo Portátil, então, preste atenção a isso.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Monster Hunter Stories faz seu retorno triunfal nesta versão remasterizada para o Nintendo Switch. Sua história instigante, com personagens cativantes, além da variedade de Monsties disponíveis torna esta uma ótima introdução ao universo de Monster Hunter, e uma variação bacana para quem já conhece a franquia e gosta de RPGs de turno.
Monster Hunter Stories lança para o Nintendo Switch amanhã, e já pode ser reservado no eShop Brasil.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Capcom
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