Mistério, intriga, ação e muita furtividade. République: Anniversary Edition traz para o Nintendo Switch a experiência completa deste indie no qual você encarna uma garota desconhecida tentando fugir de uma ditadura numa fortaleza. Veremos se vale a pena não escapar dele.
[bs-heading title=”Sobre Republique Anniversary” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Republique, o jogo original, foi fruto de um projeto de financiamento coletivo bem sucedido, que arrecadou mais de meio milhão de dólares em 2002. O primeiro capítulo foi lançado para sistemas iOS em 2013, chegando a PCs em 2014. O jogo é uma parceria da Camouflaj LLC, estúdio fundado por um ex assistente de produção da Kojima Productions, com a Logan TV, um estúdio visual que trabalha com todo tipo de visuais gráficos, e foi responsável pelas cutscenes do jogo. Dez anos depois, République: Anniversary Edition é lançado, trazendo a experiência para o Nintendo Switch.
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Lançamento: 8/Out/2024
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
A história é, sem dúvida, a melhor parte desse jogo. République: Anniversary Edition traz, sem modificações, os cinco capítulos lançados originalmente, que podem garantir umas boas 40 a 80 horas de jogatina, talvez mais, se você quiser completar todos os colecionáveis.
Você está no controle de Hope, uma garota nascida numa fortaleza que vive sob um regime ditatorial. Você descobre que um hacker tem acesso a aparelhos e câmeras da fortaleza, chamada Metamorphosis, supostamente uma sociedade perfeita, e com a ajuda dele, vai passar seu tempo aqui tentando fugir desse calabouço, que deveria ser a sociedade perfeita.
Guiando Hope por câmeras de segurança, seu único ponto de vista, seu objetivo é evitar que os seguranças desta fortaleza te encontrem enquanto você evolui seus equipamentos e coleta informações que possam te ajudar a escapar da fortaleza.
São cinco capítulos, e por mais que não haja punição real por ser pega, o nível de tensão é bastante alto na maior parte do tempo, especialmente quando você está perto de atingir algum objetivo importante, e há Prizraks (esses guardas) pra todo lado (você também pode tentar bater a carteira deles e roubar os itens, fique à vontade).
Há muitas críticas sociais bastante pesadas nesse jogo, e, felizmente, a maioria delas pode ser acompanhada em português, já que o jogo é quase 100% localizado no nosso idioma. Eu digo quase porque alguns textos pequenos escapam, mas as falas são 100% legendadas.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
République: Anniversary Edition teve a oportunidade de fazer algumas correções para sua edição especial, e optou por não fazer, já que a única diferença da versão normal e da versão Anniversary são extras com informações da produção (e que não são legendados).
Com isso, os mesmos problemas do jogo original estão presentes aqui. Mas primeiro, falar de como o jogo funciona no geral.
Como falei acima, a sua movimentação é baseada nas câmeras de segurança, porque você só consegue ver Hope através delas. Isso significa que para você poder movê-la com segurança de um lugar a outro, você terá de deixá-la parada e/ou escondida enquanto navega por todas as câmeras da sala, hackeia os computadores e telefones, chama a atenção dos Prizraks para eles irem olhar algum lugar longe de onde você quer levar Hope, e assim vai.
Após visualizar a área como um todo, você pode mover Hope com segurança para a próxima área, e o jogo é basicamente isso. Não parece ser tão emocionante, mas é bem interessante você calcular como passar por cada ambiente sem ser vista, se essa for sua opção, ou para decidir qual Prizrak você quer roubar, para pegar seus itens.
Sua única forma de lutar contra eles é através de sprays de pimenta e tasers, sendo que se você joga no nível fácil, pode usar um taser infinito, e alguns têm máscaras, outros, armaduras que os tornam imunes a cada arma, e se você for pega, perde todas as armas que tinha em seu poder, e é levada para a cela mais próxima. Aí, você vai ter que abrir a cela, e voltar até onde estava.
O grande problema na jogabilidade está no fato de que a mudança de câmera é automática, e você não pode desligar isso. Isso quer dizer que, ao andar com Hope de um lugar para outro, quando você se afasta de uma câmera, automaticamente, sua visão passa para outra, o que significa que se você estiver andando para um lado, ela pode começar a andar para outro, dando, por exemplo, de cara com um Prizrak que você estava tentando evitar.
Andar grudada na parede também é um desafio para Hope, porque é difícil de notar quando ela está escondida de fato, e quando não está, especialmente quando as câmeras ficam mudando.
Num jogo cujo objetivo é ficar escondida, é bem difícil fazer isso em alguns momentos nos quais as câmeras parecem estar jogando contra você, especialmente em espaços pequenos ou contra bosses do jogo.
République: Anniversary Edition traz todos os puzzles originais, boa parte deles muito bem trabalhados, além de todos os colecionáveis, que são disquetes, livros e fitas em homenagem a filmes, livros e jogos antigos. Infelizmente, não há uma descrição melhor dos itens: teria sido uma boa coisa de se adicionar na edição de aniversário do jogo, já que a maioria das pessoas que jogar République: Anniversary Edition não vai conhecer nenhum ou quase nenhum dos jogos que você pega.
Outra coisa que deveria ter sido corrigida para a versão Anniversary é que para conseguir 100% no jogo, você precisa hackear todas as câmeras em todos os capítulos, mas não há uma marcação sequer de quais câmeras você já hackeou. Boa sorte encontrando a última câmera que falta.
A última coisa que faltou foi permitirem que você pause, volte ou avance os diálogos. É extremamente complicado quando você se distrai, perde uma informação importante que está no meio de uma fita de 5 minutos, e precisa voltar tudo pra descobrir o que era.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
A parte técnica do jogo é uma mistura de erros e acertos. As vozes são bem feitas, os sons dos ambientes são bem OK, mas o jogo dá algumas engasgadas que não são aceitáveis, especialmente porque Republique pode ser jogado em dispositivos celulares, e o Switch tem mais poder que boa parte deles.
Os gráficos não são tão polidos, mas o jogo até que tem uma estética bonita, cada cômodo da fortaleza parece parte de um todo, não há muitas desconexões, não parecem ser ambientes diferentes. Há uma grande riqueza de detalhes, e eu gosto que quase tudo foi legendado.
As cutscenes, porém, são muito lindas, são maravilhosas, muito bem feitas e encenadas, passando emoções adequadas pra cada momento e te fazendo se sentir num filme ali naquele momento.
O maior problema porém é o fato de que é muito difícil ver alguns itens mais distantes, especialmente porque a função de zoom não funciona tão bem o tempo todo.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
République: Anniversary Edition é um jogo OK. Ele garante algumas dezenas de horas de diversão e oferece uma boa história para quem gosta de jogos com bastante política, intrigas e mistério. Não é um jogo revolucionário, mas vale conhecer, especialmente se você é o tipo de player que gosta de fazer 100% em tudo. Boa sorte.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Camouflaj LLC.
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