Essa franquia é definitivamente uma das mais marcantes que já passaram pela minha vida. Ainda me lembro como se fosse ontem jogando o terceiro jogo no PC do meu pai e me divertindo horrores, sem entender nada sobre os personagens ou a história em si. Crescendo, tive a chance de jogar todos os títulos da saga e, finalmente, entendi porque esse mundo pirata também é especial: diálogos incríveis, uma história super bem construída e um senso de humor único. No início deste ano, um novo jogo chamado The Return to Monkey Island foi anunciado, e eu não poderia estar mais feliz do que agora que tive a chance de jogá-lo e reviver memórias de infância.
Uma breve visão geral
Sem mais delongas, devo dizer: é difícil explicar em apenas algumas linhas, mas o jogo é basicamente sobre Guybrush Threepwood, o autoproclamado pirata que tem um rival chamado LeChuck, o pirata zumbi fantasma. Anos atrás, LeChuck tentou roubar a esposa de Guybrush, Elaine, e eles lutaram até a morte para decidir o destino da garota. Além disso, o primeiro jogo é originalmente chamado Monkey Island por causa de uma ilha chamada, bem, Monkey Island, que guarda um segredo desejado por muitos. E adivinha quem está atrás disso? Claro: não apenas Guybrush, mas também LeChuck. Além de quê, partes das histórias dos games anteriores podem ser encontradas no menu principal, além de serem apresentadas antes do início.
Dito isto, nossa missão agora é, mais uma vez, visitar Monkey Island e finalmente desvendar seu segredo. No entanto, LeChuck também está mais uma vez perseguindo o mesmo objetivo de Guybrush, e precisaremos encontrar uma maneira de se infiltrar em sua equipe e pegar carona no bando sem sermos vistos.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Quanto à história e senso de humor, você pode esperar um monte de palhaçadas como sempre, considerando que você já jogou Monkey Island antes. A franquia é uma boa variedade e mistura de bobagens diferentes, indo desde piadas do tio do pavê até trocadilhos e sarcasmo. Para mim, Ron Gilbert (o diretor) sempre foi impecável em termos de roteiro. Toda a interação me lembra os bons velhos tempos, e é uma mistura de cada jogo Monkey Island com seu próprio tom de originalidade.
O novo jogo em si
A maior e mais útil mudança agora é, eu diria, o Livro de Dicas, por meio do qual você pode consultar seus próximos passos e o que deve ser feito para terminar um quebra-cabeça ou o capítulo atual. Depende de você se quer ler apenas a primeira e superficial pista, ou quer ir direto à resposta clara para o enigma em questão. Isso significa que não há necessidade de procurar na internet qualquer passo-a-passo, pois agora tudo é implementado nativamente. Embora isso estrague qualquer puzzle, não é obrigatório de se abrir o livro.
Quando se trata de recursos de qualidade de vida, temos uma maneira de percorrer os registros de diálogo anteriores, para que possamos ler o log caso tenhamos perdido alguma coisa. Há também o idioma português brasileiro (para legendas). Em termos de dublagem, apenas inglês (tanto americano quanto britânico, variando de personagem para personagem) e alemão estão disponíveis. Infelizmente, não havia como pular direto para o mapa usando um comando simples, o que me levou frequentemente a correr para o ponto de saída mais próximo.
Quando se trata de puzzles e afins, muitos itens encontrados devem ser combinados ou testados com objetos do cenário, ou mesmo com NPCs para encontrar uma resposta para eles. Em geral, todos eles continuam brilhantes e criativos como de costume. A maioria pode ter sua resposta revelada simplesmente conversando com NPCs ou analisando itens, assim você pode encontrar uma dica para o seu próximo objetivo.
E é claro que referências estão por toda parte. Há uma bastante clássica no Scumm Bar, personagens de títulos anteriores que aparecem mais uma vez e, finalmente, uma quebra da 4ª parede ao se referir diretamente ao passado de Monkey Island como jogos que são. Quanto ao humor, o sarcasmo está de volta, as piadas bobas marcam presença, e não consigo colocar em palavras o quanto senti falta do senso de humor e da personalidade de Guybrush.
O maior pecado do jogo é, de longe, a não existência do Insult Sword Fighting (duelo de espadas com insultos). Há uma pequena referência aqui e ali, mas nada significativo ou que se compare ao duelo em si. No entanto, isso até pode ser implementado no jogo no futuro por meio de DLC, um minigame ou algo assim, e eu realmente não acredito que os desenvolvedores devam perder essa oportunidade, pois essa sempre foi uma das partes mais icônicas da série.
Conclusão emocional
Return to Monkey Island é uma espécie de carta de despedida da série, com um tom bastante emotivo ao apresentar o desfecho do game. Certamente, os que cresceram jogando a série terminarão a jogatina com uma lágrima caindo do rosto, enquanto que os que não são tão familiriaziados assim provavelmente ficarão, no mínimo, curiosos para conhecer a origem desta peça magnífica da história dos videogames.
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