River City Saga: Three Kingdoms Next não é seu típico jogo da franquia Kunio-Kun. Desta vez, a turma se encontra mais uma vez na China antiga, em uma era marcada por batalhas entre reinos para conquistar territórios e estabelecer respeito. É com essa premissa que os heróis embarcam em mais uma jornada, já que este título é uma sequência de outro jogo lançado há alguns anos. Para dar um pouco de contexto, eu não joguei o título anterior, então não tenho como fazer uma comparação direta entre eles. No entanto, já experimentei vários outros jogos da franquia Kunio, e aqui está minha análise de como este se sai.
História Demais e Ação de Menos
Logo de cara, dá para perceber que a história em Three Kingdoms Next ocupa um espaço muito maior do que deveria. A quantidade de diálogos é enorme, e embora eu tenha dado uma chance no início, lendo tudo com atenção, depois de uns 10 minutos, já estava saturado e comecei a passar rapidamente pelas conversas. A maior parte das falas consiste em piadinhas, frases engraçadas e diálogos que pouco acrescentam à trama principal, servindo apenas para estabelecer o tom de aventura do jogo. A impressão que fica é que a cada passo dado ou cenário visitado, há uma nova sequência de conversas.
Embora a proposta de trazer mais narrativa possa parecer interessante para alguns, ela se torna um grande empecilho quando você está buscando a essência da série: a ação. Em jogos beat ‘em up, a história geralmente deve ser simples e objetiva, permitindo que o foco principal permaneça nas mecânicas de luta e progressão. Aqui, no entanto, parece que estamos jogando 80% de uma visual novel e apenas 20% de um beat ‘em up.
O jogo segue a estrutura já vista em River City Girls, em que você precisa ir e voltar entre diferentes locais do mapa para avançar na missão principal ou aceitar missões secundárias. Para jogadores que apreciam explorar cada canto do cenário, isso pode ser um ponto positivo. No entanto, no caso do Switch, os longos tempos de carregamento entre as áreas tornam essa exploração um processo cansativo. Cada transição de cenário exige alguns segundos de espera, e quando somamos isso ao número de vezes que precisamos mudar de área, a experiência pode se tornar exasperante.
Mecânicas de Combate e Evolução
Apesar dessas críticas, a mecânica de beat ‘em up em Three Kingdoms Next continua a ser o grande ponto forte do jogo. O sistema de combate mantém a essência dos títulos anteriores da série, o que é um alívio. Espancar inimigos até o chão continua sendo extremamente divertido, especialmente quando você joga com outra pessoa no mesmo console. E para quem prefere jogar online, o modo cooperativo via Wi-Fi local é uma opção bem-vinda e funciona bem na maioria das vezes.
No quesito mecânicas, o jogo permite que você evolua seu personagem distribuindo pontos de atributos que são ganhos ao derrotar hordas de inimigos ou vencer batalhas contra chefes. Além disso, você pode equipar o personagem com itens personalizados que aumentam atributos como defesa e saúde. Novos movimentos também podem ser desbloqueados gastando pontos especiais, sem mencionar os golpes supremos, que atingem todos os inimigos na tela ao custo de sua barra de SP. Essa mistura de RPG com beat ‘em up torna o progresso gratificante e dá um senso de personalização que muitos jogos do gênero não oferecem.
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Lançamento: 8/Out/2024
Embora as mecânicas de combate sejam muito divertidas, o grande problema de Three Kingdoms Next está na quantidade absurda de diálogos. É frustrante a frequência com que a ação é interrompida para diálogos desnecessários e longos. Você passa vários minutos lendo ou ignorando conversas apenas para ter alguns poucos minutos de combate. Esse padrão se repete durante todo o jogo, o que torna a experiência cansativa para quem procura mais ação e menos narrativa.
Não é que a história seja ruim, mas a forma como ela é apresentada compromete o ritmo do jogo. Jogos da franquia Kunio-Kun sempre foram conhecidos por sua ação rápida e envolvente, com histórias simples que servem apenas como pano de fundo. Aqui, parece que tentaram transformar o jogo em algo que ele não é: um visual novel com elementos de luta.
Um misto de 80% visual novel e 20% ação
River City Saga: Three Kingdoms Next traz uma mistura interessante de elementos clássicos da série Kunio-Kun com algumas ideias modernas, mas peca ao focar demais na narrativa e de menos na ação. O combate é sólido, divertido e oferece várias opções de personalização e evolução, além de contar com modos cooperativos local e online. No entanto, a experiência é prejudicada pela quantidade excessiva de diálogos e pela estrutura de exploração que exige muitas transições entre cenários, especialmente no Switch, onde os tempos de carregamento são um problema.
Se você é fã da série e está disposto a tolerar essas falhas, encontrará diversão em meio às batalhas e mecânicas de evolução. Mas se você busca uma experiência mais focada em ação, talvez esse jogo não seja a melhor escolha dentro do universo Kunio-Kun.
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