Shadowverse: Champion’s Battle tenta seguir a fórmula de sucesso de Yu-Gi-Oh!, indo de um card game para um anime, e do anime para um jogo de videogame. Jogamos e contamos pra vocês tudo o que achamos.
[bs-heading title=”Sobre Shadowverse: Champion\’s Battle” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Shadowverse é um jogo de coleção de cartas criado pela Cygames e lançado para celulares e PC em 2016. Para quem não conhece a Cygames, ela é responsável por gigantes como Granblue Fantasy, Dragalia Lost, entre outros, o que significa que ela sabe o que faz com jogos, e Shadowverse, o jogo base, não é diferente.
Shadowverse segue o padrão de card games, com lançamento de expansões novas a cada 3 meses, rotação de coleções válidas e muito mais, com o diferencial que é um jogo bem mais honesto que a maioria dos outros que envolvem dinheiro, já que é possível montar um deck competitivo só com os recursos que o jogo dá. Apesar disso, é mais lucrativo que jogos como Fire Emblem Heroes.
No primeiro semestre do ano passado, foi lançado o anime de Shadowverse, que causou certa estranheza, já que as cartas não são necessariamente apropriadas para crianças de todas as idades, e o anime foca bastante no público infantil, até mais novo do que os que assistem Yu-Gi-Oh!
O anime é recheado de efeitos e batalhas épicas (que terminam quase todas do mesmo jeito), mas é legal para você conhecer todas as personagens em outro ponto de vista, e dá uma referência legal para o jogo, e eu recomendo, por ser bem leve, embora claramente seja um anime feito de propaganda do jogo, e tenha o protagonista que sempre saca seu Ignis Dragon aleatoriamente quando mais precisa pra vencer.
Em novembro do ano passado, a Cygames lançou Shadowverse: Champion’s Battle para o Nintendo Switch no Japão, e hoje, o jogo, que já tem a demo disponível há um tempo, fica disponível para compra, tanto em mídia física quanto em mídia digital, aqui no ocidente.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Shadowverse: Champion’s Battle tem uma história típica de anime. Em vez de ser prequel ou sequel do anime, a história aqui é um universo paralelo: várias coisas que acontecem com o Hiro, a personagem principal do anime, são transferidas para você, protagonista. Isso faz com que você realmente se sinta como a estrela do show, o que é uma sacada muito legal. Não matam a essência das personagens do anime, mas não deixam a personalidade de niguém sobrepujar a de quem joga.
Você pode escolher o gênero inicial da sua personagem principal, e ela ou ele entra no começo do ano na escola, e logo se junta a Hiro, Mimori, Kazuki e Kai na missão de salvar o clube do Shadowverse da extinção. E como faremos isso? Disputando torneios e provando que somos dignos de continuarmos. Detalhe importante é que você não guia alguém completamente sem emoções, sua personagem tem atitude, opinião e vozes próprias, e você pode adicionar um toque pessoal em algumas questões, embora suas respostas não façam real diferença na história.
Entre os 10 capítulos da história, você vai ter a oportunidade de fazer várias missões paralelas e conhecer melhor cada personagem. Há poucos momentos surpreendentes em si, o jogo é bem linear, mas as side quests realmente adicionam consistência ao jogo e abrem o leque de opções: se você quiser ignorar toda a história extra, pode simplesmente ir atrás de fazer apenas as partidas necessárias pra ir subindo de ranking e avançando nos torneios; se quiser jogar com mais calma, pode se sentir realmente protagonizando um anime.
Ignorando todas as histórias paralelas, basicamente o jogo acompanha você subindo os rankings, vencendo torneios, acumulando troféus, até chegar ao maior palco de todos, o Nacional, no qual você pode se sagrar o maior dos mestres Poké… digo, o maior dos mestres do Shadowverse.
É uma progressão de torneios cada vez mais difíceis intercalada com um pouco de história no meio. Não é ruim por isso, ela é bastante charmosa e tem muitos momentos bonitos, mas definitivamente, não é a razão de ser do jogo.
Ainda há um pós-jogo que adiciona umas sete a dez horas, fazendo com que a aventura inteira dure de 20 a 50 horas, em média, podendo subir muito mais se você se preocupar em colecionar todas as cartas das três expansões e em fazer todas as missões paralelas: complecionistas ficarão felizes aqui, já que tem muita coisa pra colecionar.
[bs-heading title=”Gameplay” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Shadowverse: Champions Battle tem dois modos principais de jogo: a aventura e as partidas.
Durante a aventura, você guia sua personagem em terceira pessoa pelos corredores da escola, por alguns lugares específicos da cidade e pelo dormitório. Não há muitas opções de lugares, mas elas são o bastante para adicionar certa diversidade.
A movimentação é simples, e você pode usar o mapa para se mover rapidamente de um lugar a outro, desde o começo do jogo, o que é maravilhoso, já que você também pode visualizar no mapa onde está cada missão disponível.
Já durante as partidas, o jogo se assemelha à versão de celular, inclusive tendo suporte para o toque, o que deixa a experiência bem mais imersiva. A sensação de jogar cartas é muito melhor quando você pode só lançá-las à mesa, mas jogar no controle também é confortável, então, se você gosta de jogar na sua TV, não se preocupe.
Há diversos decks diferentes para você experimentar, mas como todo mundo que joga jogos de cartas, você vai querer experimentar novos decks, novos combos, e apesar de haver uma quantidade limitada de classes diferentes, você aprenderá rapidamente que há uma infinidade de possibilidades de combinações de decks, e mesmo dois adversários com o mesmo tipo terão estratégias completamente diferentes. Se você não tirar um tempo pra aprender sobre o jogo, você terá dificuldade, e aí, sugiro se ater a um deck padrão.
Se por um lado isso é legal, por outro, pode tornar partes do jogo frustrantes, já que você não consegue avançar se não vencer partidas, e não há um modo fácil no jogo. Imagino que muita gente vai largar o jogo enfurecida em algum momento de algum torneio, porque não importa o deck que você use, sempre haverá um adversário que consiga derrubá-lo, então, aconselho a aprender a usar pelo menos 3 tipos diferentes de decks, você não vai querer se ver no mesmo lugar que eu, com 5 decks fortes de um tipo, mas todos completamente inúteis contra certo oponente.
De qualquer forma, enquanto envolver cartas, envolve sorte, então, mesmo que seu deck seja perfeito, pode ficar vários turnos sem cartas importantes, e perder, e ter que recomeçar. E há muitos momentos nos quais o PC rouba loucamente, com combos insanos que exigem que você tenha a sorte perfeita e jogue perfeitamente para vencer.
Podia haver menos dessas partidas no jogo, na real. Um último detalhe importante é que só temos as primeiras três expansões de Shadowverse, somadas a algumas cartas criadas para o anime e mais algumas exclusivas da versão do Switch. Algumas cartas que sofreram modificações em versões posteriores não sofreram aqui, então, há algumas combinações bem quebradas que podem tornar o jogo muito fácil, se você se der ao trabalho de buscar as cartas.
Não posso esquecer de mencionar que o jogo tem um modo online. A versão japonesa morreu pouco menos de dois meses depois do lançamento, em termos de presença de gente para jogar, mas a versão que veio para o ocidente oferece vários bônus e inclusive passe premium. Quero ver como a Cygames vai fazer para que esse jogo não concorra com o principal, já que duvido muito que alguém compre, por exemplo, o Battle Pass pros dois.
Como recebemos o jogo antes do lançamento, não pudemos testar muito, mas conseguimos fazer algumas partidas, tanto ranqueadas quanto no lobby particular quanto livres (obrigada pela ajuda, Jay), e queria destacar que o matchmaking é bem rápido quando tem jogador, não demora pra conectar, não tem muito lag e tem limite de tempo pro turno do adversário, então, o jogo tem tudo pra ter uma cena online, pelo menos nos primeiros meses. Vamos ver se vai durar, por causa dos combos quebrados supracitados.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
De verdade, Shadowverse: Champion’s Battle é impecável tecnicamente falando. Para começar, como o jogo e o anime são intercalados, os mesmos dubladores do anime dublam as personagens do jogo, e há várias cenas exclusivas feitas pelo jogo pelos desenhistas do anime. Os momentos nos quais essas cenas são inseridas são perfeitos, e adicionam importância a momentos que talvez não seriam tão lembrados, mas que se referem a pontos importantes do anime.
O jogo te permite alterar entre as vozes, e se você deixar no modo de autoplay e ligar as legendas, parece que tá vendo um anime na maior parte das conversas.
Não observei problemas de redução de framerate em nenhum momento, mesmo com mais ação na tela. O jogo foi claramente feito pensando em todos os detalhes para que a performance fosse muito boa no console, tanto no modo portátil quanto no modo dock. Aliás, esse é um daqueles jogos que são mais agradáveis de jogar na mão que na televisão.
Há cutscenes de algumas cartas especiais (que te rendem estátuas dessas cartas na sala do clubinho), e mesmo nelas, o sistema aguenta tranquilamente. Os cenários de fundo têm alguma ação e pessoas em movimento, e há variedade suficiente em personagens importantes pra que a gente lembre de várias delas.
A localização para o inglês também está maravilhosa. As vozes escolhidas são perfeitas, e espero que usem as mesmas na versão americana do anime, se um dia ela existir (espero que exista).
A tradução das cartas obviamente segue os nomes que já existem no jogo principal, e gostei das traduções que deram pras cartas que não tinham nome ainda. Várias piadas foram muito bem adaptadas, e a sensação geral é a de muito cuidado com a produção toda.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Shadowverse: Champion’s Battle não oferece nada de muito novo em termos de games, já que é basicamente, um clone de Yu-Gi-Oh! na jornada de jogo > anime > jogo de console, mas o fato de ser bem menos complexo, somado ao cuidado tido com o jogo, primor técnico, personagens cativantes e história OK fazem dele um título muito sólido, especialmente para quem não quer ter que lidar com as mais de dez mil cartas de alguns dos jogos disponíveis no console. É divertido, é leve e pode fazer muita gente decidir jogar Shadowverse.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Cygames
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