Tales from Candleforth traz uma proposta de abrir um livro para histórias em Candleforth, com puzzles, desenhos à mão e terror. Como será que o primeiro jogo desse estúdio saiu?
[bs-heading title=”Sobre Tales From Candleforth” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Recomendação de Compra
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Lançamento: 17/Out/2024
Anunciado pela primeira vez no festival de puzzles da Steam do ano passado, Tales from Candleforth é o primeiro, e por enquanto único, jogo do estúdio espanhol Under the Bed Games. Lançaram uma nova demo do jogo em junho, e o jogo ganhou alguns prêmios nos poucos meses antes de ser lançado de vez, o que aconteceu no fim de abril deste ano.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Ao contrário do que o título do jogo sugere, Tales from Candleforth na real tem apenas uma história. Você começa numa biblioteca de um homem de cabeça de abóbora, e depois de encontrar seu caminho até o livro dele, você o abre e começa a história disponível.
Nessa história, a personagem principal é uma garota, Sarah, que, ao contrário do que diz a descrição do jogo, acaba de fazer 15 anos, e vai atrás da sua avó, que desapareceu. Você que joga sabe o que aconteceu com a vó, Dorothy, já que o prólogo é com ela.
Dorothy é a bruxa da vila, mas quando ela fica doente e desaparece, cabe a Sarah descobrir o que aconteceu com ela e assumir seu lugar como a nova bruxa da família, já que a mãe de Sarah quis desviver antes de ser sua vez.
No decorrer dos 4 capítulos com Sarah, você vai resolver mistérios, andar por cenários diferentes, encontrar pistas e juntar os 3 ingredientes necessários para fazer o ritual no qual você receberá seus poderes e explodir seu cosmo.
Sem spoilers, o final da história te deixa com cara de “ué?”, e o fato de não ter continuação ou algum outro conto deixa tudo com uma sensação de promessa não cumprida. Mas o decorrer da história de Sarah é intrigante o suficiente para te fazer querer continuar, apesar de não ser uma história brilhante ou muito criativa.
O jogo tem apenas cerca de 3 horas, contando que você se perca em alguns puzzles. Se você já souber o que fazer, e resolver os puzzles diretamente, o tempo cai para cerca de uma hora. Como falado, é apenas uma história, mas o jogo saiu faz só um mês, então, vamos torcer para que a Under the Bed Games esteja preparando DLCs com contos extras. Mas para mim, deveríamos ter pelo menos dois deles.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Tales from Candleforth é um point and click clássico, claramente feito para PC, com os consoles como um pensamento tardio. Uma coisa que me intriga é o jogo ter uma versão pra celular, ou seja, com suporte a toque na tela para realizar as ações, mas o Switch não ter essa opção. Seja no portátil, seja no dock, você vai ter que mover o direcional esquerdo para explorar o mapa e descobrir os segredos.
Os cenários são variados, mas todos têm as mesmas características: pontos específicos para serem descobertos que abrem outros pontos, ou dicas de uma tela que vão te ajudar a resolver as outras.
Por exemplo, enquanto você anda pela casa atrás das pistas que sua vó deixou, você desbloqueia símbolos que serão necessários para abrir uma caixa onde há um item necessário para progressão. Em outro puzzle, você precisa cobrir as flores certas para ter todas desabrochadas, de dia ou de noite.
Cada um dos cenários diferentes traz puzzles diferentes, a maior parte deles muito bem-feita, e alguns causando jump scares após sua solução. Ao resolver todos os puzzles de uma área, você vê uma cutscene breve, e o próximo capítulo está disponível.
Os puzzles podem envolver descobrir símbolos, pegar itens e levá-los para outro lugar, pôr itens numa ordem específica ou navegar por costuras abertas na realidade atrás de borboletas e mariposas. Alguns são mais fáceis, outros, bem difíceis, mas todos os puzzles te dão um momento “ooh, isso faz sentido” ao serem resolvidos.
Alguns problemas que identifiquei são: em primeiro ponto, não haver forma de você consultar anotações no jogo. Como dito, há símbolos em salas que ajudam a resolver puzzles em outras. E aí, quando você tira um print da tela, você só pode acessar através da galeria do Nintendo Switch; além de isso quebrar a imersão, é uma função gigantesca ir e voltar, ir e voltar. A maior parte das vezes que eu precisei, optei por tirar foto da tela e consultar no celular a imagem. Seria bacana se tivesse um álbum interno no qual você pudesse acessar suas “anotações”, que seriam símbolos dos puzzles.
O segundo maior problema é a completa ausência de dicas nos puzzles. O jogo é supostamente para maiores de 14 anos, o que indica que algumas pessoas nessa faixa etária talvez nunca tenham jogado um jogo com puzzles antes. Seria interessante se depois de algum tempo pulando de uma tela pra outra, mudando as luas e tentando ver o que mudou, ou mudando aleatoriamente coelhinhos de porcelana de lugar sem nenhum resultado, Sarah falasse de onde lembra ter visto algo que poderia ser relacionado àquele puzzle, ou se o jogo oferecesse alguma opção de dica.
Outro problema que achei é o fato de não ter indicação de quais itens do cenário são interativos ou não. Em alguns casos, é razoavelmente óbvio, mas em outros, você precisa passear com o cursor pela tela até mudar para alguma coisa que indique que é possível pegar algo ou acessar alguma área nova. Não é tão legal ficar andando com o direcional pra lá e pra cá por não fazer ideia de em quais vasos ou quadros você pode mexer.
No geral, é um point and click bem sólido, e os puzzles variam em dificuldade, com alguns sendo bem complexos, mas todos fazendo sentido. O problema é que pra pessoas iniciantes em jogos do gênero, isso pode significar frustração excessiva, sem nenhuma pista ou dica.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Tales from Candleforth é um jogo leve nos PCs e tem uma versão para celulares, então, supus que a versão do Switch rodaria bem, e não me decepcionei. O jogo é estável, não há quedas de framerates, as transições entre telas não demoram muito, e a resposta aos botões é perfeita.
A arte do jogo é linda, toda feita à mão, e gera um clima perfeito para a ambientação desejada. O estilo de arte lembra desenhos como Coraline ou O Estranho Mundo de Jack, com algumas cenas sendo bastante perturbadoras.
A sonorização também contribui para o ambiente, e é um jogo que dá vontade de jogar com o som ligado, porque aumenta bastante a imersão. Você se sente em um filme de terror (isso é, até ter que abrir a galeria ou olhar na tela do celular pra achar a pista que conseguiu antes).
Há diversas opções de idiomas, e aqui, a melhor delas é o espanhol. Português não é uma dessas opções, e em inglês, a gramática é bem ruim, claramente, parecendo ter sido traduzido pelo sobrinho de alguém que está no Upper Intermediate de uma escola de inglês. Lembrando que o jogo é da Espanha, o espanhol europeu é, sem dúvidas, o melhor idioma para quem entende qualquer um dos dois, mas o latino-americano também não é ruim. Não posso falar dos outros idiomas.
Como dito anteriormente, o jogo não tem suporte para usar o toque na tela como forma de jogar, o que é uma pena. Um point and click no computador é bem tranquilo, com o mouse, mas num console, ficar movendo o analógico para lá e para cá é estranho, especialmente quando existe a versão mobile, com suporte a toques, que teria melhorado muito a experiência.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Tales from Candleforth é um point and click de terror bastante sólido, com artes lindas e história intrigante (ainda que não original), além de puzzles diversos e de boa dificuldade. Sua curta duração e quebra de imersão em momentos podem torná-lo menos atraente, porém.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Under the Bed Games
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