Para quem gosta de simuladores, Two Point Hospital vem como a versão renovada de Theme Hospital, um jogo que quebrou diversos paradigmas pela sua originalidade e criatividade lá em 1997. Mas será que é um sucessor digno? Vamos conferir.
Seguindo os mesmos moldes de seu antecessor, Two Point Hospital te coloca a frente da gerência de um hospital completamente maluco. Aliás, já adianto que a enorme gama de hospitais diferentes e malucos é um grande ponto positivo deste jogo; a variedade de diferentes situações nas quais você vê durante o jogo colabora bastante para não ficar chato.
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Lançamento: Ago/2024
Mas começando pelo começo, se você nunca jogou o jogo anterior, não se preocupe, não é uma sequência. A exemplo de outros jogos do estilo, você pode não saber absolutamente nada. Aliás, este jogo pode ser seu primeiro simulador da vida, e você ainda não ficará perdida durante o jogo.
Isso se dá devido ao tutorial, extremamente bem articulado, com explicações bem claras do que se precisa fazer, ou seja, qual sala e qual profissional é responsável por resolver cada uma das doenças do jogo.
Saiba como curar casos sérios de Diarreia Verborrágica, seja uma força-tarefa contra a Panelodemia e lamente quando seu psiquiatra não conseguir curar um Patacolá Freudiano. Cada doença desse jogo tem um nome e uma cura engraçados, e é a base do humor do jogo, que também segue o original, mas ainda melhorado.
A jogabilidade é a padrão de todos os simuladores: No modo de jogo principal, você recebe um hospital e uma missão, e ao cumprir a missão, pode seguir cuidando do hospital ou avançar para o próximo. Avançando para outros hospitais, você libera novas doenças, curas e especialidades para todos os hospitais que você já trabalhou, e é sempre legal voltar e ver como se pode adicionar as novas coisas aos antigos hospitais (que ficam pausados quando você está em algum outro).
O jogo em si não tem fim, e ele tem uma lógica muito interessante de como se deve administrar o hospital. Alguns hospitais têm o orçamento menor, então você poderá ter que escolher o lucro e deixar alguns pacientes morrerem. Em outros, pegar grandes empréstimos pra desenvolver a tecnologia necessária para combater uma pandemia pode trazer maiores benefícios no longo prazo. Cada cenário tem particularidades diferentes, e você precisa se adaptar a cada uma delas. Esses cenários diferentes também te preparam para jogar de maneira mais livre e lidar com todos os problemas que vão aparecer: funcionários descontentes, fantasmas de mortos, pacientes fazendo as necessidades no corredor ou a prefeita vindo visitar e não gostando de nada; às vezes, você vai ter que abrir mão de curar certas doenças para restabelecer a saúde financeira do seu hospital, tudo rumo à tão almejada classificação três estrelas.
Além disso, Two Point Hospital teve em sua primeira atualização a adição do modo Sandbox, então agora você já pode também gerenciar hospitais livremente, sem missões, só abrir, criar e gerenciar. Também traz duas das DLCs que não estavam no jogo original, mas caso você queira ainda mais opções, você pode fazer o upgrade para a versão Jumbo, que traz todas as DLCs já lançadas, e entre outras coisas, quase dobra o número de doenças disponíveis.
Sobre a qualidade do port em si, ela é boa. Valeu demais a espera. Para quem está acostumada a ports de PC com baixa resolução e qualidade ruim, Two Point Hospital é uma grata surpresa. É muito notório o carinho e cuidado que a equipe teve na hora de trazer o jogo pro Switch, e não há perdas muito grandes; com certeza, nenhuma que faça diminuir a vontade de querer continuar jogando.
Isso não quer dizer que o jogo é perfeito. Para que o Switch desse conta de processar todos os elementos acontecendo ao mesmo tempo, as telas de carregamento são muito demoradas, e isso vale pro filminho inicial de abertura do jogo (que não dá para pular). Se você quiser verificar hospitais diferentes, vai passar um bom tempo olhando para a tela de carregamento, então, se prepare. Além disso, não faz sentido o jogo não ter suporte ao controle por toque no Switch. Com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo em diversos lugares do hospital, a capacidade de se mover rapidamente entre as áreas e de ter um zoom mais preciso melhorariam muito a experiência de jogo.
Além disso, em áreas muito movimentadas do seu hospital, o jogo tem clara queda de framerate. É ainda mais notável se você está jogando numa velocidade acima do normal. Além de atrapalhar o fluxo do seu hospital e te fazer ter uma avaliação menor, gargalos de pessoas nos corredores também farão seu sistema engasgar junto, chegando a quase pausar, dependendo de quantas pessoas tentarem passar pelo mesmo espaço. Outra questão importante é que as telas não se adaptam muito ao modo TV, no sentido de que, pelo menos para mim, que sou míope, fica muito difícil de ler, e não encontrei facilmente uma forma de aumentar as letras. Também é difícil selecionar alguma pessoa em específico em alguns momentos, você tendo que pausar o jogo pra poder fazê-lo. Reposicionar objetos também é extremamente chato, e você vai se ver cansando de pegar a coisa errada e/ou colocá-la no lugar errado, e depois não saber mais como você queria, cancelar tudo e começar de novo.
Mas esses probleminhas não diminuem em nada a experiência divertidíssima que é esse jogo. A tradução está impecável e manteve o nível do humor do jogo original, ambos fazendo justiça ao charme e humor de Theme Hospital, adaptados aos tempos modernos.
Se você gosta de gerenciar coisas, e/ou é fã do Theme Hospital, Two Point Hospital é o jogo ideal para você. É impossível você não se divertir com ele, e ele permite que você alterne entre intensas horas de jogatina e breves momentos sem que sua experiência seja prejudicada. É perfeito para todos os momentos e ideal para toda a família.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pelo Two Point Studio
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