Witch Spring 3 Re: Fine – The Story of Eirudy traz para o Nintendo Switch uma das franquias mais simpáticas da história dos jogos mobile. Existente desde 2015, ela chega a um console pela primeira vez, e a gente conta para vocês como ficou.
[bs-heading title=”Witch Spring 3 Re: Fine – The Story of Eirudy” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Witch Spring é uma franquia coreana que já conta com quatro jogos, com a história planejada para ser completa em seis. Desenvolvida pela Kiwi Walks, os primeiros três jogos se passam mais ou menos ao mesmo tempo, e levando em conta que Witch Spring 3 é o mais avançado dos três, faz sentido ter sido ele o escolhido para ser trazido para o console.
Recomendação de Compra
Pacote Nintendo Switch OLED (Branco) + Mario Kart 8 Deluxe
Lançamento: Ago/2024
Já estão planejados para o Switch um Spin-Off com a Eirudy, a personagem principal de Witch Spring 3, chamado Shadow of Witch Marionette, que deve chegar este ano no oriente, eWitch Spring R, o Remake do primeiro jogo, com lançamento previsto para 2022, o que nos faz crer que os outros jogos eventualmente encontrarão o caminho do Switch, se as vendas forem boas.
Witch Spring 3 foi originalmente lançado para celulares em 2017, e a versão oriental do remaster veio para o Nintendo Switch em dezembro de 2020. Oito meses depois, conhecemos a versão ocidental do jogo.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Witch Spring 3 Re: Fine – The Story of Eirudy é, como o próprio nome diz, a história de Eirudy. Eirudy é uma deidade, que hoje é chamada de bruxa, que vive sozinha numa cabana, escondida da humanidade e da caça às bruxas sendo realizada pelo Papa e pelo Lorde local. Apesar de ser o terceiro jogo, você não precisa ter jogado os dois anteriores, já que as histórias acontecem ao mesmo tempo, e apenas no final, há referências aos outros jogos, mas sem qualquer spoiler.
Cada deidade/bruxa tem uma especialidade, e a de Eirudy é criar e animar bonecas, e usá-las para ajudar em suas batalhas. Ela vive sua vida em treinar em casa e coletar materiais na floresta próxima, até o dia em que encontra um humano, Adrian, filho do Lorde, e a gentileza dele faz com que ela tenha esperança na humanidade.
Suas decisões aqui importam em alguns pontos específicos, e o jogo tem três destinos possíveis: O Caminho da Luz, o Caminho das Trevas e o Caminho Verdadeiro. Se você quiser fazer mais de um caminho, sugiro começar pelo das Trevas, que é mais curto, cerca de 8 horas a menos que os outros caminhos e sem pós-jogo. Depois de tentar confiar na humanidade, Eirudy é traída, e a forma como você, jogador, reage a isso, determina qual caminho ela vai seguir.
Tudo o que ela faz é para conseguir chegar ao Adrian, o que pode parecer uma premissa ruim, mas a forma como isso é apresentado faz sentido. Ele é o elo que faz com que Eirudy tenha esperança de um mundo sem caça às bruxas, e ela quer ser forte o bastante para ajudá-lo. No caminho, você entra em contato com outras deidades/bruxas, conhece uma gama interessante de personagens e desbrava momentos emocionantes e também alguns de conflito emocional. A história de Witch Spring 3 é carregada de emoções, e mesmo o pós-jogo meio desconexo ainda traz alguns momentos de lágrimas nos olhos.
Não é nada de novo, mas acrescenta informações e corpo ao lore do mundo que foi construído na primeira trilogia do jogo, que vão culminar no quarto, que é quando a história finalmente avança.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Sendo um jogo originalmente de celular, eu esperava uma jogabilidade complicada de ser adaptada ao Switch, e fui surpreendida positivamente. Witch Spring 3 Re: Fine foi completamente projetado para o Nintendo Switch, e isso fica bem claro nos controles. Não há suporte aos toques, apesar de no jogo original, haver, mas ficou muito bom aqui, e os controles são bem suaves e fáceis na maior parte do tempo.
Você luta no mundo lá fora para coletar itens. Com esses itens, você cozinha itens e habilidades novas, e isso te dá dias para treinar. Treinando, você melhora suas habilidades e libera novas receitas para cozinhar, e você precisa ir coletar novos itens no mundo lá fora. Esse ciclo é o que rege sua evolução em explorar novas áreas, conhecer novas personagens, liberar novos momentos e por aí vai. O jogo parece uma certa repetição, até que você atinja o ponto de avançar a história, e então, tudo segue num ritmo muito mais rápido.
O jogo mistura as mecânicas de item e equipamento dos dois primeiros jogos de forma bastante positiva, já que você pode usar equipamentos diversos que vão ter efeitos diferentes. É um JRPG clássico de turnos, mas com uma mecânica de batalha surpreendentemente mais profunda do que parece. Você pode ter até três bonecas diferentes em ação, e isso muda muito de cada oponente: você vai aumentar sua defesa, seus stats e recuperar sua vida, ou partir para a ofensiva, com três bonecos que atacam seu oponente? Ou ainda, um meio-termo entre os dois estilos. A combinação usada de bonecas pode ser o fator decisivo contra alguns dos chefes mais difíceis do jogo.
Você pode optar por jogar investindo em magia ou em ataque físico ou em ataque mágico, e suas tendências e escolhas de armas fazem com que você receba um bônus de até 18% na característica principal que você mais usa, tornando o fator replay do jogo maior, já que cada vez que jogar, pode optar por um estilo diferente, além da já citada variação de caminhos.
Uma coisa importante é que é possível deixar o jogo fácil demais com excesso de treinamento, o famoso “grinding”, como qualquer RPG. Depois de um certo ponto, sua Eirudy se torna tão forte que você pode circular entre os monstros mais fortes do jogo e “farmar” seus órgãos para fazer um item que aumenta 20% em todas as suas estatísticas; mesmo assim, mesmo com minha Eirudy vencendo tranquilamente todos os inimigos do jogo normal, há um inimigo no pós-jogo que quase matou, então, lembre-se de que ela é uma deidade por uma razão.
Um detalhe fofo em Witch Spring 3 Re: Fine é que a tela de abertura vai mudando, acrescentando personagens e músicas conforme você as desbloqueia na história. Legal também é que a tela final do jogo vai mudar de acordo com várias decisões tomadas na aventura, o que vai te fazer ter vontade de jogar de novo para preencher as sombras que ficaram.
Não há nada de revolucionário na jogabilidade, mas tudo ao que o jogo se propõe, faz bem feito. À exceção das escadas. Subir algumas das escadas mais estreitas de Derkarr (o continente onde o jogo se passa) é um teste de paciência maior do que derrotar o mais antigo dos dragões. Outro ponto negativo é que algumas conversas podem ser puladas, outras não, e é um saco entrar acidentalmente numa conversa de 8 balões que você não pode pular. O mesmo vale para alguns acessos, que precisam de confirmação, e outros não, fazendo com que você saia de uma área em um segundo, mas demore quase meio minuto para conseguir voltar.
Por outro lado, a movimentação pelo mapa é bem feita, com vários pontos de teletransporte espalhados pelo continente, tendo sua casa como hub central que você pode acessar a qualquer momento. Seria perfeito se o mapa fosse mais fácil de ler, porém. Não sei se por opção estética ou por erro de localização, mas a ordem dos lugares não é alfabética nem geográfica, então, você vai ter que decorar qual fonte fica perto de qual cidade.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Visualmente lindo, Witch Spring 3 Re: Fine passou por uma remasterização completa de todos os gráficos, ficando ainda mais bonito. As artes em estilo aquarelado alternando com cenas típicas de animes fazem o jogo todo ser um colírio para os olhos. Os cenários são em 2D isométrico e muito vívidos, com inimigos no mapa e animais se movendo, cores claras e sombras bem definidas, tudo sem que o Switch engasgue em momento algum. Não há nada muito detalhado, mas o que foi colocado no cenário, foi bem feito. Seria o esperado de um jogo portado de celular, mas já vimos vários ports que não podiam dizer o mesmo.
A parte sonora do jogo é maravilhosa também. Além de uma trilha sonora magistral, o jogo é 100% dublado em coreano e japonês, e nos dois idiomas, as vozes são perfeitas para as personagens, e eu me via alternando entre ambas com mais frequência do que o normal. A sonorização ambiente também é muito boa, e os monstros mais relevantes do cenário fazem sons distintos e bem destacados também. Você se sente dentro da floresta, vulcão ou cidade, se fechar os olhos e ouvir.
A ocidentalização do jogo foi bem feita, embora haja alguns erros de digitação e o problema causado no mapa citado acima, que na minha opinião, deve ter sido por terem mantido a ordem alfabética do coreano ou do japonês, em vez de juntar com a do inglês, há alguns textos que ficaram pequenos demais de ler, mas são raros. No geral, dá para ver que houve um carinho e cuidado, especialmente em alguns trocadilhos que foram muito bem adaptados.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Witch Spring 3 Re: Fine – The Story of Eirudy foi uma grata surpresa, que apresenta o universo de Witch Spring para donos de consoles pela primeira vez, e o faz com bastante sucesso. Ao terminar, minha primeira vontade foi jogar de novo, e ver como era o outro caminho. A segunda vontade foi de jogar todos os jogos anteriores, e o próximo, porque o teaser de Witch Spring 4 no final deste jogo torna inevitável você querer saber o destino das deidades/bruxinhas deste mundo.
Análise feita com cópia digital gentilmente cedida pela ININ Games
Discussion about this post