Hoje é dia de admitir uma dura verdade da Nintendo, na verdade uma prática dela que… meio que já deu!
E essa prática é a que gerou O problema do divertidíssimo lançamento mais recente da Nintendo: Mario Strikers Battle League. E eu coloco como “O problema”, porquê é o que todo mundo apontou nas análises que todo mundo que gostou do jogo disse “uma pena que…” enfim, a coisa que é óbvia que ia desagradar e mesmo assim a Nintendo -que presa por lançar jogos redondinhos, sem bugs nem nada- autorizou manter no lançamento:
A falta de conteúdo, principalmente do singleplayer, mas não necessariamente dele.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Não sei quem está por dentro, mas quem não está, vai ficar agora: O jogo tá sendo muito elogiado na parte de gráficos, animações e gameplay, porém, TODO MUNDO tá dizendo “o singleplayer tá fraco”, “tem poucas copas”, “faltou um modo história”, enfim. Coisas do tipo.
E mesmo quem gostou do jogo se focar no multiplayer também olha pra seleção de personagens e diz “poxa, tá faltando uma galera aqui”.
Resumindo, todo mundo aprovou o jogo mas sentiu que tá faltando coisa, e isso foi, por exemplo, responsável pelas notas medianas que o jogo tem recebido, sendo que o jogo em si, mano, não é mediano, é MUITO BOM ! Tipo, o jogo em si, sabe? O trabalho que foi feito, e a satisfação ao jogar que é o principal.
Era pra ser pelo menos um jogo nota, sei lá, 80, 85 pelo menos, afinal, ele foi feito pela Next Level que nos deu “Luigi Mansion 3” que foi muito mais aclamado.
Só que eu não quero falar sobre a falta de conteúdo singleplayer do Mario Strikers, pois, na minha opinião, ele não é o problema, ele é a consequência do verdadeiro problema, que seria quem então:
Bom, caso você pergunte direto pra Nintendo “Oh Nintendo, tá faltando conteúdo nesse Mario Strikers novo, num tá não?” Ela vai te responder “calma, nós teremos conteúdos gratuitos a serem lançados no futuro”.
Então sim, o jogo vai receber updates ao longo do tempo, aumentando esse conteúdo, e essa é a resposta da Nintendo para o tal “O problema” de Mario Strikers.
….e é essa resposta o verdadeiro vilão da história.
Nintendo, esse papo de “vamos lançar updates com o tempo”, mesmo que gratuitos… já deu !
Mas vamos entender essa história direito, e falar de Nintendo A Sério.
Primeiramente : De Onde Veio Isso.
Bom, esse modelo de lançar um jogo meio vazio e ir complementando aos poucos, não sei exatamente se veio de, mas pelo menos fez sucesso com Splatoon 1, lá no WiiU. A ideia era que, num jogo competitivo, é melhor todo mundo aproveitar e dominar as armas e arenas disponíveis, e pouco a pouco novidades apareceriam, facilitando a curva de aprendizagem de uma nova franquia em vez de tacar tudo de uma vez e ninguem entender nada.
O jogo era uma grande novidade, uma nova IP que mesmo sendo lançado só com o básico, era empolgante pois se tratava de uma nova IP com uma nova jogabilidade. Com o estouro do jogo, uma imensidão de conteúdo foi sendo adicionado gratuitamente, como prometido e a paz reinou na Nintendo kkk
Mas só ali mesmo kk pois em seguida tivemos outros exemplos que seguiam o modelo de “lança vazio e enche aos poucos”, ARMS, que praticamente replicou o lançamento de Splatoon, uma nova IP com jogabilidade inovadora, foco no online e… lançamento com pouca coisa na promessa de mais.
Porém, ARMS não foi tão bem sucedido quanto, afinal, jogo de luta e jogo de tiro tem uma diferença muito grande de público, além do marketing confuso da Nintendo que forçava o uso de motion control e fez muitas pessoas enxergarem o jogo como “boxe do wii sports tunado”.
O fato é que apesar do bom suporte pós lançamento, o conteúdo adicionado posteriormente em ARMS não foi do mesmo nível de Splatoon 1 e nem do 2 que saiu ali no mesmo período.
Outros casos vieram depois e fizeram o sistema “lança vazio e enche depois” desandar… culminando em Mario Golf, que veio com o tal anúncio de “novos conteúdos serão adicionados gratuitamente”, mas, já faz um ano que o jogo saiu e sinceramente… continua um jogo fraco de conteúdo, e sinceramente de novo, dá pra contar nos dedos quantas vezes esses novos conteúdos chegaram.
Recentemente saiu Switch Sports e ele teve algumas críticas mas no geral até que teve uma aceitação majoritariamente positiva, mas também recebeu críticas sobre falta de conteúdo. E mesmo com a Nintendo já anunciado a chegada do golf como próximo esporte a chegar gratuitamente ao jogo, e segundo ela terão mais, a verdade é que… a gente parou de acreditar nela.
De Splatoon pra Mario Strikers foram muitos casos do modelo “lança vazio preenche depois” e ele só piorou.
Num segundo ponto, eu quero falar sobre esse modelo e como ele é fora da Nintendo.
O modelo replica o que a indústria tem chamado de “jogos como serviço”(games as a service, ou a sigla GAAS, caso já tenham ouvido falar e não saibam o que é), mas a Nintendo copia a parte ruim e esquece a boa… Jogos como serviço tem atualizações pesadas por muito, muito tempo, Destiny 2, Warframe são casos de jogos de anos atrás e ainda são atualizados, e mesmo jogos muito criticados no lançamento como Sea of Thieves e Grounded, permanceram fiéis aos seus jogadores com melhorias e hoje são jogos MUITO jogados e amados. Cara, a Nintendo tá vendo como esse modelo funciona bem no seu quintal com Pokemon Unite, um jogo que não fica 3 semanas sem um update, que quando saiu eu mesmo fiquei com receio de avaliar tão bem dizendo “é, atualmente tem pouco conteúdo e precisa ver como será o suporte”, meio que com “trauma” dos casos da Nintendo. É fato, se você ficar um mês sem abrir Pokemon Unite, quando voltar, VAI TER uma atualização pra baixar. Novos pokemon, novas skins, etc.
“Ah mas é porque o jogo é grátis” poh, é aí que a coisa fica ainda PIOR pro lado da Nintendo, afinal, que loucura é essa onde um jogo que custa zero dá mais suporte e traz mais conteúdo que um jogo que custa 60 dólares??? Esse conteúdo extra TÁ PAGO no full price, a Nintendo está DEVENDO ele pra gente, e ela anuncia como uma bondade “vamos dar conteúdo grátis pra vocês”…
Creio fortemente que se todo jogo online da Nintendo tivesse o tratamento e suporte de Splatoon 1 e Pokemon Unite, a crítica no Mario Strikers seria muito menor, pois estaríamos mais confiantes.
E aí que chegamos no ponto principal, onde eu admito que hoje infelizmente, a réplica da Nintendo aos “jogos como serviço” são de fato ruins.
Eles nos deixa inseguros e cheio de perguntas.
“Ah, vamos adicionar conteúdos novos gratuitamente”. Vamo lá:
-Por quanto tempo? 1 ano? 2 anos? 5 anos? Ou meses? 2 vezes na vida?
-Com que frequência? Mensal? Por temporada? Anual? Ou quando der na telha?
-Quanto de conteúdo podemos esperar? Vai dobrar o número de personagens? Triplicar? Ou vai adicionar uns 4 e só?
E principalmente:
-O suporte vai se encerrar quando o conteúdo for satisfatório ou quando o jogo parar de vender? E caso venda pouco, isso significa abandono quase que de imediato?
Tudo isso está na cabeça do consumidor em dúvida sobre comprar Mario Strikers, e a Nintendo NÃO RESPONDE ! E ela não tem qualquer histórico de transparência e diálogo com a comunidade, o que é não é necessariamente um problema, mas nesse caso, é MUITO ruim pra quem está se propondo a trabalhar com esse tipo de jogo como serviço.
Se ela não quer falar com o público, ser clara acerca das perguntas anteriores, e não gosta de dar suporte por muito tempo a menos que o jogo exploda de vendas, sério Nintendo, esquece o modelo “lança vazio e enche depois”.
E afinal, por quê ela não aprende com outro jogo que está no seu quintal que é Super Smash Brós Ultimate? Smash saiu completinho desde o primeiro dia, e até rolaram atualizações gratuitas tempos depois do lançamento; era sem padrão, sem frequência, meio bagunçado, mas nesse caso TUDO BEM, pois o que tinha no lançamento já era satisfatório.
Nintendo, você tá cobrando preço cheio no seu jogo no lançamento/no day one, então….entregue conteúdo cheio no day one!!!
Eu posso parcelar o jogo na eShop e pagar um pouquinho a cada atualização? (kkkk ia ser legal, vai?)Não, então por quê você tá parcelando o conteúdo?
Ok, o último parágrafo foi brincadeira, mas é sério, é muito ruim você pagar por um jogo cujo conteúdo final é uma incógnita.
Felizmente, Splatoon 3 está pra sair e ele pode ser a redenção do modelo, assim como “Super Mario 3D World + Bowser’s Fury” foi a redenção dos Deluxes de WiiU, algo que teve uma história parecida, começou no Mario Kart 8, era excelente, quase um jogo novo, de repente era só um relançamento a preço cheio.
Mas o 3D World redimiu isso e eu espero que Splatoon 3, ou o próprio Mario Strikers mesmo, nos mostre que, assim como temos segurança de fazer pré-venda de um jogo da Nintendo singleplayer, e ter a certeza que não vamos achar algo bugado, sem polimento (e sério, quem acompanha a Nintendo sabe disso!!) essa mesma certeza queremos ter nos jogos multiplayer, sabendo que teremos ou um bom conteúdo ou um suporte pós-lançamento forte.
Essa segurança é algo que a Nintendo construiu, tá no DNA dela e inclusive é um dos argumentos pelo qual ela cobra sempre preço cheio e não abaixa o preço dos jogos, é o tal “selo de qualidade Nintendo”. Esse selo é importante pra ela pra nós, e esse selo tem que estar em seus jogos desde o primeiro dia, não dá pra colar depois por atualização…
Bom pessoal, essa é a minha posição sobre esse ponto do Mario Strikers, da falta de conteúdo e tal.
Se o jogo ainda vale a pena ou não, afinal, existem muitos outros fatores ainda, aguardem nossas reviews, seja num vídeo específico ou tier. E é até bom que com esse vídeo aqui, a gente tira a atenção desse ponto e pode falar mais do que é bom no jogo que é basicamente todo o resto.
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