Desde os idos de 2019 já vem se discutindo a iminência de um novo console para a Nintendo. Quem viveu a época lembra: seria anunciado um Switch “Mini” e um “Pro”. O primeiro sonho se realizou na metade daquele ano, quando chegou nas gôndolas de todo o mundo o Switch Lite. Porém, dois anos já se passaram, e nada do tal Pro chegar. Até agora. Posso (e devo) queimar a língua, mas um Switch Pro nunca esteve tão próximo quanto em 2021. É a hora e a vez da Nintendo brilhar para o mundo assim como foi em 2017, no lançamento original do híbrido.
Antes de começar, é extremamente endossar algo aqui. Com o uso extremo, o termo “Switch Pro” em específico acabou se saturando. Compreendemos isso, e vou tentar evitar ao máximo o termo, usando ele apenas como uma espécie de placeholder ao descrever o hipotético novo console da Big N. Dadas as devidas explicações, vamos adiante:
Recomendação de Compra
Super Mario Party Jamboree
Lançamento: 17/Out/2024
Hora de agir (de novo)
O primeiro motivo que devemos listar aqui é o intervalo de lançamentos. Claro, esse não é nem de longe uma razão tão válida assim, mas para pra analisar melhor. Preste atenção nas datas dos lançamentos de todas as versões do Switch. Tivemos hardwares novos em 2017 e 2019. Seguindo a lógica, nesse ritmo o próximo console deve vir em… Exatamente, 2021!
Sendo honesta, uma das coisas que eu mais vejo entre os que rechaçam uma potencial vinda de um modelo mais “parrudo” do Switch é a compreensão de que ele seria um lançamento completamente a parte, como se fosse uma espécie de New 3DS. Para quem não lembra, o console era um “primo mais rico” do portátil, que recebeu jogos “exclusivos”, como Minecraft e Xenoblade Chronicles. O que acontece é que na prática, a adesão ao console foi baixíssima, já que muita gente não via vantagem em trocar seu sistema padrão apenas para ter uma tela maior e uma biblioteca mais ampla (como se a nativa do 3DS já não o fosse).
Um novo console (mas não tão novo assim)
Pois bem. A verdade é que caso seja lançado, o Switch “Pro” deva vir em uma realidade completamente diferente. Devemos ter em mente que estamos na provável metade da vida útil do console. Lançar um hardware completamente novo a essa altura do campeonato seria completamente inviável – para não dizer um tiro no pé – tanto devido aos custos de produção (que teria de ser revertido em vendas de uma forma ou outra).
Além disso, precisamos levar em conta que um novo console não seria bem visto pela base já instalada no próprio Switch, que continua vendendo horrores toda nova semana. Essa “canibalização” poderia levar a uma incerteza do mercado quanto a qual console disponibilizar seus jogos. O consumidor poderia potencialmente rechaçar a compra de um hardware muito mais caro. “Ah, mas a Nintendo não liga para o consumidor”, diriam alguns. Mas não repetir o “sucesso” do Wii U é uma coisa que eles definitivamente ligam, ah se ligam. Ninguém merece um outro marasmo de lançamentos. Nem eles, nem nós.
Um “Viagra” para o seu Joy-Con
Também é necessário colocar na equação o fator da concorrência. Ok, o Switch está de vento em popa, de mastro alto (ainda que seja um mastro pequeno), num mar tranquilo que nem os melhores sonhos do Link a bordo do King of Red Lions poderiam prever. Porém vale lembrar que na guerra dessa geração, é um fato que o Switch está defasado no quesito gráfico. E é esse mais um motivo que torna a vinda desse console tão importante para a Nintendo no mercado.
Temos a versão padrão do Switch, pensada para se adaptar a todas as ocasiões, ok. Também temos uma versão mais “discreta”, voltada ao fã que prioriza mais o on the go, ou seja, que pretende fazer um maior uso da versão portátil do console. Já temos como agradar dois grandes grupos de jogadores. Falta mais um: o dos ávidos por falos masculinos cobertos em alta resolu- quero dizer, os fãs de gráficos e desempenho.
Originalmente, o processador padrão do híbrido de Kyoto já fora recebido com surpresa por muitos, afinal, se tratava de um grande avanço nos prováveis visuais dos futuros jogos – Breath of the Wild que o diga, por exemplo. Fato é que apesar disso, ainda temos muitas restrições no que toca a área técnica da coisa. Por exemplo, a resolução máxima que o console alcança nativamente até hoje é o Full HD (1080p). Apesar de ser uma dimensão inimaginável até 10, 15 anos atrás, em relação aos demais consoles atuais, capazes de entregar jogos em 4K (2160p), isso representa uma qualidade tão grande quanto uma webcam de 2005. Relativamente falando, claro. O ponto é que mesmo que grande parte da base instalada não se importe com o “suor do Neymar em HD”, todo mundo sabe que uma opção a mais pode agregar um novo público, o que claro, seria muito bem vindo. É literalmente o azulzinho da Nintendo, para os fãs da virilidade de hardware, se é que me entendem.
Uma nova versão do console pode ser a cartada definitiva da Nintendo para o mercado. Com o eventual Switch Pro, o híbrido deve entrar de vez na briga contra o PS5 e o Series X|S, sendo considerado na lista de vários novos lançamentos de third-parties. E quem sabe assim, finalmente o Switch teria a chance de ser considerado um legítimo next-gen pelas outras partes da indústria que se baseiam apenas em hardware para ordenar os lançamentos.
Bem, provavelmente alguns que chegaram até aqui devem estar ainda desconfiados do potencial desse terceira perna da Nintendo. E bem, vamos lembrar aqui do ponto principal para tudo – a questão financeira.
A Val Marchiori da geração (mas que não foi esquecida)
Se dói no bolso, mudanças devem ser feitas. Foi assim com o Virtual Boy. Foi assim com o GameCube. Foi assim com o Wii U. E como já diz o velho ditado, time que tá ganhando não se mexe. E nesse caso, o Switch tá liderando o campeonato com folga, diga-se de passagem. Como já endossado várias vezes nesse texto, a Nintendo lidera em vendas, tanto frente a atual geração quando em relação a última. Recordes atrás de recordes são quebrados desde o seu lançamento, e mesmo depois de um ano de pandemia, não existe nenhuma perspectiva de estagnação ou decréscimo projetada para o médio prazo.
Trocando em miúdos, a tropa do Mario tá em posição de fazer uma pequena asneira sem se preocupar necessariamente com números. “Tão podendo”, grosso modo. Essa liberdade de se permitir é um dos motivos que pode levar o Switch Pro a enfim ser lançado. Com um caixa enorme, eles podem se dar ao direito de lançar uma nova versão do console tranquilamente. Se não der retorno, ok, ainda tem o Lite e a versão base para “pagar” uma eventual burrada da parte deles (o que diga-se de passagem, dificilmente deve acontecer na prática).
Só pegar o exemplo do DS: teve a versão original de 2004, e duas outras revisões. Nem o Lite (que coincidência!) nem o DSi canibalizaram as vendas originais. Resultado? O portátil foi um dos mais bem-sucedidos consoles da história. Aliás, tá aí outro ponto bom. Relançamentos acabam estendendo a vida útil de um console. Temos aí como demonstração o próprio DS, que durou mais de 8 anos com lançamentos novos. Com o Switch vai ser a mesma coisa. Vamos ver três versões agregando ao máximo todas as opções de jogabilidade possíveis. Todos os públicos terão um motivo para ter sua versão do console, do seu jeito. E bem, como eu já disse ali em cima, quanto mais, melhor, não? Além disso, uma nova versão mais avançada do Switch tem um enorme potencial para dar mais uns dois ou três anos de sobrevida ao console, levando seu ainda nem sequer cogitado sucessor ser lançado apenas na segunda metade da década, quem sabe.
Enfim, é isso. Mais do que nunca, parece que finalmente VEM AÍ. É muito bom lembrar que na chegada do Lite lá em 2019, ainda havia muita gente que duvidava de uma nova versão tão cedo. E bem, literalmente do nada a Nintendo apresenta o primeiro coringa na sua mão. Agora falta só mais uma carta para a trinca de ases do Switch. Quem vai dar o primeiro Royal Straight Flush nessa geração? A conferir todos os capítulos dessa bela partida de pôquer da indústria gamer. Em todo caso, All-in no senhor de vermelho ali, a propósito.
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