Enfim, chegou a hora. Nos próximos dias, teremos enfim o lançamento do… remake de Sinnoh? Bem, para quem não lembra, em fevereiro do ano passado tivemos o anúncio dos dois próximos jogos da franquia: Brilliant Diamond e Shining Pearl (esse, que já está entre nós desde novembro), e o aguardadíssimo Pokémon Legends: Arceus.
O jogo (que já foi confirmado fazer parte da série principal, assim como Let’s Go) criou expectativa até nos mais exigentes fãs da franquia. Afinal, se trata de um jogo em desenvolvimento há um tempo considerável, e que aparenta ser – até o momento – o ápice gráfico da história de Pokémon. Isso pode ser facilmente evidenciado pelo que já tivemos até aqui: mapa amplo, cenários razoáveis, e certamente o que parece ser mais importante para a maioria da fanbase: árvores bem renderizadas. O ambiente também parece ter recebido um upgrade muito superior em sua capacidade de compressão. Afinal, estamos a falar de um jogo de 6GB; um “nada”, se comparado aos 9 de Sword e Shield, por exemplo.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Um Novo “Velho Mundo”
Mas vamos ao jogo em si. Nele, você retorna à Sinnoh – ou melhor, Hisui – de séculos atrás. Por lá, receberemos Rowlet, Cyndaquil ou Oshawott, e desde a vila de Jubilife (que com o tempo irá se transformar em cidade), teremos a missão de documentar a primeira Pokédex conhecida na História até o momento. Para isso, você deve explorar a região em busca dos monstrinhos. Porém capturá-los não é o suficiente: você ainda irá precisar juntar informações sobre eles através de tarefas.
Com o amplo mapa de Hisui, esta pode ser uma tarefa um pouco complicada. Apesar disso, você terá a ajuda da Celestica Flute: uma espécie de instrumento especial que invoca Pokémon especiais, como Wyrdeer, Basculegion, e Hisuian Braviary, que podem facilitar seu acesso por terra, mar e céu, respectivamente. Além desses, mais novos Pokémon serão introduzidos. Excelentes exemplos são as formas regionais de Growlithe, Voltorb, Zorua e Zoroark, ou o novíssimo Kleavor, além de muitos outros ainda a serem revelados oficialmente. Para recordar dos lugares por onde já passaste, irás receber logo no começo de tua jornada o Arc Phone. Exatamente, um telemóvel com a forma de Arceus. Séculos atrás. Ou um “Poké-Sheikah Slate” mesmo, como preferir.
O sonho da PETA Team Plasma
E que tal finalmente receber o troco de mais de 25 anos de pancadaria indiscriminada em Pokémon? Pela primeira vez na história, os monstrinhos podem infligir dano ao próprio jogador! Na realidade, estou a falar dos Alpha Pokémon: espécies maiores que o normal, olhos vermelhos indicando possessão por Giratina, e que tem a tendência de partir diretamente para ti ao avistá-lo. Apesar disso, eles são capturáveis, e mesmo que não seja este o caso, você ainda pode reunir itens valiosos ao vencê-los em batalha. Caso consiga vencê-los, claro.
Além disso, numa realidade onde Kurt ainda nem sequer nasceu (ou seja, há MUITO tempo), você deve fazer as Pokébolas do jeito raiz: montando-as a partir de Apricorns. Precisarás combinar itens comuns disponíveis nas mesas de trabalho (qualquer relação com Minecraft é mera coincidência) nas bases, ou na vila de Jubilife.
Aliás, as bases, ou melhor, os Postos de Pesquisa são uma das “novidades” gratíssimas de Legends. Ao deixar a base de Jubilife em excursão, tua primeira parada certamente será em uma dessas bases. A funcionar de forma semelhante aos Centros Pokémon da atualidade, tu e vossos Pokémon podem tirar uma sesta, ou preparar novos itens. Se desejas passar muito tempo em excursão, lembre-se sempre de dar uma parada por estes postos!
Durante tua excursão também, poderás batalhar e capturar Pokémon selvagens. E em uma realidade onde não existem boxes (apesar de que já exista um aparato mais tecnológico que um telemóvel actual), para onde vão tuas capturas excedentes? Os pastos são a resposta! Espaços amplos, no melhor estilo do anime, onde teus monstrinhos ficam soltos esperando serem convocados para a próxima excursão. Finalmente!
Pokémon Legends… Solgaleo?
A personalização de personagem está confirmadíssima também em Legends. Através das lojas da vila de Jubilife, terás acesso a muitas novas formas de ser você mesmo. E uma das features mais positivas a retornar é o Estúdio, basicamente o mesmo conceito do próprio Studio de Alola. Por lá, podes tirar fotos suas com seus Pokémon (para melhor proveito, ignore o fato de já haverem fotos coloridas há mais de 600 anos). Crie diversas poses, e torne teu momento único!
No geral, as semelhanças com Alola são indissociáveis. Além do estúdio, temos os Noble Pokémon. No melhor estilo Totens, essas espécies diferenciadas podem subitamente se enfurecer. E é sua função acalmá-los. Para isso, não basta apenas derrotar os mesmos, é necessário retornar estes nobres ao seu estado de calmaria anterior, de forma a salvar ao próprio Pokémon e o ecossistema deles. As criaturas bestiais são protegidas pelos Wardens, guardas que lembram fortemente o exercício da função dos Captains do longínquo arquipélago.
A volta dos que nunca vieram
Grande parte das personagens são comicamente inspirados em humanos de jogos anteriores. Seja Lian, uma versão infantil de Clay (BW); Cyllene, uma espécie de ancestral de Cyrus (DP); Ou Kamado, nada menos que um ancestral de Rowan (DP) após usar shampoo escurecedor. Ok, parei depois dessa.
Ou não. Bem, Cyllene é líder da Equipe Galaxy, uma espécie de Team Galactic do bem (aparentemente). Eles são responsáveis por coordenar toda a pesquisa em Hisui. Além disso, ainda existem os clãs Diamante e Pérola. Essas equipes misteriosas parecem ter relação com certos Pokémon lendários da região. Aposto que já devas imaginar quais são. Pelo lado Diamante, temos Adaman como líder. Teu Pokémon parceiro é Leafeon. “Rivalizando” com ele, temos Irida. A líder do clã Pérola tem como parceiro um Glaceon. Além disso, ainda teremos a Guilda Ginkgo, formada por Ginter e Volo, mercadores que podem te vender itens extremamente úteis em sua jornada.
O trem da hype (finalmente!)
Mas afinal, qual é o motivo de toda a expectativa? Certamente, existem posições positivas e negativas quanto a todos os jogos. Porém surpreendentemente, esta é a primeira vez em anos, quiçá em décadas que um novo lançamento de Pokémon é recebido de maneira minimamente positiva pela maioria da comunidade. Apesar de ainda haverem diversas divergências no próprio conceito individual de um jogo “bom” de Pokémon, Legends se tornou um símbolo de esperança.
Nos primeiros meses posteriores ao anúncio, presenciei pela Internet diversos comentários de fãs com muito mais hype para visitar Hisui do que rever Sinnoh. O primeiro trailer, mostrado há onze meses, apresenta quase que uma versão arcaica do jogo que irá chegar a nossas mãos. No final das contas, Brilliant Diamond e Shining Pearl pareceram apenas uma prévia de luxo do que ainda estava por vir.
O polimento e execução do jogo (para o nível de Pokémon, veja bem) foram muito bem feitos nesse meio tempo, e sim, por mais que consideres que tenha sido empregado pouco esforço em Legends: Arceus, ele é inegavelmente o jogo mais bem trabalhado da história da franquia até aqui. O nível subiu. Levou muito tempo, mas no pior dos casos, finalmente já se pode ter um vislumbre do que pode ser o futuro da franquia. E bem, parece ser um futuro positivo. Agora é tudo questão de ver o copo meio cheio ou meio vazio.
Mas enfim, sem mais delongas. Tal qual Ho-Oh, finalmente é a hora, a chance e a vez de Pokémon renascer. O caminho já está definido, e sem a menor dúvida, o futuro das próximas gerações da franquia irá depender da recepção de Legends. O maior desafio do jogo agora é manter sua base activa por um bom tempo, numa realidade onde o uso do cenário competitivo como válvula de escape não é uma opção. Arceus “tem a faca e o queijo” para trilhar o caminho de algo muito mais grandioso na próxima geração. Tempo não deve ser problema. Cabe a nós apenas cruzar os dedos e sentir esse gostinho do amanhã… Ambientado no ontem. O futuro de Pokémon será cravado em Hisui. A partir de 28 de janeiro de 2022.
Expectativa: Nunca foi tão grande.
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