Lançado no início de 2017, o Nintendo Switch chegou ao seu terceiro ano de vida no último dia 3 de março. Idealizado ainda durante a era de Satoru Iwata, o primeiro console 100% híbrido da Big N prometia oferecer o conceito “jogue a qualquer hora, em qualquer lugar”.
Aproveitando o mês de aniversário do Switch, o portal Switch Brasil apresenta a seguir uma breve retrospectiva do que tivemos até agora. Dúvidas que surgiram na época de lançamento do console, a chegada de títulos first e third-party e um traçado do que podemos esperar para os próximos anos, baseado no que a própria Nintendo já divulgou.
É claro que muitos jogos e novidades acabaram ficando de fora neste texto. Afinal de contas, são mais de três anos de notícias, além de muitos que ainda estão por vir. Nosso objetivo é apenas relembrar um pouco do que já tivemos até o momento.
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Incertezas e expectativas no lançamento
Após vendas insatisfatórias envolvendo o Wii U, a Nintendo apresentou ao público um console que prometia unir a ideia de console portátil e de mesa em um único dispositivo. Entretanto, uma das primeiras dúvidas que surgiram na época envolvia a capacidade do Switch em conseguir rodar ou não os jogos da geração atual.
As dúvidas foram sendo sanadas conforme os lançamentos eram anunciados, inclusive os desenvolvidos pela própria Nintendo. Ainda em 2017, por exemplo, a empresa apresentou Super Mario Odyssey, Splatoon 2 e The Legend of Zelda: Breath of the Wild, títulos que dispensam comentários.
A lista de games produzidos foi ampliada com o port de Mario Kart 8, lançado originalmente para Wii U, mas que recebeu uma versão Deluxe no Nintendo Switch. Além do conteúdo base do game, a nova edição incluiu todas as DLCs existentes e novos modos de jogo para multiplayer local e online.
Mais do que trazer jogos first-party de qualidade, o Switch também agregou títulos de outras produtoras logo após a sua chegada. Em setembro do mesmo ano, durante o Nintendo Direct, foram anunciados DOOM, Wolfenstein II: The New Colossus, Rocket League, e muitos outros, o que indicava que o suporte third-party caminhava bem.
Estava, portanto, respondida a questão sobre a capacidade técnica do console: o Switch, era sim, capaz de rodar games da nova geração, ainda que com algumas adaptações necessárias. É necessário destacar que por conta das configurações técnicas do console, algumas desenvolvedoras necessitaram realizar adaptações nos seus jogos, mas isso não impediu inúmeros lançamentos de peso.
Indies, Super Smash Bros. e Nintendo Labo
Se 2017 foi um período que trouxe muitas dúvidas envolvendo o Nintendo Switch, 2018 foi o de reafirmação do console no mercado. Por conta dos jogos indies, a biblioteca cresceu de maneira considerável em relação ao ano anterior, sem contar a chegada de uma das franquias mais esperadas: Super Smash Bros.
Lançado no final de 2018, o Super Smash Bros. Ultimate trouxe a maior quantidade de personagens jogáveis até então vista na série. Além disso, na época do lançamento, a Nintendo apresentou um modelo tematizado do console, o qual, inspirado em Smash Bros., trazia um dock personalizado.
O ano de 2018 também inclui a nova aventura de Kirby, em Kirby Star Allies. Seguindo a velha fórmula clássica que consagrou o nosso querido herói, o título traz a possibilidade de reunir até quatro jogadores para participarem ao mesmo tempo dos desafios existentes no modo história.
Mario Tennis Aces foi outro game que agradou, principalmente aqueles que desejavam a inclusão de mais conteúdo em relação ao que foi visto na versão de Wii U. O modo história disponível na edição Switch ganhou destaque positivo dentro da análise geral do jogo, tirando a ideia de um jogo apenas com partidas aleatórias.
Na lista de jogos first-party, ainda podemos citar os títulos de Wii U que foram relançados para Nintendo Switch, como é o caso de Captain Toad: Treasure Tracker, o qual, na nova versão, adicionou conteúdo inspirado nas fases de Super Mario Odyssey, além de um modo multiplayer local; e Donkey Kong Country: Tropical Freeze, que trouxe Funky Kong em um novo modo de jogo e co-op local.
Uma das grandes novidades divulgadas pela Nintendo na época foi a chegada do Nintendo Labo, uma plataforma que combinava o uso de acessórios construídos com papelão e outros materiais, e os games disponíveis para o console.
O projeto Labo se utilizava, principalmente, dos Joy-Con para a criação dos tais Toy-Cons – estruturas as quais podiam interagir com os jogos e vice-versa. A proposta da Nintendo era utilizar os princípios de engenharia e física nos equipamentos. Entre os itens que podiam ser construídos com os kits disponíveis, tínhamos: um carrinho controlado através da plataforma, piano, robô, vara de pesca, e outros.
Em 2018, também tivemos o lançamento do Nintendo Switch Online. O sistema envolvia um conjunto de recursos, como modo multiplayer online, bate-papo por voz, acesso a uma biblioteca de jogos para NES e SNES, além de outras ofertas exclusivas. Para ter acesso aos serviços, é necessário escolher entre um dos planos (mensal, trimensal ou anual). Também foi disponibilizada a opção de aderir a um pacote família, que permite a utilização de até oito contas.
Em meio a tantos jogos first-party, devemos abrir um parênteses e destacar o retorno de Crash Bandicoot a um console da Nintendo. A versão Switch de Crash Bandicoot N. Sane Trilogy trouxe uma compilação dos três primeiros jogos da série. Vale lembrar que a última vez que o um jogo do personagem havia aparecido em um console da Nintendo foi na época do Wii, com Crash: Mind Over Mutant, em 2008.
O final do ano ainda traria duas ótimas surpresas. Em outubro, Super Mario Party chegava e trazia de volta importantes pontos que consagraram a série, como o fato dos personagens se locomoverem de forma independente pelo tabuleiro. Além disso, os sensores existentes nos Joy-Con foram amplamente utilizados em diversos minijogos.
Para fechar com chave de ouro, a Nintendo anunciou novos games da franquia Pokémon. Pokémon: Let’s Go, Eevee! e Pokémon: Let’s Go, Pikachu! foram os primeiros jogos da série no estilo RPG lançados para uma plataforma de mesa, após uma vida inteira destinada somente aos portáteis. O game também trouxe um dispositivo denominado Poké Ball Plus, um acessório em formato de Poké Ball, que poderia ser utilizado durante a aventura.
Super Mario Maker, Yoshi’s Crafted World, Pokémon Sword/Shield e mais
O início de 2019 ficou marcado pelo relançamento de New Super Mario Bros. U em versão Deluxe. O jogo em plataforma 2D desenvolvido para Wii U ganhou uma nova chance no Nintendo Switch, mantendo o seu conteúdo original e trazendo Toadette e Nabbit como personagens jogáveis.
Em março, foi a vez da nova aventura protagonizada por Yoshi, com o título Yoshi’s Crafted World. Diferentemente da edição para Wii U, onde os mundos eram feitos de lã, dessa vez, os cenários traziam estruturas em papel. A qualidade artística e a jogabilidade do game seguem em altíssimo nível.
No fim do primeiro semestre tivemos a chegada da segunda versão de Super Mario Maker. O jogo que se popularizou através de uma versão lançada para 3DS e Wii U recebeu novos itens, cenários, e inúmeras novas possibilidades de criação, incluindo temas ligados ao título Super Mario 3D World.
Após ser especulada por meses, a versão portátil do console, denominada Nintendo Switch Lite, foi anunciada durante o mês de julho. A novidade foi relevada pela Nintendo por um preço mais em conta em relação à versão principal e foi oferecida em três diferentes cores.
A edição Lite trazia algumas limitações, como a impossibilidade de conectar a plataforma à TV e o fato dos controles serem integrados, mas prometia rodar praticamente todos os jogos existentes para o console. Outro ponto era sobre a duração da bateria, que poderia apresentar uma maior duração, dependendo dos jogos em uso.
Dias após a Nintendo divulgar a edição Lite, a empresa também anunciou o lançamento de uma versão da linha principal do console que incluía melhorias na duração da bateria. Enquanto a versão lançada em março de 2017 trazia uma bateria que durava entre duas horas e meia e seis horas e meia, o novo modelo contava com uma que prometia durar entre quatro horas e meia e nove horas, variando conforme o game em execução.
Em setembro, após 27 anos, estava de volta um dos grandes games da série Zelda. Lançado originalmente para Game Boy, The Legend of Zelda: Link’s Awakening contou com uma versão remake de encher os olhos, mantendo a jogabilidade do título original, mas trazendo uma arte remodelada no estilo retro-moderno.
Já o mês de outubro trouxe um dos lançamentos mais aguardados. Luigi’s Mansion estava de volta a um console de mesa após 19 anos, quando estreou no Game Cube. Nesse período, o jogo chegou a receber uma sequência no Nintendo 3DS. O terceiro título da série manteve elementos presentes nas versões anteriores, mas também adicionou novos recursos, como o modo multiplayer, que permite partidas cooperativas online e local.
O ano fechou com mais um novo jogo da série principal de Pokémon. Anunciados em fevereiro e lançados em novembro de 2019, Pokémon Sword e Pokémon Shield traziam um enredo com a oitava geração dos monstrinhos, ambientados dessa vez na região de Galar. Foram os segundos títulos da franquia desenvolvidos exclusivamente para Nintendo Switch.
Chegamos em 2020
Visto pelos seus criadores como uma plataforma capaz de igualar o sucesso obtido pelo Wii em relação às vendas, o Nintendo Switch, de fato, tem se mostrado um produto capaz de tal feito. As falhas cometidas na era Wii U parecem ter servido de lição para a Nintendo, a qual mudou a forma de lidar com os lançamentos de jogos e acessórios para o console. Por conta disso, passados três anos, a empresa chega a 2020 com importantes anúncios ainda a serem feitos, principalmente envolvendo títulos que, até o momento, não pintaram na tela do Switch.
É o caso, por exemplo, do novo jogo da série Metroid. Apresentado no início da E3 2017, o vídeo que anunciava o título Metroid Prime 4 durou menos de um minuto e não trouxe qualquer imagem do projeto em desenvolvimento. Atualmente, sabe-se apenas que o jogo segue em produção.
Outro caso é a próxima aventura de Pikmin. Depois da bela versão desenvolvida para Wii U, é esperado que um novo game da franquia apareça em breve também no Nintendo Switch. Em uma entrevista, Shigeru Myiamoto confirmou o lançamento de Pikmin 4, mas não divulgou quando isso aconteceria.
Durante a E3 2019, a Nintendo também anunciou que já estaria trabalhando em um novo jogo da série Zelda, o qual seria a continuação do título The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Por enquanto, as únicas informações dizem respeito ao trailer divulgando no evento. Vale lembrar que The Legend of Zelda: Breath of the Wild é originalmente um game produzido para o Wii U, posteriormente portado para Nintendo Switch.
Para 2021 e além…
A proposta de um console híbrido não é bem uma novidade na história da Nintendo. A empresa já havia tentado esse conceito com o Wii U, mas tropeçou em alguns pontos cruciais na época. Porém, problemas que envolviam desde as limitações técnicas do Gamepad para um projeto desse tipo, até situações relacionadas ao lançamento de jogos, incluindo o fraquíssimo apoio das demais produtoras, fizeram o projeto declinar cedo.
As coisas mudaram para melhor quando a própria Nintendo percebeu que o Switch precisaria de ser encarado de uma forma diferente em relação ao que aconteceu com o seu antecessor. A maior valorização do console fez com que um grande número de desenvolvedoras voltassem a produzir jogos para o Switch, fazendo com que o catálogo de jogos se tornasse amplo e variado. É claro que a ausência de alguns grandes jogos third-party pode ser sentida. Entretanto, com a produção de jogos first-party de qualidade, a ideia é que essa lacuna possa ser preenchida.
Pelos próximos anos, algumas situações seguirão em aberto. Entre os questionamentos, podemos citar: quais os próximos lançamentos de peso ainda não anunciados para o Switch? A empresa pretende desenvolver uma nova versão do console, similar ao que aconteceu com o Switch Lite, mas, dessa vez, com componentes mais robustos? Além dos jogos, teremos novidades em relação a outros acessórios ou melhorias no sistema do Nintendo Switch Online? E o que teremos após o fim dessa geração?
Para algumas dessas perguntas, talvez nem a Nintendo tenha uma resposta ainda.
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