Análise – Punhos de Repúdio
Tente sobreviver a uma pandemia fictícia numa cidade lotada de negacionistas malucos.
Punhos de Repúdio é um jogo satírico no estilo beat ‘em up em 2D, com influências de arcade clássico e um visual moderno. O game conta a história fictícia de uma pandemia que se alastrou pelo mundo e está sendo ignorada por fanáticos que não acreditam que a doença é real, fazendo com que as 4 protagonistas, cidadãs comuns adequadamente protegidas com luvas e máscaras, lidem com esses fanáticos e resolvam a situação com a força dos próprios punhos.
Use máscara e desça a porrada
Punhos de Repúdio fala de uma pandemia fictícia (já que, para muitos, ela não aconteceu) e não critica nada dos acontecimentos dos últimos anos (assim como esse texto não analisa nenhum jogo). Em um dia, 4 amigas ficam sem paciência com quem não respeita os protocolos de saúde e resolvem sair dando porrada até achar o responsável por isso. Nesse processo, elas acabam descobrindo que o negacionismo é só a ponta do iceberg.
Beat ‘em ups costumam ser simples e voltados direto para ação. Punhos de Repúdio não é diferente, afinal, os personagens já estão “poucas ideias”, pois já estão cansados de conversar e argumentar com quem não se cuida e prefere virar um mutante do que seguir os protocolos. É um jogo leve e pequeno: são apenas 4 fases e 4 personagens, além de oferecer suporte para 4 jogadores. É um jogo que você termina numa tarde, mas acaba jogando de novo e de novo só para jogar com todos.
A jogabilidade de Punhos de Repúdio é incrível. Cada personagem tem seus atributos, combos e um especial. Conforme vamos avançando no jogo, liberamos mais golpes para cada personagem. O game é tão leve e satisfatório que me espantei quando percebi que já tinha liberado tudo, com todos os personagens, numa única tarde. Considerando que este é o primeiro trabalho do estúdio e um projeto nascido em um período caótico, já fico ansioso pelo próximo projeto.
Parte técnica
Ter acompanhado Punhos de Repudio desde a versão beta para PC por alguns anos, é possível ver que o jogo evoluiu muito e teve um ótimo polimento na gameplay, que ficou mais fluida e rápida. O que não mudou, porém, foi seu gráfico desenhado quadro a quadro à mão, e apesar de eu não ser fã desse estilo de desenho altamente expressivo, explícito e visceral, até que ele caiu bem com o enredo e a crítica que ele aponta. Somando isso a uma animação incrivelmente bem feita, temos a sensação de estar jogando um desenho animado.
A trilha sonora também é muito boa, mesmo com poucas faixas: temos uma para cada fase, cena, menus e mapa de navegação. Se você é fã de beat ‘em ups, com certeza vai escutar alguma coisa familiar aqui ou ali nas trilhas.
