Em 2005, a CING começaria o lançamento de jogos adventure em parceria com a Nintendo que exploraria ao máximo as capacidades do DS e do Wii para imersão de puzzles.
Trazendo dois veteranos da indústria, a escritora Rika Suzuki (que praticamente inaugurou os novels de mistério no início da indústria de games no Japão) e o desenhista Taisuke Kanasaki, a CING trouxe jogos que se imortalizaram no DS e Wii, como a série Another Code e Hotel Dusk (juntos englobando 4 jogos) e depois, junto da Tecmo, o jogo Again.
Agora, em 2024, a série Another Code (Two Memories e A Journey Into Lost Memories) se tornam um jogo só em Another Code: Recollection, exclusivo para o Nintendo Switch.
Recomendação de Compra
The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom
Lançamento: 26/Set/2024
[bs-heading title=”História complexa e pesada para adultos, inocente e divertida para jovens” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Na pele de Ashley Mizuki Robins, o jogador irá explorar a ilha inabitada de Blood Edward em busca de seu pai, do qual ela achava que estava morto até então, ao lado de um espírito que está preso na ilha. Quando sua tia que a acompanhava desaparece na ilha, caberá a você desvendar o mistério da família que vivia na ilha e do passado da própria Ashley, para poder encontrar seu pai e salvar sua tia.
Com o enredo original escrito pela pioneira dos mistérios em visual novels Rika Suzuki, a reimaginação conseguiu manter todas as reviravoltas inesperadas que só uma mente brilhante e experiente como a de Suzuki poderia conceber.
A história possui contextos pesados como guerra, perda de entes familiares, abandono, entre outros contextos, mas é visto dentro da visão de uma pré-adolescente magoada com sua família, trazendo diálogos inteligentes, sutis e cheios de emoção.
É incrível como o jogo pode ser divertido e complexo para um adulto, quanto divertido e inocente para uma criança.
Se você assistiu Avatar – A Lenda de Aang, que entretém tanto crianças quanto adultos, vai entender a sensação. Essa é a maestria de Rika Susuki e sua poderosa narrativa.
Ela consegue se sobressair ainda mais na sequência A Jorney Into Lost Memories (originalmente para Wii), quando Ashley tenta descobrir porque sua mãe a levou sozinha para um lugar chamado J.C Valley. Será que era um projeto secreto? Ou estava traindo seu pai? São esses contextos pesados que permeiam o cérebro do adulto sedento em revelar um mistério que, visto de uma forma mais inocente por Ashley e um jogador na pré-adolescência, também se torna interessante devido aos diálogos bem construídos de forma inocente e reveladora, além de seus puzzles criativos.
[bs-heading title=”Jogabilidade usa bem os recursos do Switch, mas não inova como ocorreu no DS/Wii” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
A CING foi notável por trazer muita originalidade em todos os três aspectos do gênero adventure: a narrativa, a arte e a jogabilidade, e a Nintendo soube (mesmo com uma nova direção de história/arte e reimaginando os quebra-cabeças) como manter esses aspectos.
Dito isso, o mais fraco dos três aspectos é o gameplay. Ele aproveita bem os recursos do Nintendo Switch, mas também deixa a desejar em alguns momentos: quanto que você utiliza o giroscópio para remover uma chave presa em uma grade de forma criativa, você também deve remover peças de uma caixa simplesmente clicando nelas, ao invés de arrastá-las com o touch. Faz sentido caso o jogador esteja usando o controle tradicional, mas mostra como ele não aproveita tanto os recursos do Switch como Another Code e Another Code R aproveitaram no Nintendo DS e no Wii.
Outro aspecto de jogabilidade mantido foi a progressão, com quebra-cabeças que não são fáceis mas também nada impossíveis. O mistério da maçaneta da porta da mansão pode parecer difícil, mas só basta uma observação minuciosa para perceber o quão simples pode ser de se resolver, trazendo aquela satisfação de se sentir um detetive para quem gosta do gênero.
Isso não quer dizer que às vezes o jogo não solta a mão do jogador, deixando a cargo dele explorar com mais atenção às funções do jogo, como quando é necessário sobrepor duas imagens com o DAS, da qual o game simplesmente não informa sobre essa função.
Porém, o melhor de tudo é que, com puzzles novos e a mesma história com direção modificada, se torna atraente tanto para novos quanto para antigos jogadores da série, já que passarão por situações completamente diferentes.
O jogo também insere uma missão secundária em ambos os jogos que utiliza uma câmera digital, que é a de encontrar todos os origamis, trazendo assim detalhes incríveis da história, inclusive um easter egg do Hotel Dusk do qual quem jogou os games passados da CING com certeza irá se emocionar!
Existem outros detalhes secundários, como encontrar memórias não necessárias para a conclusão do jogo, ver quadros que mostram como era o cenário há anos atrás e, como no caso do capitão, até descobrir novas histórias de fundo, como o nome do barco que leva Ashley e sua tia até a ilha.
Alguns puzzles exigem que você tire fotos, como quando você deve provar a inocência de Ashley (em A Journey Into Lost Memories), porém sempre dá uma travadinha ao usar a câmera digital, trazendo um problema leve, porém notável, de performance.
[bs-heading title=”Gráficos lindos e cativantes” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
A arte de Taisuke Kanasaki, outro veterano da indústria, encantou muito na época do DS/Wii. Tanto as artes na série Another Code quanto na série Hotel Dusk (e Last Window) têm uma arte original que se mantém incríveis até hoje.
E aqui a Nintendo consegue fazer outra jogada de mestre: trazer um 3D, como já havíamos visto no Wii, de forma aprimorada graças ao poder superior do Switch, e com uma direção de arte mais colorida e traçada, misturando cores que trazem traços artísticos que lembram 2D.
Os cenários são uma mistura de aquarelas no 3D, com cores lindas e chamativas que deixam o ambiente ainda mais charmoso, quanto que os personagens, já carismáticos graças a história, diálogos e excelente atuação de voz, possuem em suas feições 3D traços e efeitos que lembram a de um desenho animado. É uma mistura incrível, ficando próximo do que Taisuke fez no passado, seja no DS ou no Wii.
Porém, é importante notar que o gráfico é fluído na tela do Switch ou em TVs 1080p. Em TVs 4K é possível, em alguns cenários, perceber a divisão de linhas nas texturas, como nos corredores da mansão no primeiro jogo (Two Memories).
[bs-heading title=”Atmosférico como os clássicos” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Another Code: Recollection, para aproveitar melhor os aspectos do sistema do Switch, altera a forma de gameplay anteriormente visto no Nintendo DS e no Wii.
A câmera aérea e o sidewalk dos games anteriores encaixavam perfeitamente no DS/Wii, mas logicamente alguma coisa teria que ser feita no Nintendo Switch, e a escolha não poderia ter se encaixado melhor.
A câmera atrás da personagem traz uma atmosfera única de exploração, dando mais liberdade ao jogador. Mas nem tudo são flores: devido a aproximação, pode ser difícil enxergar que há como interagir com certos objetos do cenário. Além disso, estranhamente a câmera vem com uma sensibilidade muito baixa como padrão e, mesmo aumentando a sensibilidade nas opções, tive um pouco de dificuldade em me acostumar com a velocidade dos analógicos no Joy Com e no controle Pro do Switch.
[bs-heading title=”Another Code: Two Memories” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
O jogo originalmente lançado no Nintendo DS, agora ao invés de uma câmera aérea, conta com um controle 3D, e traz uma atmosfera gostosa de progressão conforme os puzzles vão ficando mais complexos.
Do lado de fora até entrar na mansão, você vai desbloqueando portas até descobrir um mistério com reviravoltas incríveis.
[bs-heading title=”A Journey Into Lost memories” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Lançado para Nintendo Wii em 2009, nunca viu uma versão oficial nas Américas, somente no Japão e na Europa.
Aqui, o gameplay se transforma em 3D também, removendo o side walk visto no Wii, porém mantém muitos aspectos, como as missões secundárias das latinhas e brindes do parque, que podem liberar diálogos diferentes com mais informações sobre o local (JC Valley).
Aqui é onde utilizamos mais os recursos que aprendemos no jogo anterior, usando mais a fundo a câmera do DAS e combinando mais itens. No entanto, algumas diferenças não são tão agradáveis pelo mesmo motivo que falei no início: Two Memories e A Journey Into Lost Memories foram feitos para o DS/Wii. No Switch tiveram que fazer novos puzzles para esses jogos que foram pensados em outras plataformas, e alguns quebra-cabeças acabaram ficando muito simplificados ou não aproveitaram bem os recursos da plataforma.
Esse último mencionado é o caso do RAS, que no Wii era interessante porque usava movimentos com o motion junto da combinação de botões.
Outra questão é que o segundo jogo não é acessado desde o início, mas com uma razão: aqui, o primeiro jogo (Two Memories) já faz referências ao segundo jogo. Porém, Advance Wars, por exemplo, fez isso com uma sessão de spoilers, deixando o jogador acessar a sequência Advance Wars 2 com avisos. Seria muito bem-vindo se tivessem feito isso aqui também.
É importante notar que, assim como o clássico, a abordagem do segundo jogo é mais social, explorando mais o afastamento de Ashley e seu pai. Aqui há mais personagens e uma ambientação menos desolada que o primeiro. Eu particularmente prefiro a história deste, porque há mais personagens e mais dramas pessoais que, novamente, nas mãos de Rika Suzuki, se tornam uma verdadeira obra prima.
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