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Análise – Advance Wars 1+2: Re-Boot Camp

Um jogo quando bem-feito continua bom mesmo após anos de existência

A WayForward traz ao Nintendo Switch dois games da série Advance Wars, um clássico lançado há 22 anos, produzido originalmente pela Intelligent Systems para o Game Boy Advance. Mas será que este novo título exclusivo para o console da Nintendo consegue brilhar em meio a tantos remasters para a plataforma, de Skyward Sword HD a Metroid Prime?

Uma maestria desde a época do GBA

Advance Wars é um jogo que tem a assinatura da Intelligent System em todo o seu DNA, com um sistema progressivo, divertido e desafiador. Em sua superfície, pode ter uma jogabilidade simples, mas sua complexidade está no desafio de se tornar mestre em suas mecânicas.

Para o Nintendo Switch, a WayForward traz exatamente os mesmos games, porém com gráficos 3D e novas animações bonitas e fluidas que são de encher os olhos. Todo o charme do jogo original do Game Boy Advance chega com uma qualidade incrível, que ajuda ainda mais no apego aos carismáticos personagens.

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Colorido lindo, animações fluidas e sem quedas de frames fazem de Advance Wars um verdadeiro colírio para os olhos

E não foi só nos personagens que este remaster ganhou melhorias. A interface e os gráficos 3D estão com artes nítidas, sem serrilhamentos e com movimentos fluídos sem quedas de frames.

Tudo vem acompanhado de uma novidade muito boa: as atuações de vozes, porém, elas só aparecem nos principais diálogos do jogo, e não em todos os balões de conversa.

Jogabilidade simples, porém desafiadora

Advance Wars é um jogo de estratégia por turno que inicia de forma simples e de fácil compreensão, passando uma quantidade específica de tropas e unidades diferentes para enfrentar o inimigo. E, como acontece em grande parte dos jogos da Nintendo, sua campanha é progressiva, adicionando cada vez mais elementos, o que exige novas estratégias para ganhar as consequentes batalhas.

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A campanha do segundo jogo parece travada no início, mas é somente para evitar spoilers da história. Se o jogador clicar na campanha, ele pode iniciá-la a qualquer momento

Conforme o jogador avança, ele passa por novos desafios, como ter que enfrentar uma névoa que esconde os inimigos do campo de batalha (o infame Fog of War) e passar a conquistar fábricas que permitem a criação de novas tropas e unidades (cuidado, o inimigo também poderá fazer novas tropas!).

Os elementos novos são introduzidos conforme o jogador alcança novas fases durante o jogo, aumentando o desafio de vencer a partida, que se resume em dizimar todas as tropas do inimigo, ou conquistar o quartel-general do oponente.

Para acrescentar uma variedade ao campo de batalha, há também os poderes CO (Oficiais de Comando), da qual, todo comandante, seja do jogador ou do inimigo, pode usar após um determinado período de turnos durante as batalhas.

Aqui é onde reside um ponto de desequilíbrio do jogo: alguns COs possuem uma habilidade muito poderosa se comparado a de outros, o que escala significativamente a dificuldade em certas fases, especialmente no início. A missão 6, por exemplo, é onde muitos jogadores começarão a sentir a pressão ao ver que Eagle, o oponente da fase, pode acrescentar um turno a mais para suas tropas, desequilibrando completamente o balanço do jogo e, dependendo da estratégia que o jogador realizou, fazer a fase se carregar por muitos turnos.

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Até mesmo Nell reconhece o “crime” que é um CO Power poder dar dois turnos por unidade

No entanto, o jogo toma consciência disso, trazendo diversas opções para agilizar o campo de batalha, como desativar as animações só do inimigo, ou de ambos os jogadores, para fazer com que a fase tenha uma progressão mais veloz.

Pacote completo para prender o jogador por muitas horas

Além da campanha que contém os dois primeiros games da série, o jogo possui diversos modos extras para deixar os aficionados por games de estratégia por turnos vidrados por muitas horas.

As duas campanhas já garantem muito tempo de diversão, mas a possibilidade do jogador criar seus próprios mapas no modo Design Room e jogar contra o CPU ou os amigos, seja local ou online, garante ainda mais horas de diversão.

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A loja do Hachi, que deixa o jogador usar os pontos adquiridos no jogo para comprar extras, também dá dicas sobre o jogo

E para aumentar o senso de progressão do jogo, a loja do Hachi volta com tudo, trazendo extras desbloqueáveis, como músicas, artes conceituais e mapas novos através de um sistema de pontuação, adquirido durante as batalhas.

Jogo fornecido para análise pela Nintendo.

Veredito
Advance Wars 1+2: Re-Boot Camp traz toda a diversão dos dois títulos da série do Game Boy Advance, com gráficos de tirar o fôlego e bela atuação de voz, apesar de pouco aproveitado. No entanto, perde a oportunidade de adicionar novos conteúdos fora do que já havíamos visto anteriormente e de corrigir alguns picos de dificuldades que podem afastar jogadores novos deste grande clássico de estratégia por turno. 
Prós
Dois incríveis jogos de estratégia por turno
Jogabilidade progressiva
Gráficos 2D e 3D lindos
Animações fluídas
Excelente atuação de voz
Contras
Saltos de dificuldade esporádicos
Atuação de voz aparecem em poucos diálogos
Poucos adicionais além do que já haviamos vistos na versão de GBA
9
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