No primeiro Darkest Dungeon, desde a atmosfera até os elementos de RPG, tudo foi realizado com o máximo de cuidado e dedicação. No entanto, a dificuldade extrema deixa esse título muito nichado, o que pode afastar muitos jogadores, e de forma compreensível.
Darkest Dungeon II chega com a mesma premissa, e com a oportunidade de corrigir algumas coisas, como o confuso menu ou a falta de um tutorial intuitivo que guie o jogador nas complexas mecânicas do jogo. Mas será que o game aproveitou essa oportunidade? Entre na carruagem e vamos descobrir.
Um excelente jogo, mas para poucos.
Como o próprio jogo informa, o objetivo é “Fazer o seu melhor em uma situação extremamente ruim.”, porém isso é levado muito ao extremo para conseguir recomendar para jogadores casuais.
Recomendação de Compra
Final Fantasy I-VI Pixel Remaster Collection
Lançamento: 8/Out/2024
Darkest Dungeon II traz grande parte dos elementos do primeiro, mas altera bastante a forma de exploração. Ao invés de ficar em uma única cidade, e escolhendo os locais para explorar, agora o jogador possui uma carruagem, de onde ficam os quatros heróis selecionados, com outras classes podendo ser habilitadas conforme o jogador progride no jogo.
Essa carruagem chega até o primeiro destino, e de lá o jogador terá que escolher caminhos diferentes e acessar diferentes partes da cidade enquanto anda em sua carruagem.
Há locais, como torres e castelos, que é possível entrar e explorar mais de uma área dentro dela, como em Darkest Dungeon I, porém de forma linear, mas em grande parte o jogador visitará ambientes conforme anda em sua carruagem podendo, inclusive, controlar a direção do veículo.
Esse fator traz uma nova camada na exploração, que é muito bem-vinda e bem implementada no game. Além da atmosfera, as escolhas que são possíveis fazer dão um tom mais estratégico ao jogo, já que é possível escolher caminhos menos perigosos.
Uma dificuldade para poucos
A dificuldade do jogo, no entanto, não diminuiu. Assim como o primeiro, se o jogador conseguir passar do brutal início, há um folga a ser encontrada no meio do jogo, conforme evoluem os principais personagens. O problema é chegar até lá.
O jogo passa por picos de dificuldade que é impossível não se frustrar, especialmente quando encontramos novos chefes que possuem diferentes ataques e formações, como o chefe bibliotecário, por exemplo. Ao entender sua mecânica, o jogador já estará em apuros. E isso ocorre quando o jogador ainda está explorando a cidade, enfrentando inimigos relativamente fáceis, e quando chega a vez de encarar o chefe, a dificuldade sobe em um nível astronômico.
Eu queria dizer que essa dificuldade exige uma estratégia que mantém o desafio empolgante, mas a verdade é que é frustrante chegar até esse ponto e morrer com todos os personagens e não ter o que fazer. Diferente de jogos como Ninja Gaiden, onde você tem o controle da ação e tudo ocorre de forma rápida, em Darkest Dungeon II você passa muitos minutos em uma única batalha só para se ver quase (ou completamente dizimado). E enquanto é recompensador conseguir uma estratégia do qual você saia vitorioso, é o dobro de frustração quando você perde muito tempo e acaba perdendo.
Outro ponto negativo é que, apesar dos atalhos nos direcionais que facilitam muito a vida durante o jogo, os menus continuam confusos e difíceis de navegar. Demorei para achar como alterar os nomes dos personagens, e mesmo com os milhares de tutoriais que o jogo lança ao jogador, é difícil navegar nos menus em tempos de calmaria. É importante notar que esse também era um problema do primeiro.
Gráficos diferentes… mas semelhantes?
O jogo passou para o gráfico 3D neste segundo game, porém conseguiu reter a originalidade da direção artística do primeiro, e devo dizer: ficou exuberantemente lindo!
Não só isso, também trouxe uma atmosfera ainda mais imersiva ao jogo, especialmente em relação aos personagens, que possuem toda uma história de fundo a ser desvendada conforme o jogador explora os locais. Somada a música sombria na exploração e empolgante nos momentos de batalha, você se sente como parte do time, completamente sugado para o ambiente do jogo.
Outro ponto forte é a narrativa do jogo, que conta com uma das melhores atuações de vozes que já ouvi. O narrador me lembra muito a voz que do vídeo introdutório de Castlevania Lament of Innocence, do qual acho fenomenal, e aparece com bastante frequência, especialmente nas missões secundárias, como a história de cada personagem.
Eu gosto de Roguelike RPG, recomenda?
A frustração é presente a todo momento, e por ser um RPG, os momentos em que tudo da errado faz o jogador perder muita progressão de jogo. No entanto, essa é a premissa de Darkest Dungeon II (até mesmo seu objetivo) e ele entrega tudo com cuidado e dedicação. Porém, perder a oportunidade de corrigir os problemas do jogo anterior não facilitam as coisas, mesmo com sua nova arte e forma de exploração sensacional.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Red Hook Studios
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