Parece que foi ontem que iniciei as análises do que então seria a trilogia de remakes dos primeiros jogos da série Front Mission anunciada pela Forever Entertainment.
Estava, inclusive, ansioso, achando que o terceiro jogo não veria a luz do dia. Mas, aqui estamos nós, com mais um jogo deste incrível universo criado pela Square e que, sim, rivaliza, ao menos em termos de história, com a complexidade política e social que vemos em jogos de peso como Metal Gear Solid.
Front Mission 3 chega junto do Switch 2, dando a opção de jogar esse RPG Tático tanto no Switch 1 quanto no novo videogame da Nintendo.

Front Mission 3 já era incrível na era do PS1
Front Mission 1st e Front Mission 2nd precisavam com urgência de um remake. O primeiro, mesmo tendo atualizações para o PS1 e Nintendo DS, era pouco acessível devido à dificuldade, quanto que o segundo (e particularmente meu favorito em termos de atmosfera) nunca viu uma tradução oficial.
No entanto, Front Mission 3 já era uma obra prima na quinta geração dos videogames, com um balanço arrojado em sua dificuldade, e possuindo diversos elementos de RPG e adventure durante as intermissões, ou seja, antes dos momentos de batalha. O jogo possui mais interações fora de batalha, com possibilidade de acessar sites e fóruns para adentrar mais no rico universo, porém o jogo peca em relação ao primeiro remake em drama pessoal, e do segundo em tensão política, sendo o mais simples em termos de história na minha opinião.
Além disso, também foi o primeiro Front Mission que na sua primeira (e única) iteração, já veio traduzido para o ocidente (em inglês); Front Mission 1 só seria localizado anos depois no PS1.
Dito isso, o quanto se torna necessário um remake deste incrível jogo tático, visto que o primeiro e o segundo tinham muitas aberturas para melhoria, quanto que o terceiro já era um jogo arrojado?

Mais melhorias de qualidade de vida, mais diversão!
Além dos menus atualizados, o que é sempre bem-vindo, especialmente quando falamos de jogos vindos da quinta geração, Front Mission 3 carrega todos os auxílios que transformaram os dois primeiros remakes nos incríveis jogos que são.
Agora, o jogador tem a opção de pular as animações de batalhas e movimentos, além de um visual melhorado para enxergar as casas e movimentos dos Wanzers (os robôs gigantes que o jogador controla no campo de batalha).
O HUD também teve uma melhora significativa de visual, facilitando enxergar e localizar informações, além de tirar aquele quadriculado mais do que pixelado da edição antiga (e acredite, com a quantidade de texto antes das batalhas, essa adição realmente faz diferença, especialmente nas fontes do texto).

Os gráficos também ganharam melhorias significativas, especialmente nas animações 3D fora de batalha. Se você também jogou Front Mission 3 original, deve se lembrar muito bem dos personagens 3D andando fora dos Wanzers pelo cenário, extremamente pixelados e totalmente irreconhecíveis, só sendo possível identificá-los devido aos balões de fala que acompanham os retratos 2D (que, diga-se de passagem, desde aquela época eram lindos).
Agora o modelo dos personagens 3D são detalhados, apesar da limitação dos movimentos que ainda seguem a dinâmica do PS1. O engraçado é que os retratos tiveram efeito contrário, assim como indiquei nas análises de Front Mission 1st e 2nd. A alta definição dos retratos que antes eram lindamente desenhados à mão, parecem ter sido remasterizados por IA, trazendo algumas imagens estranhas no cabelo ou até nos movimentos das falas (movimentos que também estavam presentes no antigo).
A estrela da vez, no entanto, são os Wanzers. Em relação aos dois primeiros remakes, há um verdadeiro peso quando você vê esses gigantes de aço pularem, se movimentarem e receberem danos. A movimentação está mais fluída e os efeitos trazem uma sensação de peso, mesmo com a ação acontecendo de forma isométrica.
De forma geral, o gráfico do remake trouxe uma melhora significativa, trazendo um jogo mais limpo e fácil de se entender as informações, além de ter ficado mais rápido, removendo aqueles loadings intermináveis da era dos CDs e dando a possibilidade de pular as animações e batalhas e movimentos, especialmente quando é necessário repetir a missão por derrota.

Uma trilogia necessária para os amantes de RPG Tático
Parece um sonho realizado poder jogar nas plataformas atuais essa trilogia que, devido a demora na localização, poderia ter rivalizado com jogos de peso em termos de história e dramas políticos aqui no ocidente.
É notável o carinho especial pela produção, até mesmo com adição de DLCs gratuitos, como ocorreu com o primeiro Front Mission.
Front Mission 3, apesar de agora ficar mais acessível às novas gerações, já era uma obra-prima para a geração na qual foi lançada. Veremos se o futuro oferecerá conteúdos extras para esse título um tanto complexo e divertido, porém, comparado aos dois primeiros, pouco oferece de novidade, mesmo aprimorando a performance em relação ao original.
Agora resta aguardar e ver se irão trazer o único jogo da série que ficou de fora da era do Playstation 1, o Front Mission Alternative (sonhar não custa nada!).
Jogo fornecido para análise pela Forever Entertainment
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