Lançado em março de 2017, o Switch foi recebido com um pouco de ceticismo envolta do seu anúncio e lançamento. O único jogo realmente desejável era Zelda, o preço era mais alto do que se esperava, as capacidades online não estavam bem desenvolvidas e não havia uma segurança que demais editoras investiriam no console de forma satisfatória.
Dois anos e meio depois, a situação mudou bastante. Mas afinal, será que o Switch finalmente é uma plataforma madura a tal ponto que recomendá-lo é algo unânime? Bem, eu particularmente não me arrependo de comprar, mas mesmo assim gostaria de levantar alguns pontos de interesse durante este artigo para os que possam estar em cima do muro.
Recomendação de Compra
The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom
Lançamento: 26/Set/2024
Estilo de Vida
Eu definitivamente não falo por todos, mas o Switch caiu como uma luva na minha rotina. Eu moro e trabalho em Recife, Pernambuco, mas tenho família em Caruaru, no interior, onde viajo quinzenalmente, e em Portugal, na Europa, onde viajo anualmente, nas férias. Além disso, viajo a trabalho para a California, nos EUA, em certos intervalos ao ano.
Dito isso, a liberdade de carregar o Switch para onde eu vou é fantástica. Jogar no avião, numa tela de 6,2 polegadas com fones de ouvido, o mesmo jogo que eu estava jogando em casa na minha TV com home theater 5.1, é uma experiência que mudou a forma que eu encaro videogames. Eu não preciso jogar um jogo totalmente diferente no meu 3DS, quando na realidade eu queria estar dando continuidade à aventura que comecei no console de mesa. É exatamente o tipo de inovação que eu precisava.
Além disso, poder colocar o aparelho em cima de uma mesa e destacar o Joy-Con para partidas multiplayer em qualquer lugar é uma idéia fantástica. A maleabilidade dos Joy-Con como um todo, permitindo se tornar um controle completo para jogatina em casa, é genial e digna da herança inovadora da Nintendo.
Os esforços da Nintendo
O maior problema do Wii U, sem dúvida, foi a incapacidade da Nintendo em desenvolver jogos da qualidade que seus fãs esperavam. Enquanto que a falta de apoio de empresas terceirizadas pesava, passar quase cinco anos sem receber um Zelda inédito ou tendo que se contentar com um Mario 3D que mais parecia um level pack do jogo de 3DS foi péssimo. Isso sem contar com as franquias que sequer foram mencionadas, como Metroid, ou que receberam jogos que simplesmente não estavam ao nível de polimento que a Nintendo se orgulha, como Star Fox e Mario Tennis.
Óbvio que nem tudo foi tão ruim. Jogos inovadores, como Super Mario Maker e Splatoon, deram as caras pela primeira vez no Wii U, e ótimas sequências, como Xenoblade X e DK Tropical Freeze, também floresceram nessa era. Mas mesmo assim fica claro que a Nintendo poderia ter feito bem mais.
No Switch, a coisa foi bem diferente. O console foi lançado com um Zelda inédito e poucos meses depois recebeu um Mario 3D que faz jus à série. Entre e depois desses dois também recebemos diversos jogos, originais e ports dos melhores títulos de Wii U, praticamente de forma mensal. Na verdade, essa prática continua até hoje e raramente se passa um mês no qual a Nintendo não publique um jogo.
É esse fluxo constante de jogos que demonstra o comprometimento total da Nintendo com seu sistema. Tais jogos são incríveis e demonstram que, de forma geral, a empresa está escutando seus fãs. Estamos falando de um Smash Bros. que é um sonho sendo realizado, um Mário Tennis que é atualizado com conteúdo grátis até hoje, um Splatoon e Mario Maker que expandiram imensamente as ideias dos seus antepassados e dois Xenoblade’s que não devem em nada para grandes RPGs do mercado.
E nisso estamos contando apenas os jogos já lançados. Temos finalmente um Metroid 3D anunciado, além de sequências para Luigi’s Mansion, Animal Crossing e Pokemon. No ritmo que a Nintendo está, não me assustaria se anunciassem um Star Fox e F-Zero totalmente novo. A situação é realmente muito boa e, caso você tenha comprado o console exclusivamente para os jogos da empresa de Quioto, definitivamente deve estar satisfeito.
Os esforços das demais
Enquanto que a Nintendo mudou sua postura da água para o vinho, não se pode falar o mesmo das demais editoras.
De um lado do campo temos empresas desenvolvendo jogos fantásticos com o apoio da Nintendo, seja ele através de financiamento de desenvolvimento ou de marketing, como Mario + Rabbids, Octopath Traveler, Marvel Ultimate Alliance, Astral Chain e o futuro Bayonetta 3.
Receber tal apoio da Nintendo é muito bom, mas quando se trata de tomar a iniciativa de trazer seus títulos para o Switch a coisa muda um pouco. Tomando a Capcom como exemplo, o único grande lançamento simultâneo com as demais plataforma foi Mega Man 11 e os demais esforços se limitam a relançamento de jogos antigos como Devil May Cry HD, Resident Evil até o 6 e Monster Hunter Generations Ultimate, nenhum deles sequer da geração atual. Para efeito de comparação, as demais plataformas receberam, durante a mesma época, Devil May Cry V, Resident Evil 2 Remake e Monster Hunter World.
Tem casos de editoras que simplesmente deram as costas para o console, mesmo que não admitam. A EA relegou o lançamento de FIFA, a única franquia de peso presente no console, a uma versão às coxas em 2017 e um requente dela nos anos subsequentes. Não temos sequer The Sims no aparelho! Quando comparado, até os esforços da Microsoft (sim, você leu bem) no aparelho são maiores, com Minecraft, Cuphead e Ori.
Existem empresas que se esforçam mais. Um exemplo que sempre vem à mente é a Bethesda, que portou Doom e Wolfenstein 2 para o console, mas também trouxe Youngblood e trará Doom Eternal, ambos simultaneamente com as demais plataformas. Mesmo assim, não temos sinal da série Fallout, Rage ou Evil Within, por exemplo. Igualmente, a Bandai Namco lançou DBZ FighterZ, mas nem sinal de SoulCalibur VI. Boas surpresas, como The Witcher 3 da CD Projekt Red, aparecem, mas suporte contínuo não parece estar nos planos, como a falta de anúncio para Cyberpunk 2077 da mesma desenvolvedora.
Até mesmo empresas que estão colaborando diretamente com a Nintendo, como a já mencionada Ubisoft em Mario + Rabbids, não parecem interessada em ir além deste tipo de parceria. No exemplo da mega empresa francesa, nem sequer o HD Remaster de Assassin’s Creed Rogue está disponível, apenas o (não tão amado) terceiro jogo da franquia. Não há sinal de Far Cry ou Watch Dogs e o silencio sob uma possível versão de Switch de Beyond Good & Evil 2 é ensurdecedor. A única constante no console é Just Dance.
Para quem está super satisfeito com os jogos exclusivos do console a preocupação com o trabalho das demais editoras possa parecer pouco compreensível, mas a saúde de uma plataforma se deve exclusivamente à variedade de jogos disponíveis nela. Convencer um jogador casual brasileiro a comprar um Switch sem ter uma versão decente de FIFA disponível é bastante complicado, porque é o tipo de jogo que ele compra de olho fechado nas demais plataformas e sabe o que o espera.
E quando a pessoa simplesmente não encontra o jogo que quer? Call of Duty e GTA já são títulos tão comuns que basicamente todo mundo espera comprar um console e ter ao menos alguma iteração disponível. Não no Switch, aqui ela simplesmente não vai achar a menor menção. Não adianta se o aparelho tem FPS’s ou sandboxes melhores, existem certos padrões na indústria que é o mínimo esperável por qualquer pessoa.
Cortando a gordura
A natureza do Switch é algo muito discutido desde seu lançamento. Seria ele um aparelho portátil? Seria ele um console de mesa? Bem, sempre vai ter alguém para gritar que “o Switch é híbrido!”, mas este é um conceito bem abstrato. Sendo assim, o PSP Go, Razer Edge e SEGA Nomad também seriam híbridos, mesmo tendo sempre sido classificados como portáteis?
Enfim, divago, mas o importante a ser discutido é que a Nintendo finalmente anunciou o seu Switch Mini, batizado de Switch Lite. Como vocês sabem, eu não era a pessoa a achar que tal aparelho faz muito sentido para a empresa, mas não há como mudar o fato de que ele já está anunciado e, custando U$ 200, com certeza achará seu público.
Vale lembrar que o Switch Lite trará uma dinâmica única para o eco-sistema da empresa. Onde antes éramos acostumados a um aparelho doméstico com jogos complexos, na linha de Zelda Breath of the Wild, custando U$ 60 e jogos mais simples, na linha de Link’s Awakening HD, custando U$ 40, agora somos apresentados a apenas uma variação de preço, que infelizmente (sem surpresa) é a mais cara.
Onde antes era “fácil” (com grandes ressalvas) da Nintendo justificar isso com a natureza doméstica do Switch, agora fica um pouco mais complicado de convencer desembolsar U$ 60 em certos tipos de jogos. Eu não sei vocês, mas pagar o mesmo valor de BotW por um remake (estritamente estético) de Link’s Awakening é algo um pouco sem noção, e o mesmo pode ser falado sobre Pokémon Sword/Shield que chegam até a oferecer menos conteúdo (de certa forma) que as edições de 3DS. Não poder jogar tais títulos na TV apenas agrava a situação.
Outra preocupação que tenho é o fato de que a falta de Joy Con e o pouco incentivo para gameplay tabletop no Switch Mini limitem o desenvolvimento de funções em certos jogos futuros. Digo, porquê eu desenvolveria um modo de jogo para uso do console em tabletop, com stand, se uma parcela da minha base de usuários sequer terá acesso a isso? Ou, caso a versão Lite venda absurdamente mais que a versão comum, porquê eu desenvolveria um modo multiplayer em tela dividida, na TV? O mesmo pode ser dito para o HD Rumble e a câmera infravermelha, que com certeza desaparecerão no futuro.
Não acredito que nada disso impedirá a versão apenas portátil do aparelho de vender bastante, e ela com certeza será um ótimo segundo console para demais integrantes da casa, mas a Nintendo precisará de muito jogo de cintura para trazer elementos nunca antes visto em consoles exclusivamente portáteis e faze-los fazer sentido. O preço e a cobrança do online são só o começo.
O online
Vou adiantando, o serviço é péssimo.
Mas antes, coisas boas: O grande passo para frente que a Nintendo deu (mas que já deveria ter dado desde 2006) foi atrelar os jogos à sua conta. Isso significa que se seu console quebrar ou for roubado, seus jogos poderão ser baixados novamente.
Já o grande passo para trás foi a volta dos Friend Codes. Eu não sei você, mas eu acho ridículo que em plano 2019 ainda sejamos obrigados a lidar com esses códigos para fazer algo tão trivial quanto adicionar um amigo. Nenhuma outra empresa faz isso porque é absurdamente contraintuitivo e um trabalho desnecessário da parte do jogador.
E das escolhas bizarras e inéditas, temos a falta de chat por voz sendo suprida com um aplicativo para telefone. Nem é preciso dizer que essa decisão é péssima e infundada. Não só o uso do aplicativo e do Switch ao mesmo tempo é desengonçado, mas a necessidade de sair da plataforma para ajustar uma função tão trivial em outro lugar chegar a ser ofensivo, em especial quando até o PS Vita faz isso de forma independente.
Existem diversos pontos no qual a empresa continua na inércia. Ainda não há um sistema de conquistas global, não há um Virtual Console completo e os games que acompanham a assinatura são, digamos, pouco interessantes, principalmente para quem já os comprou e jogou à exaustão no Wii/Wii U/3DS/NES Classic nos últimos anos. Mesmo tendo cloud saves, os jogos que mais se beneficiariam da função não possuem suporte.
Em 2019 vimos a Nintendo tentar adicionar um pouco mais de valor ao serviço. O lançamento de Tetris 99 foi uma surpresa muito bem vinda, mas o esboço dos Game Trials, com Mario Tennis Aces e Captain Toad liderando o oferta, também são dignos de ser mencionados. Por fim, a oferta de comprar dois jogos digitais com U$ 10 de desconto cada também agradou a muitos. Esses cupons, como a Nintendo chama, não estão mais disponíveis em todas as eShops, então não nos animemos muito.
Por fim, a qualidade da jogatina online em si não é das melhores. A Nintendo continua usando um serviço P2P, onde não requer servidores dedicados, então passar a cobrar pela função de jogar online continua sendo um mistério quanto à necessidade em si. Mesmo sem fatorar isso, tenho que confessar que as partidas que eu participei são uma grande roleta russa quanto à qualidade.
Tenho uma internet bem estável no Brasil e raramente consigo jogar uma partida igualmente estável em Smash Bros., mas a situação não é muito diferente na casa de minha família em Portugal ou quando estou trabalhando na California. Já Mario Tennis e Splatoon costumam funcionar relativamente bem. Porém, as melhores experiencias que eu tive, de longe, foram com Mortal Kombat 11 e Dragon Ball FighterZ, mas mesmo esses sofrem com a falta de cross-play, que resulta em bem menos gente jogando no Switch que em outras plataformas.
No fim, a única coisa que me faz sentir menos mal por pagar um serviço de tão má qualidade é que eu simplesmente pago pouco. E nem falo dos U$ 20 cobrados por uma assinatura individual, eu digo que somente vale a pena gastar dinheiro com o Nintendo Switch Online caso você pegue o plano familiar onde o valor anual fica pouco mais que U$ 3. É isso que vale, nada mais.
A variedade de jogos
Para um aparelho presente a dois anos e meio no mercado, é um pouco triste que o Switch não cubra plenamente todos os gêneros. Enquanto que fãs de ação, aventura, RPG e plataforma vão adorar o console, o mesmo não pode ser dito de outros gêneros.
Eu me diverti bastante com os jogos de luta no sistema, mas certas omissões como Street Fighter (moderno) e qualquer fighter 3D (SC, DoA ou Tekken) são bem evidentes. Doom e Fortnite são ótimas adições no universo dos jogos de tiros, mas muitas pessoas são fiéis a Call of Duty e Battlefield, nenhum dos dois disponíveis na plataforma.
A situação fica pior com jogos de esporte. Baseball e basquete estão presentes, e eu diria que Mario Tennis consegue até cobrir a lacuna do esporte, mas a total ausência de modalidades como futebol americano definitivamente causam um impacto em certas regiões do mundo. Por aqui, ainda temos FIFA, mas a versão do console deixa bastante a desejar, ao ponto de para alguns simplesmente não valer a pena.
O preço
O Switch é um aparelho que custa caro, e ao longo destes quase três anos nunca sofreu um corte de preço. A concorrência oferece, pelo mesmo valor, sistemas que até acompanham um jogo. No caso da Microsoft, você ainda pode assinar o Gamepass e ter acesso a uma grande biblioteca logo de cara. Não há nada do tipo no Switch.
A politica de preços da Nintendo para seus próprios jogos é cobrar U$ 60 por tudo (mesmo jogos mais simples) e quase nunca oferecer promoções. Além da falta de boas ofertas, esses valores também nunca diminuem permanentemente. Todos os títulos de 2017 publicados pela própria Nintendo ainda custam preço cheio e não há menção de um “Nintendo Selects” para a plataforma.
Enquanto que isso já é algo ruim nos EUA, onde uma grande parcela da população espera uns meses para comprar seus jogos a preços mais atrativos, a situação piora ainda mais no Brasil. Aqui o menor valor que se compra um lançamento em cartucho da Nintendo é na casa dos R$ 260 – 280 caso você faça pré compra, após isso é necessário desembolsar algo em torno de R$ 340.
Não preciso dizer que os valores são totalmente incompatíveis com a realidade do público gamer brasileiro, e é fácil provar quando comparado com a concorrência. O maior lançamento da Sony para este final de ano é Death Stranding, onde sua pré compra custa em torno de R$ 180, o equivalente a U$ 42, mais barato que comprar o mesmo jogo nos EUA. A falta da Nintendo no Brasil impede que os valores se ajustem à nossa realidade, e com a alta do dólar a expectativa é que a situação fique ainda pior. Mesmo comprando digital, gastar R$ 250 num jogo que mais tarde nem poderá vender é uma decisão que muitos (inclusive eu) não estão querendo tomar. Para alguns, infelizmente, está sendo a única alternativa.
Como um certo alívio (não tão aliviado), o Switch Mini melhora um pouco esse panorama ao cortar em U$ 100 o valor final do aparelho, mas ele faz isso ao custo muito alto da jogatina na TV. Para alguns simplesmente não é algo atrativo, mas pelo menos para os que apenas pretendiam usa-lo como um portátil não mais precisam gastar pelo pacote todo. Agora se esse corte vai se refletir em um desconto considerável aqui no Brasil é algo que precisamos esperar para ver, mas eu não apostaria tanto nisso.
O futuro
Muito se especula sobre um “Switch Pro” que possa rodar jogos em resoluções/framerates melhores. Enquanto que o pensamento é válido e, francamente, bem possível, eu acredito que a Nintendo deveria estar olhando mais ao futuro.
Ano que vem, em 2020, veremos o lançamento de duas novas plataformas da Sony e Microsoft. Enquanto que o Switch, quando comparado com o PS4 e Xbox One, é tecnicamente fraco, está longe de ser insuficiente e é capaz de receber (como já recebeu) ports de jogos até bastante complexos. Obviamente que estamos falando de uma versão “Very Low” de tais jogos, mas ao menos os aparelhos estão no mesmo “universo” técnico. O mesmo não poderá ser dito quando o PS5 e o Scarlet chegarem no mercado.
Qual será a resposta da Nintendo? Obviamente que eu não tenho acesso ao roadmap da Nvidia, mas conhecendo a Nintendo como conheço eu não a vejo usando nada de altíssima geração por questões de preço e confiabilidade de produção. O X1 usado no Switch já estava no mercado dois anos antes, que é uma vida no universo de chips orientados a mobile, então caso a Nintendo deseje lançar a segunda geração do Switch em 2021, estaríamos olhando para o Orin, anunciado em 2018 mas que ainda não chegou ao mercado.
De qualquer forma, a maior questão é se a Nintendo terá coragem de “largar o osso” do sucesso atual do Switch e partir para uma segunda geração. Claro que um plano de transição, aliado a um bom suporte de retrocompatibilidade, ajudaria bastante, mas será que a empresa será capaz de adentrar uma nova geração com o mesmo fator de inovação atual? Ou será que ela precisará inventar um novo “gimmick” para vender o console seguinte? De qualquer forma, ela não pode ficar parada se quiser manter relevância no mercado como um todo e não repetir o fracasso do Wii U.
Vale a pena comprar um Switch em 2019?
Minha maior preocupação ao recomendar o Switch durante seu primeiro ano, e agravada no segundo, era quanto à variedade de seus jogos, o preço e a qualidade dos serviços. Já discutimos estes pontos e está havendo melhorias, mesmo que a passos curtos, mas com quase três anos são o tipo de problema que já deveria estar sanado.
Porém, eu diria que, ao contrário de antes, o Switch hoje pode ser encarado por uma parcela do público como um console primário e até mesmo independente. Não fosse jogos como DMCV e Resident Evil 2, eu definitivamente não teria tocado no meu PS4 em 2019. A oferta de jogos da Nintendo, para mim, está realmente muito boa, mas eu entendo que há certas lacunas.
No entanto, o preço ainda é uma fator limitante. Fatorar o custo do aparelho com um jogo o eleva a um patamar inacessível para diversas famílias. No Brasil, então, a situação fica ainda pior por conta da falta de presença oficial.
Por fim, não podemos mais prever se o Switch terá um futuro brilhante porque o futuro já chegou. Eu estou bastante satisfeito com o que o console é. Mesmo ainda havendo ressalvas, a liberdade que o sistema traz pesa bastante e eu recomendo a todos que possuem uma rotina muito agitada como eu. Para os que pretendem apenas jogar em casa, eu pararia para analisar melhor, em especial observar o que a Sony e Microsoft vão anunciar ano que vem.
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