Visual Novel é um estilo que não tem meio termo: ou você ama, ou você odeia. E se tem uma série que atrai igualmente fãs ou haters, é Steins;Gate e a série Science Adventures, já que nem todo mundo gosta da ideia da quarta parede sendo constantemente quebrada. Pois bem, Anonymous;Code é a nova entrada da série. Bora?
[bs-heading title=”Sobre Anonymous;Code” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
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Lançamento: 8/Out/2024
Quando o criador de STEINS;GATE se junta de novo com a equipe que criou a serie Science Adventures, qualquer pessoa que goste de visual novels, especialmente aquelas futuristas, se anima.
E foi justamente o que aconteceu aqui. Anonymous;Code é o sexto título da série, que teve vários atrasos na produção, mas finalmente foi lançado em julho de 2022 no Japão, tanto para o Nintendo Switch quanto para o PlayStation 4, o jogo recebeu o tratamento de localização ocidental e foi lançado semana passada para os mesmos consoles e para a Steam.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Em Anonymous;Code, você acompanha principalmente a história de Pollon Takaoka, um hacker do bem que, junto com seu amigo Cross Yumikawa, forma um grupo de hacktivistas chamado Nakano Symphonies que, de impedir uns caras de roubarem dados de pessoas, acaba se vendo às voltas com o Vaticano e o fim do mundo.
E tudo começa por causa de uma mentira. Num mundo onde uma catástrofe matou um monte de gente, por volta de 2037, no qual a Realidade Aumentada faz parte da vida diária, e posts de reddit e mapas do Google aparecem na frente dos seus olhos, namoradas em inteligência artificial e integração total é uma realidade que, se pensarmos bem, nem está tão distante da nossa realidade atual. E nessa realidade, Pollon se vê mentindo pra um amigo, Wind, dizendo que tem namorada, e que ela vai encontrar com ele numa praça, quando, de fato, uma garota encontra com ele. Ela aceita o nomo de Momo Aizaki, que era o nome que Pollon tinha dado pra suposta namorada dele, e vocês simplesmente começam a fugir do exército.
Ela é capturada, e Pollon é resgatado por Oz e Nonno, e, numa nova tentativa de salvar Momo, também falha, Pollon descobre que tem acesso a um app no seu equipamento que hackeia a realidade, e permite que ele salve e recarregue a vida real, como se fosse um jogo. Usando dessa habilidade misteriosa, ele consegue voltar no tempo, com conhecimento do que acontece, salvar Momo, e é aí que a história começa a ficar interessante: Momo revela que fugiu do Vaticano para o Japão para tentar encontrar uma hacker lendária e impedir nada mais, nada menos que a Terceira Profecia de Fátima, o fim do mundo, aconteça.
Pollon é ingênuo e idealista, e decide se meter nessa de salvar tudo junto com ela, e começa a usar suas habilidades novas para descobrir como salvar pessoas em diversos momentos, especialmente resolvendo as quests do misterioso Cicada, para chegar cada vez mais perto do seu objetivo.
Conforme a história avança, e essa história é bem longa e profunda, você conhece uma ordem secreta do Vaticano, entende quem é Momo originalmente, e vê a Nakano Symphonies crescer de uma dupla para um grupo grande que conta, inclusive, com apoio do governo e da polícia para lutar contra a outra parte do governo e da polícia, aquela que está ajudando o Vaticano a tentar fazer o fim do mundo acontecer mesmo.
Quando falo que a história de Anonymous;Code é longa, ela é mesmo. São quase 15 horas (ou mais) de jogo para conseguir descobrir o que acontece, e nessas horas, você não só vê um grupo de hackers tentando salvar o mundo, como também conhece os lados pessoais de cada pessoa, suas dúvidas, questões existenciais e até mesmo coisas simples, como o que fazer ao levar alguém num date e qual presente de Natal dar para alguém que não é namorada, mas é namorada.
Em alguns momentos, você acompanha o desenrolar das coisas pelo ponto de vista de Momo, que não é interativo em nada, mas ao mesmo tempo te permite entender muito do que se passa na cabeça dela, das motivações e do que a levou a arriscar tudo para ir ao Japão.
No meio de tudo isso, há simuladores da realidade da Terra rolando, e um moleque brincando com cubo mágico, que lembra muito N de Death Note, tentando entender por que Momo não aparece, e por que Pollon não faz as coisas como deveria fazer na sua simulação perfeita do globo. E há hackers que começam a jogar contra você porque não entendem que o destino do mundo realmente tá em jogo, achando que é tudo apenas uma série de desafios (mesmo depois de um avião com mais de duzentas pessoas a bordo é salvo através das quests).
Uma questão bastante interessante é que, como a função de load e save do jogo é a sua única forma de interação com Pollon, ele sabe da sua existência, e quando você tenta abrir o menu em certos momentos, ele entende que algo deu errado além daquele ponto. E esse algo que dá errado são vários finais ruins que aparecem quando você não dá a letra pro Pollon recarregar o save do mundo.
No todo, apesar de demorar um pouco pra você de fato entender o que hackers, Vaticano, simuladores de planeta e o fim do mundo têm a ver, o carisma das personagens e a vontade que acaba se formando de realmente conseguir impedir que tudo vá pelos ares adiciona um fator bastante imersivo, se você for capaz de suspender sua descrença por alguns instantes.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Anonymous;Code é uma das Visual Novels mais Visual Novels que já joguei. Isso significa: pegue uma pipoca, sente-se confortavelmente e prepare-se para ler horas de texto e de coisas acontecendo com pouca interação acontecendo. Há alguns momentos de gargalo no jogo no qual você vai ter que prestar muita atenção para encontrar o ponto certo de avisar Pollon pra recarregar o save, e em outros, ele te pede por ajuda, mas grande parte do tempo, você só está assistindo ao que acontece.
Há um menu que você pode ler sobre todas as informações que adquire, e um tal de Jogo da Vida, que a Nonno ensina a jogar em certo momento, e que você pode jogar (embora eu não tenha entendido direito como), mas fora isso, espero que você esteja com disposição a passar horas apertando o A (não recomendo o modo de autotexto, porque algumas falas curtas somem rápido, e você precisa voltar no log pra ver o que foi falado).
O log, por sinal, é bem completo, então, se você piscou e perdeu algo importante, é só abrir e não só reler como também ouvir o que foi falado de novo.
Como você no jogo é a pessoa que cuida da função de salvar/carregar no dispositivo do de Pollon, ele e Momo são, de fato quem protagoniza toda a ação. Você não resolve nenhum puzzle, não monta nenhuma cena, não interage com nada, nem ninguém. É tudo por conta das personagens: sua única função é assistir a tudo e garantir que ninguém morra, avisando Pollon de quando deu ruim.
Como falei antes, se você erra o momento, o jogo acaba num final ruim, e você levará um chuta de volta pra tela inicial do jogo, te obrigando a fazer você um load básico do mundo. Há vários saves automáticos, inclusive, mas recomendo que você faça alguns seus com frequência, porque nem sempre, o autosave vai te salvar.
Aliás, por curiosidade, seus saves são separados dos de Pollon, você não pode salvar em cima dos dele, nem carregar os save dele, só os seus. E se você fizer Pollon voltar demais no tempo, ele vai sofrer consequências com isso, como perda de memória, apagão e desmaio, e tudo vai pelos ares, porque você foi incapaz de impedir (sim, você e a Nakano Symphonies são tudo o que impede o mundo de acabar).
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
O jogo é lindo. A dublagem é quase 100% presente, tanto em japonês quanto em inglês, e as vozes foram muito bem escolhidas, especialmente as de Pollon e Momo.
A arte é bem bonita, e há momentos em que a visão padrão do jogo muda para um estilo mais quadrinizado ou para cenas de anime mesmo, e isso ajuda a quebrar um pouco o ritmo. Não houve nenhum momento em que o jogo teve queda de framerates comigo, mesmo com a tela cheia de elementos visuais, e não houve travamento ou encerramento do arquivo.
A localização ocidental peca em alguns momentos, alguns erros de digitação são notáveis e em alguns momentos, as frases não encaixam tão perfeitamente no frame, mas não é algo tão sério a ponto de quebrar a imersão na história.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Anonymous;Code é uma visual novel no sentido mais estrito da palavra. Não há muita interação a ser feita, mas quando há, é pontual e relevante. A história é cativante, e as personagens vão te fazer se importar a ponto de querer ajudar todo mundo a salvar o mundo e ser feliz. Se Visual Novel é sua praia, aproveite.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Spike Chunsoft.
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