Astral Ascent é um rogue-lite (não confundir com rogue-like) de combate rápido que se passa em um mundo de fantasia moderno criado pela Hibernian Workshop e distribuído pela MP2 Games. Esse é o segundo trabalho do estúdio, porém o seu primeiro considerado um souls like, o que demonstra que Astral Ascent pode ser desafiador devido à experiência da equipe. Com uma temática que mistura magia, tecnologia e espaço, o game é bem convidativo para os fãs do gênero.
O Jardim
A galáxia está em uma guerra sem fim contra alguém conhecido apenas como “O Mestre”. Com seu exército de criaturas, O Mestre capturou aqueles que julga forte ou esperto para sua prisão, O Jardim, e quem tentar escapar terá que passar pelos seus exércitos e pelos seus generais, conhecidos como zodíacos – cada um é baseado em uma constelação. Nossa missão é atravessar todos os biomas enfrentando os seus guardas até derrotar O Mestre.
À medida que vamos jogando com cada um dos quatro personagens, Astral Ascent vai construindo sua história pouco a pouco. Cada NPC do jogo interage de modo distinto e conta algo diferente sobre si ou sobre nossos personagens, tentando criar uma imersão e aproximar o jogador desse mundo. Isso até funciona, porém, acaba ficando um pouco desgastante, considerando que é um jogo em que a repetição é a base. É bem comum no início você ir liberando novos recursos e com isso ir dialogando com os NPCs da base (já que você vai visitá-los várias vezes), mas, depois de um tempo, isso se torna cansativo (embora valha a pena). Você pode ignorar os diálogos, mas os ícones vão ficar ali te assombrando.
Escapando
Escapar d’O Jardim não é uma tarefa fácil, e Astral Ascent ajuda o jogador com seus muitos sistemas de fortalecimento – que podem parecer um pouco complexos, mas você se acostuma. O mais interessante disso é que Astral Ascent te recompensa bem pelo combate; a dificuldade das salas são convertidas em recompensas, que são melhores por serem mais difíceis. A princípio, parece mais sensato evitar altas dificuldades, mas ao se acostumar com o combate, você acaba querendo pegar uma recompensa melhor e juntar as estrelas da dificuldade para uma melhoria no futuro.
Astral Ascent conta com quatro personagens – cada um tem seu estilo próprio –, e 4 espaços de feitiço que podem ser trocados e personalizados, criando infinitas possibilidades de jogabilidade e aumentando ainda mais com os itens de Gambit, que adicionam novos efeitos aos feitiços.
O combate é muito bom e fluido, seja contra uma horda de inimigos ou contra um chefe. É crucial saber se movimentar, a hora de bater e qual feitiço usar. Cada tentativa é única, pois nunca se sabe qual chefe vamos encontrar, quais salas vão aparecer com novos recursos e/ou novos inimigos e quais surpresas nos aguardam.
Um dos pontos mais fortes de Astral Ascent é como ele força o jogador a se desafiar, pois o combate é muito recompensador e essencial. Geralmente, jogos do gênero te forçam a jogar mais na defensiva para economizar vida; contudo, este game não é o caso: é muito mais divertido ir em salas mais difíceis e testar suas habilidades.
Parte técnica
Astral Ascent tem uma arte linda quanto a cenários, efeitos e golpes, mas é bem minimalista quanto aos protagonistas. Isso é compreensível, já que, às vezes, eles parecem apenas vultos de tão rápido que controlamos. Por outro lado, os chefes são bem detalhados e têm ótimas animações de ataque, além de todos terem uma animação de entrada sensacional.
Para manter o clima frenético e leve, quase não se vê carregamento, no máximo ao abrir o save e entre as partidas. A transição de salas é quase instantânea, e mesmo com muita informação na tela, não notei nenhuma queda de quadro e nenhum bug.
Trilha sonora
Este também é um ponto positivo em Astral Ascent. O game traz uma música para cada tipo de sala em cada mundo. Há muitos elementos de orquestra, o que deixa tudo ainda mais refinado. O jogo também possui dublagem de todos os diálogos, o que ajuda muito a dar mais personalidade a todos os personagens.
