Não existe PC gamer brasileiro que no final dos anos 90 não conhecesse Commandos – Atrás das Linhas Inimigas (Behind Enemy Lines). Os jogos produzidos pela empresa espanhola Pyro Studios seriam lançados até 2006, sendo Commandos 2 – Homens de Coragem (Men of Courage), o ápice da série.
Commandos 3, porém, recebeu duras críticas em seu lançamento. Não por ser um jogo ruim, mas por ser curto e ter removido muitos elementos em relação ao segundo game da franquia, o que deixou o 3 – Destination Berlin parecendo mais um pacote de expansão vendido a preço cheio do que um jogo próprio.
Dito isso, Commandos 3 ainda retém o que a série tem de melhor, que é uma incrível atmosfera e dificuldade extremamente desafiadora. Como esses fatores se convertem no portátil da Nintendo em sua versão remasterizada? Continue lendo o artigo para descobrir.
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Lançamento: Ago/2024
[bs-heading title=”Um Real Time Strategy (RTS) que marcou época” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Controlando um determinado número de Commandos por missão, cada um com suas habilidades específicas, o jogador deve completar os mais variados objetivos em fases minadas de nazistas. Apesar de ser um RTS com bastante combate, o jogo possibilita, em diversas ocasiões, concluí-las sem matar soldados, trazendo aquele famoso stealth no maior estilo Metal Gear Solid.
Com três campanhas diferentes, sendo duas com 3 missões e uma com 6 missões, além de duas fases tutoriais, as 14 fases possuem objetivos que vão desde matar um alvo específico e destruir veículos e construções, até defender uma determinada parte da cidade enquanto as tropas alemãs tentam conquistar o local.
Independentemente da missão, jogando na dificuldade original (igual ao original lançado em 2003), o desafio é grande, mas nunca injusto. A marca deste RTS que, ao invés de usar tropas, utiliza soldados com habilidades únicas, marcou época por isso: é desafiador, mas não impossível. É como se a dificuldade estivesse na medida certa, o que traz um teor viciante ao jogo.
Em diversos momentos pensei em sair do jogo porque tinha que trabalhar no dia seguinte, mas sempre me pegava jogando mais alguns minutinhos pensando: “e seu eu fizesse dessa forma?”. O que adiciona um valor ainda mais ao replay do jogo é que todas as missões possuem muitas formas de chegar ao objetivo, com caminhos alternativos e formas diferentes de concluir a missão.
[bs-heading title=”Commandos 3 HD Remaster foi pensado no gameplay” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
É fácil falarmos de um RTS quando temos o mouse e teclas de atalho. Mas como isso se converte no controle do Switch? A resposta é relativamente simples: excepcionalmente bem!
O jogador tem simplesmente todas as opções no controle do Switch como um jogador teria no computador. Na verdade, até mais, já que Commandos 3, lá em 2003, foi criticado por ter removido muitas teclas de atalho que eram presentes em Commandos 1 e 2. As opções de câmera, visão do inimigo e até mesmo o famoso PIP estão presentes.
A curva de aprendizado é grande, assim como no clássico, já que o jogo requer um reflexo rápido por ser em tempo real. No entanto, o Layout padrão é extremamente confortável e rápido, trazendo as opções e a velocidade necessária para se completar o jogo, seja na TV ou no modo portátil do Switch. E ainda de cara, a desenvolvedora adicionou a opção para remapear os botões da forma como o jogador preferir (diferente do Commandos 2 HD Remaster).
Os gráficos também ganharam uma remasterizada, suavizando os serrilhados muito presentes nos personagens do clássico, deixando em alta definição o ambiente 2D e melhorando os efeitos de luz nos ambientes, especialmente internos.
Dito isso, porém, o jogo não está livre de bugs gráficos. Um que me incomodou, apesar de ter acontecido com pouca frequência, é que ao carregar um jogo, o Commando selecionado ficava com o tórax grudado nas pernas (sim, é sinistro!).
O jogo possui um modo online que, na plataforma, é difícil de encontrar alguém para jogar junto, mesmo tendo sido lançado há pouco tempo. E, para mim, não faz sentido Commandos não ser um jogo cooperativo durante a campanha. Um RTS por unidades com habilidades únicas não oferece muitas opções como tropas, o que faz o deathmatch e captura de bandeira ser uma escolha estranha para o multiplayer em Commandos. Se fosse Coop seria de grande valia, já que um segundo jogador poderia ajudar muito em decisões de tempo real durante a campanha.
[bs-heading title=”Um gameplay bem esquematizado, porém mal executado” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Apesar de ser fácil de controlar, a precisão acaba tendo seus contratempos devido há alguns bugs que, não irei negar, me atrapalharam em algumas missões.
O primeiro exemplo que me vem à cabeça, é o modo visão do inimigo que, na missão do trem em movimento, por vezes empacava no cenário, impossibilitando de ver a linha de visão do inimigo desejado. Esse fator não chega a ser tão grave nessa fase do trem já que, por passar em vagões, é um tanto linear, mas dificultou minha vida em certos momentos. O bug ocorreu em outras fases, mas de forma menos acentuada, já que normalizava ao clicar no botão novamente.
Também tive muita dificuldade para dirigir veículos. Mesmo com o Commando que está no banco do motorista, por vezes o veículo simplesmente se recusava a se mexer. Em outras, acelerava para frente sozinho. Na última missão em Stalingrado, uma das mais difíceis na minha opinião, aconteceu com frequência.
Porém, o pior de tudo, é que o jogo quebra. Sim, quickloads quebram com uma frequência mais alta do que quero admitir, o que me frustrou muito. Você nunca irá perder o progresso por causa disso, já que as quebras só ocorrem após um quickload, mas ter que iniciar toda vez o jogo novamente porque um quickload quebrou o game é extremamente frustrante.
[bs-heading title=”O que é fato e o que é equívoco em Commandos 3 HD Remaster” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
O jogo possui poucos artigos, em grande parte negativo, e há muitos somente em inglês, porém entendo a frustração de muitos devido aos bugs. Mas algumas coisas achei injustas. Esse é só um contraponto pessoal em relação à outras opiniões:
[bs-heading title=”EQUÍVOCO: Commandos 3 HD é frustrante devido a dificuldade e ao controle” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#0039e5″ heading_style=”t5-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”SubHeaderMATERIAS” custom-id=””][/bs-heading]
Você não terá a mesma precisão que um mouse, mas o jogo permanece possível e sem frustrações devido ao controle, e de uma maneira divertida e desafiadora, não injusta. A curva de aprendizado é grande, porém todas as opções estão lá e muito bem adaptadas no layout do controle (e há a possibilidade de alterar os botões).
Mas o fator maior é que, além da dificuldade original, também foi realizado uma dificuldade iniciante, que facilita o jogo sem remanejar o layout original das missões, assim agradando a todos os públicos. Nesse modo, os Commandos possuem mais vida, os inimigos reações mais lentas e as missões por tempo oferecem minutos a mais.
[bs-heading title=”ATUALIZAÇÃO: Censura” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#0039e5″ heading_style=”t5-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”SubHeaderMATERIAS” custom-id=””][/bs-heading]
Os símbolos nazistas foram censurados segundo alguns artigos, porém, no lançamento do Switch, já haviam inserido a opção de escolher de acordo com a preferência do jogador, retendo a fidelidade histórica ou a censurada. Um dos motivos plausíveis para isso é porque a empresa responsável pela publicação do remaster, a Kalypso Media, é alemã, e é proibido a divulgação de símbolos do antigo regime na Alemanha.
[bs-heading title=”EQUÍVOCO: Era mais rápido no PC” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#0039e5″ heading_style=”t5-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”SubHeaderMATERIAS” custom-id=””][/bs-heading]
Os quicksaves e quickloadings são extremamente rápidos para salvar e carregar (inclusive mais rápidos que Commandos 2 HD no Switch). Apertando o direcional esquerdo no D-Pad, é só o jogador apertar LT para salvar ou RT para carregar. Tudo ocorre extremamente rápido, e após executar o comando, a ação volta automaticamente para o jogo. O game deixa os 3 últimos quicksaves guardados para caso o jogador salve errado por equívoco, dando a possibilidade de voltar a 2 quicksaves anteriores a este; e ainda há slots para salvamento manual.
Além disso, lembro claramente das versões originais serem lentos por exigirem um PC moderado para alto na época de seus lançamentos, o que demorava um tempinho (até mais) para carregar.
[bs-heading title=”FATO: O jogo é extremamente bugado” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#0039e5″ heading_style=”t5-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”SubHeaderMATERIAS” custom-id=””][/bs-heading]
É verdade. O principal motivo de não dar uma nota alta para esse jogo viciante e divertido é porque, ao menos no Switch, saiu muito bugado. Apesar de não ter nada que mate o progresso do seu jogo, alguns bugs ao executar alguma ação, glitches gráficos nos personagens e principalmente os crashs ao realizar quickloads acabam frustrando o jogador com certa frequência.
[bs-heading title=”PREFERÊNCIA: Gráficos HD tiraram o charme do clássico” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#0039e5″ heading_style=”t5-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”SubHeaderMATERIAS” custom-id=””][/bs-heading]
Depende muito da preferência. Eu também prefiro o serrilhado e o gráfico embaçado, além do HUD clássico, que traz um charme para o Commandos 3, mas tudo isso na base da nostalgia. Logicamente, para tornar acessível para o público mais novo, uma atualização gráfica era necessária, o que deixou o jogo muito bonito. Além disso, algo que não é mencionado, é que os efeitos de luz nos ambientes internos e externos conseguiram trazer ainda mais atmosfera em um jogo que já era altamente envolvente.
Jogo analisado com código fornecido pela Kalypso Media.
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