Simuladores de combate espacial evoluíram muito desde os tempos de X-Wing (Star Wars). Eu nunca esquecerei as premissas da série X (não é Star Wars), de combate espacial com simulador comercial na época de seus lançamentos.
A possibilidade de ter a própria nave, uma espécie de Jornada nas Estrelas, porém sem uma tripulação, e poder explorar a vastidão do universo, visitar sistemas solares e fazer diversas atividades para sobreviver no espaço é realmente encantador.
No meio desse gênero bem nichado surgiu, em 2006 e produzida pela Ascaron, o game DarkStar One, um sólido, porém simples, jogo de simulador espacial. Ele ganharia, anos mais tarde, uma versão exclusiva para o Xbox 360. Fiquei surpreso quando lançaram este ano uma versão exclusiva para o Nintendo Switch.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Mas como é explorar o universo em DarkStar One? Acione seu acelerador de hiperespaço e venha comigo para descobrir.
Um universo cheio de possibilidades
DarkStar One sempre teve uma vantagem em relação a sua concorrência, que é a simplicidade e praticidade em dar o controle ao jogador. Ao invés de passar diversos comandos complicados, como na maioria dos simuladores de tiro espacial, DarkStar One possui controles simplificados, lançando o jogador diretamente no jogo para explorar suas nuances.
Porém, não é só isso que atrai em DarkStar One: além de possuir fortes elementos de evolução (similares a um RPG), o jogo traz uma história envolvente, que se conecta diretamente à progressão da exploração espacial.
Na pele de Kiryan, você recebe uma nave espacial que, no maior estilo da Power Suit da Samus, de Metroid, é orgânico, e pode evoluir de nível conforme o jogador descobre a localização de certos artefatos espalhados pelo universo.
Ao todo são 100 artefatos espalhados, e localizá-los é uma forma de missão secundária para você ir evoluindo sua nave, assim podendo comprar e acoplar à nave mais armas, escudos, power-ups, mísseis, etc. além de poder evoluir a quantidade de slots para inserir novas armas ou carregar mais pesos, caso você decida se tornar um comerciante ou um pirata espacial.
Conforme o jogador evolui a nave e explora o universo atrás do assassino de seu pai e sobre mais informações quanto à nave, Kayran conhece novos personagens, alguns dos quais o acompanha durante um tempo dentro da nave, fornecendo assim novas chaves para explorar novos sistemas solares e muitos outros planetas (inclusive a nossa querida Terra!).
Atividades, atividades e mais atividades
O melhor do jogo, no entanto, são suas vastas atividades que, no início, parecem serem muitas, mas conforme DarkStar One progride, passa a ficar um pouco repetitivas, aumentando somente o nível de dificuldade.
Nas atividades secundárias para levantar uma grana e comprar melhores equipamentos para a DarkStar One, você pode comercializar produtos legalmente, aceitando trabalhos nas estações espaciais, ou como pirata, destruindo e roubando carga (mas torça para os policiais não escanearem sua carga). Ou até mesmo ser um caçador de recompensas e ir atrás de alvos piratas, ou ser um rebelde e caçar pessoas importantes da União Galáctica. Também há missões de escoltar figuras importantes e proteger naves.
Já na atividade comercial, o jogador poderá comprar e vender diversos produtos, e toda vez que você chega em um novo planeta, é informado qual produto está em falta, qual há em abundância e quais produtos são proibidos de comercializar no sistema. Essa dinâmica de oferta e demanda é simples e funciona muito bem. Conforme você evoluir a capacidade de carga da sua nave, se torna uma verdadeira fonte de fazer dinheiro.
Além disso, há missões secundárias da própria história, como encontrar contatos em certas estações espaciais, ou chegar em um novo planeta e descobrir que a rainha do planeta Y precisa de naves para auxiliar em batalhas, já que está sendo atacada por piratas espaciais. Cada sistema solar ainda possui um planeta que foi dominado pelos rebeldes, e liberar esse espaço destruindo todas as naves e seu líder além de recompensar com muito dinheiro, também abrirá a possibilidade de encontrar um novo artefato.
Porém, o que é mais impressionante disso tudo, é como todas essas atividades possuem dois lados. Quando você vai destruir uma nave supostamente rebelde, você descobre que na verdade são engenheiros tentando levar uma carga para uma população em um certo planeta, e ao invés de fazer o objetivo, você pode ajudá-los e receber outras recompensas em troca. Esse fator abre um leque de possibilidades, sempre trazendo surpresas para o jogador em relação a história.
Ainda não é o bastante? Além disso tudo, o jogador possui um sistema de reputação nas áreas comerciais, de caçador e assassino, que dependendo de qual lado pender, alguns sistemas não permitirão certas ações. Há também um nível de procurado em cada sistema, então cuidado com suas decisões!
Missão, evolução, história, próxima missão
Existem diversas missões da história e o universo é vasto, mas para conseguir progredir, será necessário evoluir a DarkStar One, já que cada sistema solar traz inimigos mais fortes.
Isso traz a necessidade de um certo grinding para se ganhar dinheiro, comprar as armas para o level atual da sua nave, e conseguir enfrentar os inimigos mais fortes. É um sistema simples e um pouco repetitivo, apesar de armas e itens diferentes surgirem ao longo do caminho, mas funciona muito bem no jogo.
E no Nintendo Switch, como o game se comporta?
Posso dizer com toda certeza que essa é a melhor versão do game. Além da possibilidade de jogar no modo portátil, que funciona maravilhosamente bem como quando jogado na TV, o jogo não sofre queda de quadros, flui perfeitamente e sem bugs.
DarkStar One também não possui os problemas da versão de computador com a configuração de controle. Apesar de poder configurar no computador, é horrível encontrar um padrão que se encaixe em todas as opções. Os controles no Switch foram feitos de forma simplificada e intuitiva, funcionando perfeitamente bem em todas as suas numerosas funções. Controlar a nave é fácil e o único detalhe, na minha opinião, é não ter uma forma de alterar a parte do analógico para controle da nave.
Um único detalhe quanto a performance são as cenas renderizadas do jogo, que por alguma razão parecem passar por momentos de engasgos (os famosos stutters), porém nada significativo. Provavelmente esse é um fator da remasterização desses vídeos para uma qualidade maior.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Kalypso
Discussion about this post