Digimon, digitais, Digimon World: Next Order chega ao Nintendo Switch sete anos depois de seu lançamento original. É um jogo que divide opiniões, então, mergulhamos no Digimundo para saber se eles são mesmo campeões, ou se o mal prevalecerá.
[bs-heading title=”Sobre Digimon World: Next Order” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Qualquer pessoa com mais de 20 anos deveria não só saber que Digimon existe, como também da treta eterna entre Digimon e Pokémon. O que poucas pessoas sabem é que, a exemplo dos monstrinhos da Nintendo, Digimon também não começou como anime, mas sim como bichinhos virtuais (do tipo Tamagochi). Depois, foi para o anime, e depois, mangá e videogames. O primeiro Digimon World foi lançado em 1999, e vários jogos, de vários gêneros diferentes, já foram lançados.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Digimon World: Next Order saiu originalmente apenas no Japão no PS Vita em 2016, e foi portado para o PS4 no ano seguinte, desta vez com lançamento mundial .
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Digimon World: Next Order, lembra muito, em alguns pontos, o anime original de Digimon. Você é uma pessoa do mundo real que é transportada para o Digimundo, um mundo virtual no qual a paisagem tem transístores e árvores convivendo em harmonia, que também é cheio de criaturinhas para serem captu… opa, franquia errada. Retomando, O jogo começa com você aparecendo aleatoriamente numa dimensão do Digimundo enfrentando um Machinedramon, que não deveria mais existir. Com a ajuda de dois Digimon bem fortes (protagonistas da primeira saga do anime), você o derrota, e vai parar em Flotia uma cidadezinha pequena e sem vida, e tenta entender o que aconteceu.
Lá, descobre-se que algumas pessoas foram transportadas para o Digimundo, que mais Machinedramon estão aparecendo, e que algo de errado não está certo nesse lugar virtual.
O jogo consiste em três aspectos essenciais: Primeiro, você pega seus Digimon, digitais, e os treina até eles se transformarem em campeões (ou mais). Segundo, você sai por aí e recruta outros Digimon para virem morar em Flotia, o que faz com que a cidade cresça de uma vilinha minúscula para uma grande metrópole. Terceiro, você avança pelo mundo para descobrir o que aconteceu com o Digimundo, resolver o problema e voltar (por alguma razão) para o mundo real, onde estudos e trabalho lhe esperam.
Não é uma história muito complexa, nem muito criativa, em termos de franquia, mas é uma história que funciona para movimentar a narrativa do jogo, embora haja vários momentos em que você se perde ou não sabe como recrutar um Digimon específico para a cidade.
Nas Planícies, Desertos e outros cenários, você avança e descobre o que fez Machinedramon começar a destruir as coisas, o que fez com que eles aparecessem, por que sua personagem foi arrancada do seu mundo e trazida para cá, enquanto luta ao lado de seus Digimon para trazer a paz ao Digimundo.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Digimon World: Next Order tem na sua jogabilidade o seu cerne, e o que faz as pessoas quererem ou não jogarem esse jogo. Não vou mentir, não acho que haja um meio-termo aqui: ou você gosta desse estilo de jogo, ou não gosta.
Digo isso porque há alguns elementos que não vão agradar a algumas pessoas, e esses elementos também fazem o jogo ficar repetitivo em alguns pontos.
Você seleciona dois entre dez ovos disponíveis, o Digimon nasce, você passa horas treinando, ele cresce, se desenvolve, se transforma em alguma digivolução completamente aleatória (tá, não é completamente, se você souber que Digimon você quer, você pode procurar guias de como treinar seu bichinho para que ele vire aquele, mas para quem não busca recursos externos, é quase aleatório, já que você recebe algumas pistas do mínimo ou máximo de algumas estatísticas, mas só de alguns Digimon possíveis).
Na Sala de Treinamento, você treina Velocidade, Força, Sabedoria, Vigor, PM ou PS, e ao escolher o treino, gira uma espécie de roleta para ver se terá bônus de treinamento ou não. Alterne entre os treinos e períodos de descanso, e seu Digimon crescerá e se desenvolverá em um Digimon ainda mais forte.
Espero que você goste do visual desta sala, porque é nela que você vai passar boa parte do jogo. Sendo Digimon um jogo de bichinhos virtuais, para quem gostava de Tamagochi, Haku Haku Dinokun e outros do tipo, vai ser uma boa viagem pela memória… Especialmente a parte que o bichinho morre.
Esse pra mim é o pior aspecto do jogo. Seus Digimon morrem depois de algumas semanas dentro do jogo. Você acorda, alimenta, leva ao banheiro, treina, explora, luta contra outros Digimon, e aí, do nada, eles morrem.
Quando eles morrem, você tem direito a pegar novos dos ovos, e muitas vezes, eles nascerão a cada geração mais fortes que os anteriores. O problema é que nascem sempre na forma bebê, o que significa que você vai ter que treinar, treinar, treinar, treinar e treinar muito para que eles Digivoluam e cheguem ao ponto de força que estavam antes, fazendo com que a história não seja possível de avançar (e me fazendo largar o Switch ou jogar outro jogo várias vezes).
Outra razão pela qual você passa muito tempo treinando é porque Digimon World: Next Order tem muitos saltos de dificuldade inexplicáveis: o jogo não segue uma progressão completamente lógica, há pontos em que você passa de derrotar os inimigos com facilidade para simplesmente travar num bicho que aparece, ter seus Digimon destruídos de novo e de novo e de novo, e aí, você precisa treinar mais. E isso se repete várias vezes, basicamente sempre que se libera uma área nova.
As lutas são em tempo real, e você basicamente não precisa fazer muito, exceto ficar gritando palavras de apoio, para que seus Digimon se animem e possam soltar ataques mais fortes (que você também pode pedir para usarem). Você pode usar itens para recuperar a vida deles, mas muitas vezes, não dá tempo, e os itens do começo do jogo recuperam pouco, comparado ao quanto de vida eles têm, o que significa que você precisa ter muitos itens pra cada luta importante.
Ao perder uma luta, você e seus Digimon aparecem de volta na cidade, eles com 1 de vida, você de saco cheio de ter que fazer isso de novo, e você precisa treinar e descansar de novo e de novo. Aliás, dormir é a única forma natural de recuperar vida, e ainda não recupera toda, o que significa que depois de uma derrota, a menos que você queira usar itens, você precisará passar mais uns dias de jogo na cidade recuperando suas forças.
Uma das melhorias de qualidade de vida deste jogo para as suas versões anteriores é que agora, sua personagem pode correr. Outra é que há a possibilidade de jogar no nível Fácil, uma vez que os jogadores de outrora reclamaram que o jogo era muito difícil.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Digimon World: Next Order é um port de um console inferior ao Switch, mas ainda assim, há alguns pontos em que há quedas de framerates quando há muitos elementos no cenário. O jogo fechou duas vezes sozinho enquanto eu jogava, mas felizmente, não tinha perdido muita coisa.
Os gráficos são bonitos, mas claramente datados, e apesar de darem um bom clima para o Digimundo, poderiam ser mais polidos. A parte de som é bacana, os Digimon têm sons próprios, passos são diferentes de acordo com as superfícies, e a trilha sonora geralmente condiz com o momento. Uma reclamação é que eu gostaria de poder mudar a música da Sala de Treinamento, porque depois de passar tanto tempo lá, eu real estou cansada daqueles sons.
Outras mudanças em relação à versão anterior do jogo é que agora você pode escolher entre a dublagem japonesa (a única disponível originalmente) e a americana, que embora seja boa, não é tão boa quanto a original, mas é bem feita. A segunda mudança é que você agora pode jogar em português do Brasil. Todos os menus, diálogos e itens estão traduzidos 100%, e fora alguns momentos nos quais a caixa de texto ficava impossível de ler, obrigando a reiniciar o jogo pra ficar normal, o trabalho é muito bem feito e permite incluir crianças ainda mais novas na franquia (outra franquia de monstrinhos por aí podia seguir o exemplo, né?). Inclusive, é o primeiro jogo de Digimon em português.
E a caixa de texto, infelizmente, não é o único bug. Tive pontos na sala de treinamento que a roleta não parava, momentos em que partes do cenário sumiam e reapareciam, e pontos em que minhas personagens paravam de responder aos controles. Não foram muito frequentes, mas a variedade e quantidade chamam a atenção, então, aproxime-se com cautela.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Digimon World: Next Order definitivamente não é um jogo para qualquer pessoa. A menos que você seja muito fã da franquia, o tempo excessivo passando treinando, a morte dos seus Digimon, às vezes em pontos importantes do jogo, e a história meio genérica, somados ao preço cheio do jogo fazem com que haja opções melhores para passar o seu tempo.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Bandi-Namco
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