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Análise – Heaven’s Vault

Uma linda e exótica aventura

Heaven’s Vault te coloca na pele da Aliya Elarsa, uma historiadora que recebe a missão de desvendar o que aconteceu com o roboticista Janniqi Renba, desaparecido há semanas. Para isso, Aliya recebe a companhia de um simpático robozinho desconhecido, carinhosamente apelidado de “Six”. Para resolver tal mistério vocês viajam juntos explorando o mundo de Nebula.

A primeira vista Heaven’s Vault surpreende por ser um jogo genuinamente estranho – de forma positiva – se destacando principalmente pela direção de arte irreverente e criativa. A história é contada através de uma aventura narrativa altamente focada em exploração e descoberta, te recompensando por cada ponto explorado no mapa.

Heaven's Vault review: "A stunning setting, but the story fails to find its voice" | GamesRadar+

 

Mistério, mistério e mais mistério

Como um clássico jogo de narrativa, Heaven’s Vault apresenta uma mecânica simples de gameplay através de diálogos que te guiarão durante toda a história. Alguns diálogos são opcionais, como, por exemplo, a realização de perguntas durante a exploração, e outros podem ser com tempo pré-determinado, cobrando certa agilidade por parte do jogador. Algumas decisões tomadas podem interferir na narrativa, o que dificilmente poderá ser notado  no momento da escolha.

A narrativa guia uma aventura misteriosa, somos apresentados a um mundo aberto peculiar, que pode ser explorado de forma não-linear, ficando a critério do jogador, que utiliza de uma espécie de nave navegando por rios cósmicos e pousando em diferentes ambientes, como cidades ou luas. A princípio não sabemos que mundo é esse, porque a historiadora Aliya Elarsa foi escolhida para a missão, e quem é o procurado Janniqi Renba. Todas as descobertas ficam a critério do jogador.

Heaven's Vault Review (Switch eShop) | DagoldInfo

O ritmo misterioso se mantém através da gameplay, altamente focada em exploração do mapa. Cada ponto visto no jogo pode esconder algo novo, um objetivo misterioso, ou simplesmente um código a ser decifrado. Alguns enigmas e objetos são facilmente destacados no mapa, deixando claro à vista do jogador, enquanto outros precisam do comprometimento da exploração de todos os pontos, já que podem estar escondidos.

A linguagem ancestral

Finalmente falando dos enigmas, eles são a principal mecânica do jogo. Durante a sua jornada de exploração você encontrará vários escritos antigos, descritos como uma linguagem ancestral, cabendo a você determinar o que significa. Os enigmas podem estar em qualquer parte do mapa – qualquer uma, mesmo -, uma parede, uma planta, um objeto perdido no mapa ou uma roupa antiga, o que acaba se tornando a sua recompensa por explorar o mapa. Cada conjunto de símbolos significa uma palavra diferente, e você começa sem ter certeza de praticamente nada. As palavras são relacionadas entre si, ou seja, decifrar um código pode te ajudar a decifrar códigos relacionados. É importante lembrar que a combinação deve fazer sentido considerando tanto o contexto, quanto as palavras relacionadas, portanto as frases são muito mais que palavras jogadas no mapa, demonstrando um excelente trabalho criativo por parte da Inkle. Para ter certeza do que significa uma palavra, você precisa de uma frase que contenha essa palavra.

A estrutura do jogo se encaixa perfeitamente, criando um ambiente misterioso que te estimula a explorar, e uma exploração que te recompensa com enigmas. Para facilitar a vida do explorador, o jogo contém um menu que organiza todos os enigmas por ordem temporal, ficando a disposição do jogador a qualquer momento. O jogo contém um excelente fator replay, dedicado a encontrar e resolver todos os enigmas do mapa, que vão escalando ao nível de dificuldade.

A direção de arte singular

O jogo parte por uma escolha artística pouco comum, combina personagens desenhados à mão em 2D, com um ambiente em 3D, a sobreposição de estilos cria uma experiência única e irreverente. Os personagens são simples e, em simultâneo, carismáticos, a distopia do ambiente abusa da criatividade. Até mesmo a forma que os diálogos aparecem é criativa e linda, lembrando mais uma revista em quadrinhos animada do que um jogo narrativo. A trilha sonora segue um padrão clássico, com pouco destaque, ainda sim, capaz de cumprir seu papel na construção do ambiente.

O jogo é uma adição perfeita a biblioteca do Nintendo Switch, capaz de apresentar uma aventura leve e viciante, entretendo por apenas aquela meia horinha de almoço, ou engatar uma jogatina por horas. O estilo artístico a torna uma experiência singular, mesmo para os que não são tão fãs de jogos narrativos. A construção do mistério é envolvente, criada por todo pequeno elemento no jogo, embora alguns diálogos sejam mais arrastados e demorados do que deveriam. A presença do robô “Six” é um choque de carisma, dando um toque de humor em alguns diálogos, em um contraponto perfeito com a protagonista, mais séria e fechada.

Durante a minha experiência me deparei com alguns pequenos e isolados travamentos, nada que comprometa a experiência geral. O idioma pode representar uma barreira para aqueles que não estão familiarizados com o inglês, afinal a principal mecânica é a decodificação de códigos, o que pode se tornar um trabalho muito mais complexo para quem não domina o idioma.

80%
Muito bom!

Mais enigmas por favor!

Heaven's Vault  é uma aventura narrativa que combina elementos de resolução dos problemas através da decodificação de códigos. O ambiente composto pela escolha artística em conjunto com a trilha sonora simples e clássica faz uma combinação perfeita, contando com uma gameplay envolvente a cada segundo. O título é um must-have para os fãs de aventura!

  • Design
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