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Análise: Hypercharge: Unboxed

Destruir brinquedos nunca foi tão divertido!

Pense em Toy Story. Agora pense em Call of Duty. Adicione uma dose saudável de Plants versus Zombies. Cubra essa mistura com Beyblades assassinas, mexa bem, leve ao forno preaquecido por algumas horas e voilà: Hypercharge: Unboxed está pronto para ser jogado!

Criado por um estúdio de cinco pessoas, Hypercharge Unboxing é uma saudável alternativa a todos os jogos de tiro que existem por aí. Diferentemente de Splatoon, o foco maior deste jogo é a cooperação entre você e até três outros amigos ou desconhecidos online. Mas assim como Splatoon, o fato de não haver sangue, e sim brinquedos destruídos para todo o lado, torna esse jogo divertido para toda a família!

Há um modo de jogador único, mas ele é razoavelmente mais difícil, especialmente quando se trata de defender três núcleos sozinho, e chega a ser repetitivo e entediante depois de um tempo, até mesmo frustrante. Mas é o único modo de liberar a maior parte das coisas do jogo, já que não temos microtransações presentes até o momento. A parte boa de jogar sozinho é que você pode fazer isso offline (joguei bastante no trem), e consegue treinar melhor cada uma das armas.

Você também pode jogar com um amigo local, dividindo a tela, e a diversão começa a aumentar bastante aí. Mas o grande brilho do jogo está no modo online dele. Há dois modos aqui, e ambos são bem diferentes, oferecendo desafios diferentes. Se você prefere PvP, há um modo de batalhas até o desmantelamento (ninguém morre aqui, apesar de se chamar “Deathmatch”. Você é “Blended” ou seja, liquidificado, triturado em pedacinhos de plástico). Dois grupos de 4 soldadinhos se enfrentam, no padrão conhecido de disputa de inimigos. Quem desmantelar mais vezes os amiguinhos do outro lado leva a melhor.

Para quem quer experimentar mesmo a cereja do bolo, o modo PvE é onde a magia realmente acontece. Hordas e mais hordas de inimigos aparecem tentando destruir o núcleo ou núcleos que você precisa defender, lutando contra hordas atrás de hordas dos mais variados brinquedos inimigos, tentando defender de um a três núcleos de energia diferentes.

São, em geral, quatro hordas que você enfrenta com seus aliados, e cada uma delas tem sua mecânica diferente. A primeira é geralmente a mais fácil, mas é aquela que você tem menos recursos para montar suas defesas. E o tipo de inimigo que aparece nas hordas também é diferente, então sua estratégia precisa ser diferente a cada uma.

Sobre os recursos e as defesas, você pode montar torres armadas, barreiras de Lego, paredes de castelo, armadilhas venenosas, explosivas ou de espinhos, entre diversas outras. Cada mecanismo de defesa tem vantagens, desvantagens e preços diferentes. Você coleta moedas em todos os lugares da fase, e pode arriscar a sorte numa máquina de caça-níqueis: se tirar a sorte grande, vai conseguir defender seus núcleos com tudo o que tem direito. Se perder suas moedas, vai desperdiçar recursos importantes que poderiam fazer a diferença entre a medalhinha de prata e a de ouro.

Há como se comunicar com seus aliados, mas apenas por frases prontas. É algo que ajuda bastante, mas não é o ideal. Lembra um pouco Metroid Federation Force nisso, e às vezes, seus companheiros não conseguem entender perfeitamente o que você está querendo dizer, e nem sempre, você consegue se organizar da melhor forma para ter os créditos necessários para completar uma construção ou indicar a localização exata dos inimigos perigosos, que vêm nas mais diversas formas: Beyblades, monstros de meleca, soldadinhos de plástico, dinossauros, tanques de brinquedo, navezinhas, etc, e os cenários também são extremamente variados.

Falando em cenários, a riqueza de detalhes em todos eles é incrível. Seja num quarto bagunçado, no jardim, na cozinha ou na gigantesca loja de brinquedos, você consegue ler as embalagens, os rótulos, consegue perceber as texturas de plástico e papelão, consegue se sentir no lugar do brinquedo que você comanda. O ponto de vista de um brinquedo faz com que tudo parece grande e desafiador. Subir numa cadeira é muito mais difícil quando você tem 30 centímetros. E pular nas prateleiras para conseguir alcançar o item secreto escondido em cima do lustre é ainda mais.

E o jogo ainda traz um modo livre, no qual você pode passear por todas as áreas sem preocupações com inimigos, podendo descobrir como alcançar os lugares mais difíceis (como o lustre citado acima) ou os melhores pontos para ser sniper.

Os sons do jogo são outro detalhe à parte. Há diferenças notáveis no som que seus passos fazem dependendo das estruturas. Além disso, o som de correr e andar é diferente, e você pode usar isso a seu favor, evitando as superfícies barulhentas de metal e mantendo-se perto dos tapetes, para evitar que seus passos ecoem até seus inimigos.

Além disso, as músicas escolhidas para fazer parte da trilha sonora também são muito boas e combinam bem para gerar a atmosfera imersiva necessária para se empolgar nas partidas.

O jogo não é só cheio de positivos, porém. Apesar de os produtores garantirem que a versão do Switch é a completa, há várias atualizações programadas até maio, começando agora por fevereiro, e algumas delas parecem terem sido deixadas de lado no que seria uma versão completa.

Em fevereiro, por exemplo, teremos dois novos modos de jogo e, mais importante de tudo, um tutorial. Em março, teremos a adição de chat de voz. E em abril, melhorias no modo de um jogador. Os outros itens a serem adicionados são bastante positivos, como melhorias baseadas nos feedbacks, balanceamento do jogo, novos inimigos, novas armas e novos mapas, especialmente porque serão atualizações gratuitas, mas um jogo complexo como este deveria sair ao menos com o tutorial.

Apesar de os controles serem intuitivos e você conseguir pegar o jeito se insistir um pouco, jogadores menos pacientes podem se frustrar bastante ao tentar pular no modo online, especialmente no PvP; a chance de ser desmantelado várias vezes antes de sequer entender o que está acontecendo é muito grande.

De qualquer forma, a experiência com Hypercharge: Unboxed é muito positiva. Não faz diferença se você prefere jogar na TV ou no modo portátil; o frame rate é estável em 30 FPS, o visual dos cenários não perde nada em detalhes e a sensação de imersão é igualmente boa. O controle também não faz diferença. O jogo exige dois Joy-Cons (ou um pro-controller) para cada jogador, então não dá para dividir o Joy-Con com um amigo, mas é o esperado de um jogo com várias funções diferentes para se fazer.

Acredito que seja importante escrever uma nova análise em junho, depois de todas as atualizações estarem disponíveis, pois acredito que atualizações mensais vão manter os servidores do jogo ativo até lá, além de a experiência de usuário melhorar bastante. O estúdio parece estar bem engajado em buscar melhorar a experiência do usuário e em buscar feedbacks frequentes, além de costumarem responder e retuitar as opiniões das pessoas sobre o jogo, o que sempre resulta em boas coisas.

Hypercharge: Unboxed é um FPS misturado com tower defense divertido, intrigante, rico em cenários, com uma trilha sonora perfeita e uma mistura de estilos que deu um bom bolo, que pode ser bastante melhorado com as prometidas adições. Vale demais os 20 dólares que custa, já que a quantidade de horas de diversão é ilimitada. Além disso, a possibilidade de Cross Play com jogadores de PC e Xbox, e os diferentes formatos de jogo, podem transformar HU num possível eSport no futuro; você vai gostar de estar à frente da curva se for o caso.

75%
Vale a pena

Veredito

Hypercharge: Unboxed é um FPS misturado com tower defense divertido e desafiador, com cenários ricos em detalhes, uma trilha sonora sensacional e jogabilidade simples de aprender e complexa de dominar. O jogo peca em alguns aspectos, mas a experiência geral é extremamente satisfatória, e com as atualizações programadas, o jogo só tem a melhorar.

  • Final
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