Mickey Storm and The Cursed Mask é um jogo de plataforma que pode ser jogado localmente em até duas pessoas, e chegou sem muito alarde para os principais consoles, prometendo ser um jogo diferente de tudo o que já foi visto no formato. Será que conseguem?
[bs-heading title=”Sobre Mickey Storm and the Cursed Mask” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Desenvolvido pelo Triangle Studios e pela editora Orange One e lançado pela Lion Castle Entertainment, os criadores decidiram fazer um jogo para trazer um pouco da diversão de um parque aquático para as pessoas presas em casa pela COVID-19.
Recomendação de Compra
Sonic x Shadow Generations
Lançamento: 25/Out/2024
Levando em conta que o jogo chega em agosto, onde a maior parte do mundo já tá indo pra parques aquáticos é uma boa metáfora pro resto do jogo em si: Se propõe a fazer bastante coisa legal, mas peca na execução.
A única coisa que eu realmente vou elogiar de todo o projeto é a contribuição da equipe com a ONG War Child, que ajuda a proteger, educar e lutar pelos direitos de crianças em países afligidos por guerras. 5% de todas as vendas do jogo, por toda a duração dele, serão revertidas à ONG. Ao menos, 5% do dinheiro que você gastar com o jogo serão úteis (mas sugiro doar direto).
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Mickey Storm e sua irmã Jenny Storm vão com seus pais à abertura do “maior Parque Aquático do mundo” e vão gravar um vlog maneiríssimo, quando são surpreendidos pelo maligno Dr. Fisher, um vilão 100% genérico que parece uma mistura de Pinguim do Batman com Dr. Robotnik do Sonic. Ele usa uma máscara pra pôr uma maldição no parque todo e sequestra seus pais.
O vilão é o arqui-inimigo dos seus pais, que você acaba de descobrir que, na verdade, são super-espiões MUNDIALMENTE FAMOSOS, por mais contraditório que seja (Olá, o Departamento Legal de Pequenos Espiões gostaria de dar uma palavrinha com vocês), e o drone que você, Mickey (mas também pode chamar de Cebola da Turma da Mônica Jovem) e sua irmã Jenny usam para gravar seus vlogs na verdade é uma ferramenta espiã que fala e… só. Esse companheiro incrível se chama B.U.D.D.Y.
Bom, basicamente, a história do jogo consiste em pegar pequenos pedaços de diálogos antes de as fases começarem pra valer, e seu objetivo é juntar pedaços de um amuleto para poder destruir a máscara e salvar seus pais.
Spoiler do fim do jogo: Quando você destrói a máscara, os pais não são citados.
A história é a mais genérica possível, o que não seria um problema se fosse um bom jogo, já que plataformas de fases nunca foram muito conhecidos por terem uma boa história. Só que aí mora o maior problema do jogo.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
A jogabilidade de Mickey Storm and The Cursed Mask é sofrível. Há momentos em que o jogo fica quase divertido. Mas esses momentos infelizmente não superam as frustrações enormes no decorrer da jornada.
Mas antes, vou falar da parte boa. O jogo é composto por 74 fases separadas em 5 áreas diferentes que fazem variar os cenários. As primeiras fases são só um parque aquático com alguns trechos de água substituídos por meleca dos Prêmios Nick, há fases com canos mais tecnológicos e fases nas quais há lava.
Dentro de cada fase, você precisa encarar e derrotar animais, robôs, torpedos e todos os outros perigos que o Maligno Doutor Fisher preparou para tentar derrotar você e sua irmã (já que um maligno arqui-inimigo de super espiões famosos aparentemente não consegue lidar com dois adolescentes sem treinamento e montados em boias). Ao final de cada fase, você coleta um pedaço do talismã que te permitirá desfazer a maldição e destruir a máscara amaldiçoada.
As fases são dispostas num mapa de grid (que não precisa ser seguido, você é livre pra se mover dentro dele) e podem ser feitas em qualquer ordem. Ao completar todas as partes do talismã de uma região, você enfrenta o Maligno Dr. Fisher, que em sua forma de máscara, fica tentando te derrubar da boia. Seu objetivo nessas fases especiais é chegar até o portal no fim, e encarar a tela extra que o Dr. Fisher lança contra você. Nessa tela final, basta chegar até ele e atacá-lo para vencer e desbloquear a próxima região. Repete isso até o fim, e esse é o jogo.
Você pode jogar com Mickey ou com sua irmã, Jenny, e há mais de 20 opções de personalização das personagens, entre roupas e boias diferentes, que vão sendo desbloqueadas conforme você faz atividades no jogo. E você pode jogar de duas pessoas num multiplayer local, no qual as duas pessoas aparecem na tela ao mesmo tempo, e devem se comunicar bem para uma não deixar a outra pra trás: nunca dá para saber qual dos jogadores a câmera vai seguir, e quem ficar pra trás morre assim que sai da tela, voltando numa bolha acima da cabeça de quem ficou vivo. Eu sinceramente não sei se foi uma boa opção deixar ambas as pessoas na mesma tela. Se por um lado é mais rápido de jogar, quem morre por estar tentando pegar uma energia extra fica bem irritade. Eu preferiria que fosse como os jogos de Mario, nos quais cada pessoa tem sua oportunidade individual de jogar a fase.
Cada fase de Mickey Storm and the Cursed Mask tem 5 chips numerados para você pegar, algumas baterias de energia (varia a quantidade de acordo com a fase) e um timer. São vários fatores diferentes a considerar que acrescentam valor replay. O timer da fase não interfere na sua habilidade de completá-la, mas garante um bônus ao final. É um prato cheio para quem gosta de speedrunning. Além disso, há algumas fases que têm timer eliminatório, e elas adicionam variedade de objetivos, já que você não pode só passear para coletar tudo. Mais que isso, há alguns portais com energia extra para coletar que só podem ser acessados por uma pessoa, boia ou traje em específico, então, quem quiser completar esse jogo com 100% tem bastante coisa para fazer, já que cada fase tem medalha de bronze, prata e ouro, algo típico dos jogos modernos, especialmente de celular.
O problema está em ter vontade de jogar o jogo de novo. Aliás, se eu não tivesse que escrever esta análise, eu não teria terminado. Sério. Voltando a falar da frustração, o jogo parece ter sido lançado incompleto e não testado.
A física dele não faz sentido, parece completamente aleatória. Há momentos em que você faz o movimento e pula a tela toda, outros nos quais a mesma ação mal te faz sair do toboágua. Isso não seria sempre um problema, não fosse o fato de que é absolutamente frustrante você fazer tudo certo numa fase com timer, por exemplo, e ver o timer diminuindo inexoravelmente até o 0 enquanto você falha em tentar alcançar o toboágua acima.
Além disso, nas fases com lavas, há algumas em que a lava vai subindo, o que seria muito legal, não fosse o fato de que quando você morre nela, ela não diminui de altura, o que faz com que você entre num loop de morrer assim que volta ao checkpoint, fazendo com que você tenha que recomeçar a fase.
Isso sem falar que há momentos em que você cai de cabeça no cano e vive (deveria morrer), outros nos quais você encosta no cano de cima num pulo e morre (deveria viver), e outros nos quais você simplesmente passa por algo sem saber como o fez. Sério, você pode fazer tudo de novo da mesma forma, não vai ser igual.
Por fim, as fases dentro da mesma região parecem iguais. Não só iguais dentro de cada região, mas a fase em si não parece ter variação. É como se tivessem copiado e colado várias partes do mapa, achando que não daria para notar. Se não foi isso, realmente mandaram bem mal em desenvolver as fases. Eu consigo pensar que, das 74 fases, há menos de 10 tipos diferentes delas. E não é brincadeira.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Tem um jogo nesses bugs. É a melhor forma de descrever Mickey Storm and the Cursed Mask. A maldição da máscara caiu sobre a engine, e ela faz com que você atravesse toboáguas, pule de cabeça para baixo, atravesse barreiras e morra sem perder corações.
O jogo é bastante colorido e deve agradar bastante a crianças que conseguirem não arremessar o controle na TV (ou o Switch longe, no modo portátil). Os sons são bem vivos, respondendo bem a cada superfície que você toca, mas a música é esquecível. Eu acho que isso define.
Eu sinceramente espero que tenham feito um trabalho melhor nas outras plataformas, e que resolvam fazer uma séria atualização para que ele possa se tornar efetivamente jogável. Porque na atual situação, não dá. As primeiras duas vezes que eu venci uma fase final de região, o jogo simplesmente fechou, uma vez no dock, outra no modo portátil, e embora tenha considerado que eu passei, e eu me vi indo para a próxima área, isso é um saco.
Em outro ponto do jogo, nas três vezes que eu tentei passar por uma fase, travou completamente. A música continuou tocando, o console continuou funcionando (inclusive me permitindo capturar em vídeo o que aconteceu), mas nada. Eu só consegui passar quando coloquei o controle 2 pra funcionar e joguei com a bolha de outro jogador sobre mim. Não sei o que aconteceria se eu não tivesse outro controle, então, eu não sei nem se é possível, no estado atual, terminar o jogo sem um segundo controle.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Acho que é bem óbvia a conclusão. Mickey Storm and The Cursed Mask é um jogo que, pelo menos no Switch, não vale seu suado dinheirinho. A história é genérica, as personagens são esquecíveis, e os poucos momentos de diversão não compensam os muitos de stress e frustração. Pelo menos a versão do Switch deste jogo parece inacabada, mal testada, é cheia de bugs, trava com frequência e tem uma física cuja lógica muda de acordo com as nuvens no céu. A recomendação é passar longe.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Orange One.
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