Se tem uma coisa que tem uma legião de fãs… e haters… é jogo de fazendinha. Trazido de volta dos confins do Nintendo DS, Rune Factory 3 Special dá a todas as pessoas mais novas a oportunidade de jogarem esse jogo, e de fazer quem já é experiente retornar. Mas como ficou esse remake?
[bs-heading title=”Sobre Rune Factory 3 Special” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Pacote Nintendo Switch OLED (Branco) + Mario Kart 8 Deluxe
Lançamento: Ago/2024
Originalmente, Rune Factory era um spin-off da série Story of Seasons (que anteriormente era Harvest Moon), mantendo o aspecto de fazendinha, mas adicionando um aspecto de dungeon crawling e de relacionamentos mais profundos. A partir do segundo jogo, decidiram deixar de lado as referências à série original para fazer dela sua série única. Os jogos de Rune Factory foram lançados por várias desenvolvedoras diferentes, mas ultimamente, quem é responsável é a Marvelous (XSeed). Rune Factory 3 foi lançado originalmente para o Nintendo DS em 2010, pela Marvelous (que fechou as portas 3 anos depois) e agora, mais de uma década depois, recebe uma versão para o console mais atual da Nintendo.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Rune Factory 3 Special tem uma história um pouco mais complexa que os outros. Num lugar bacaninha no qual várias pessoas habitam de maneira feliz, seres humanos e monstros são inimigos mortais. Monstros são perigosos, pessoas não gostam deles e têm medo. Pessoas vivem nas cidades, monstros vivem em desertos, pântanos, montanhas e florestas ao redor. Nesse clima amistoso (sqn), você é Micah, uma pessoinha meio monstro, meio humana, que começa o jogo desacordado perto de uma garotinha que te leva pra casa dela e te bota pra dormir, na forma de monstro (uma ovelhinha fofa). Quando você acorda, está em sua forma humana, foge da casa dela e, como você (convenientemente) não tem memória nenhuma do que aconteceu, ela e o pai dela, o prefeito da cidade, te colocam pra viver numa árvore. Não, não é uma casa na árvore, a árvore é sua casa. Mais que sua casa, ela também é sua fazendinha, afinal de contas, Rune Factory ainda vem de Story of Seasons/Harvest Moon.
Nessa árvore, você pode plantar o que quiser, como quiser, quando quiser, desde que esteja na época. No andar térreo da casa, você tem uma cama, um diário (para salvar o jogo) e a cozinha, e no lado oposto às terras férteis, uma sala de troféus que também tem um portal especial que você só vai descobrir pra que serve avançando no jogo.
Saindo da árvore, você conhece um monte de pessoas (tipo, um monte mesmo), todas felizes, alegres, contentes, serelepes e pirilâmpicas pela sua chegada. Aparentemente, não acontece nada de muito interessante na cidade, já que você é o único assunto. Assim como nos outros jogos da série, e em Stardew Valley (que teve inspiração na série Rune Factory), pra gamers mais novinhes, você tem tanta coisa para fazer que pode ser muito difícil de escolher que caminho seguir:
Você pode tentar avançar a história, você pode melhorar suas relações com as pessoas e arrumar alguém com quem se casar, você pode fazer tarefas que elas pedem, pode focar na sua humilde plantação, pode virar um Micah guerreiro e sair matando monstros (mesmo você sendo meio monstro, vai entender), e por aí vai. A quantidade de opções pode te fazer paralisar, e o fato de a história avançar de maneira aparentemente aleatória faz com que você possa se perder. Quando você se encontrar, precisa enfrentar vários bosses ao redor do mapa, encontrando orbes que trazem sua memória de volta enquanto tenta costurar uma paz entre humanos e monstros.
[bs-heading title=”Jogabilidade” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Há vários aspectos diferentes da jogabilidade de Rune Factory 3 Special:
O aspecto da fazendinha é simples: você limpa e ara a terra, planta semenes, rega, colhe, deixa a terra descansar, e repete. As terras férteis embaixo da sua árvore-casa se enchem de ervas, que podem ser usadas para fazer poções, troncos e pedras, tudo o que pode ser usado para coletar materiais.
A parte de socialização envolve você diariamente conversar com toda as pessoas da vila, atender às requisições de todas elas, fazer amizades, dar presentes e, eventualmente, evoluir seu relacionamento a ponto de que você se case com alguém, numa celebração bonitinha na praça central da cidade (eca, monogamia).
Já no que se refere a combate, Rune Factory 3 Special é extremamente variado. Você tem o direito de escolher a arma que vai querer usar logo no início do jogo, e recebe de presente do ferreiro da cidade. Cada arma te dá um jeito diferente de batalhar, e você pode comprar outros tipos de armas e treinar com elas depois também. Como monstro, você conta com suas patas dianteiras e traseiras para desferir golpes na cara das inimigas. De qualquer forma que você escolher lutar, quanto mais você evoluir naquele estilo de luta, mais habilidades dele você libera. Caso prefira, você também optar por jogar com magia, e há uma gama bem interessante de elementos para se escolher.
Além desses aspectos, você pode cozinhar, fazer e melhorar ferramentas, preparar poções, pescar, minerar rochas, etc, etc, etc. Tudo o que você faz no jogo aumenta seu nível naquela habilidade (tudo mesmo, inclusive dormir, andar e, pasmem, morrer). Quanto mais você fizer, maior será seu nível e melhores serão suas capacidades de lidar com o que o mundão velho sem porteira tem para te oferecer.
Lembrando que o jogo é um Remake de algo que saiu para o Nintendo DS, acredito que as adaptações feitas para colocar todas as informações em uma tela só, em vez de duas, são bacanas, mas não perfeitas. O menu claramente foi feito para ser usado numa tela de toque, é um pouco confuso, e demora um tempo para se acostumar, já que, ao menos na minha opinião, os inputs de comandos são pouco intuitivos; não foram poucas as vezes nas quais eu cortei uma planta medicinal em vez de colhê-la, ou em que eu desequipei minha arma por acidente, ou não consegui pegar o item que eu queria e consumir no momento certo.
Embora haja vários momentos de tutoriais, e você possa optar por pular alguns deles, ainda assim, o jogo peca na falta de algumas instruções claras de como fazer as coisas; você vai precisar aprender por tentativa e erro (ou lendo na internet como fazer), no melhor estilo de games à moda antiga.
Uma coisa bacana é que você pode ajustar o nível de dificuldade do jogo a qualquer momento, e, após zerar pela primeira vez, Rune Factory 3 Special libera um novo, Hell mode, muito mais difícil até para quem tem anos de Rune Factory.
Ah, sobre os casamentos, há 11 pessoas diferentes que são opções, e ao conseguir se casar com alguém, você libera um modo novo de jogo, no qual você pode aproveitar momentos pessoais com sua alma gêmea escolhida, e conhecer mais dela.
[bs-heading title=”Parte Técnica” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Sinceramente, parabéns a todo mundo que foi envolvido na produção, adaptação e feitura desse jogo. A série Rune Factory nunca recebeu o devido valor (na minha opinião), sempre sendo deixada de lado. Rune Factory 3 Special foi refeito para o Switch de forma primorosa. A arte é linda, o estilo lembra um pouco a série Bravely, então, para algumas pessoas, pode parecer meio datado, mas eu achei que ficou bastante charmoso.
Não tive nenhum problema de travamento, mesmo nas áreas mais carregadas do jogo, o jogo não fechou sozinho nenhuma vez, não houve queda de framerate que eu notei, e as animações são bem fluidas. Já quanto aos sons, terrenos diferentes fazem sons diferentes, cada tipo de arma soa de forma diferente, de acordo com a superfície que acerta, e os sons ambientes ajudam muito na imersão. É possível se perder ouvindo os sons da natureza no jogo.
A abertura em anime é perfeita pra explicar um pouquinho de cada personagem só por ações, sem falas, e o voice acting do jogo é muito bom, com ele tendo boa parte dublado. Não temos opção de legendas ou menus em português, porém.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Rune Factory 3 Special é uma forma primorosa de trazer para a franquia jogadores que nunca jogaram antes. Embora o jogo seja datado em algumas coisas, e o menu seja meio complexo de mexer, quanto mais você jogar, mais vai querer jogar, e essa é a magia. Seja você fã da série, ou seja você alguém que nunca jogou, mas gosta de jogos de fazendinha, prepare-se para passar dezenas de horas nessa cidadezinha idílica fantástica.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela XSEED Games.
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