Já fazia um bom tempo desde que a franquia Rune Factory não recebia um novo título desde sua última estreia com Rune Factory 4 ainda na era do Nintendo 3DS lá em meados de 2012. Marvelous e XSEED tem trabalhado desde então na sequência inédita do RPG de simulação e ação Rune Factory 5 anunciado em 2019, lançado em 2021 no Japão e agora em 2022 em todo o Ocidente, mas essa espera vale a pena para os fãs da franquia ou novatos que queiram uma experiência inédita? Até posso dizer que sim, com alguns poréns.
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Rune Factory 5 tem seu início em meio à uma batalha repentina para salvar uma jovem garota de um monstro que aparece após o surgimento de um portal dimensional no meio de uma floresta, pouco tempo após você selecionar algumas opções de personalização e escolha do seu protagonista. Aqui são apresentados as mecânicas básicas de batalha para que você se familiarize com os comandos e as formas de enfrentar as criaturas ao longo de sua aventura — um ato de heroísmo comum para aqueles já acostumados com o início da franquia Rune Factory e uma forma simples de introduzir algumas coisas.
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Após seu ato heroico, o protagonista acaba ficando exausto de suas ações e precisa ser resgatado, onde é levado para o pequeno vilarejo de Rigbarth, local onde você sem suas memórias irá se recuperar e conhecer diversos personagens interessantes — além de cumprir com as tarefas para auxiliar a população como parte de uma equipe.
A introdução aos personagens mais importantes e eventos do jogo são sempre acompanhados de animações bem estilosas e carismáticas, além de deixar no ar aquele clima de imersão com os acontecimentos e interações entre eles, o tom de que “algo importante está acontecendo” fica bem bacana nesses momentos, definitivamente algo marcante sempre que jogo um título da série por ser algo que evolui gradativamente de jogo para jogo.
Se tratando de personagens Rune Factory 5 conta com uma variedade deles, todos com sua própria personalidade e forma de lidar com os desafios diários de convivência com os demais habitantes e tarefas que surgem ao longo do tempo. Como em toda a franquia, aqui você pode estabelecer laços com essas pessoas e quem sabe até, não evoluir à ponto de casar com um dos ou das diversas pretendentes presentes? Vale lembrar que em Rune Factory 5, você pode escolher livremente com quer se relacionar independente do gênero — duplicando sua gama de candidatos(as) disponíveis para um “affair”.
Mecânicas mais populares da franquia como a agricultura, culinária e pescaria se fazem presentes em Rune Factory 5 e são definitivamente muito mais fáceis de serem utilizadas que em outros títulos semelhantes como seu próprio primo Story of Seasons em que o foco nessas atividades é bem maior. O looping de realização dessas tarefas quase não incomoda, uma vez que passam mais como um objetivo secundário e complementar do que algo “essencial” para que você sinta que haja progressão ao longo do tempo na sua jogabilidade.
Mais importante num título da franquia, a exploração de diversos locais é algo bem presente aqui mas nada visualmente espetacular além das variações comuns que você costuma encontrar em JRPGs do tipo. O combate com os inimigos não traz uma gama vasta de estratégias e poderia ter sido mais bem trabalhado — uma vez que esse é um dos pontos de destaque para quem está acostumado com a franquia Rune Factory — sentimento esse de frustração que é muito mais intenso nas primeiras horas de jogo em que você mal acessa qualquer parte mais interessante do mundo por conta das restrições iniciais, mas que melhora um pouco conforme sua progressão.
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Sem sombra de dúvidas, Rune Factory 5 não parece ter sido uma evolução bem executada para a franquia quando analiso tecnicamente o que o jogo tem e comparo com o que ele poderia ter oferecido aos seus fãs levando em conta o potencial do Nintendo Switch.
São vários os casos em que a performance deixa a desejar em várias partes do jogo, com quedas bruscas na taxa de quadros que beiram a grosseria em determinadas ocasiões como logo após o jogo carregar alguma área “aberta”, por exemplo. Graficamente falando o título apresenta uma simplicidade para o mundo que não chega a incomodar, mas que poderia ter sido polido melhor em minha opinião.
Quando você observa títulos do mesmo gênero, até mesmo comparando com seu primo Story of Seasons, nota-se que a Marvelous parece precisar de um longo caminho até que a franquia possa se tornar algo mais agradável nesse sentido para os fãs. O Nintendo Switch em si está no seu quinto ano de vida e a companhia teve tempo suficiente para pegar lições de títulos e portes anteriores para o híbrido — então definitivamente Rune Factory 5 peca no sentido de que não é a evolução que a série poderia ter se tornado.
A trilha sonora do jogo segue interessante como sempre e marcante onde precisa ser. Mesmo em looping, você não demorará mais que algumas horas para cantarolar algumas das canções que tocam durante sua estadia nos locais. Os personagens cruciais receberam a dublagem parcial (como em alguns eventos e pontos de destaque da trama) e muito me agrada que não houve economia na contratação de atrizes e atores para dar mais vida à eles, um ponto bem positivo para a Marvelous que naturalmente evoluirá com os próximos jogos.
Jogo gentilmente concedido pela XSEED Games (Marvelous) para que a análise fosse elaborada.
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