Trails of Cold Steel IV é um título com um público extremamente bem definido: Pessoas que gostaram e fecharam seu predecessor, Trails of Cold Steel III. Essa análise será principalmente sem spoilers do que acontece, mas é absolutamente necessário ter, pelo menos, fechado Cold Steel III para se jogar esse novo.
A razão para isso é que Cold Steel IV começa duas semanas após as cenas finais do título anterior e toda sua história depende dele. O próprio título não perde tempo em explicar o que aconteceu anteriormente, partindo do princípio que o jogador esteja familiarizado com tudo que ocorreu até o momento.
Recomendação de Compra
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Lançamento: 26/Set/2024
Para os que desconhecem a série, Cold Steel IV é o 9º título na atual história da série Trails que se iniciou com Trails in the Sky First Chapter e o 4º e último título na saga de Erebonia que se iniciou no primeiro Cold Steel. Trails é uma série de RPGs desenvolvida pela Falcom que utiliza batalhas por turnos e tem uma história extremamente bem desenvolvida além de uma lore absolutamente incrível. Eventos que ocorreram nos primeiros títulos Sky tem influência até mesmo no atual título e quanto mais títulos da série Trails você jogar, mais terá para aproveitar em Cold Steel IV.
A atual distribuidora dos títulos, a NISA, foi responsável pela localização de CS3 e CS4 e recomenda CS3 como um bom ponto de partida para conhecer a série. Eu, no entanto, devo reforçar que recomendo, pelo menos, ter jogado os dois primeiros Cold Steel (disponíveis no PC, PS3, PS4, Vita) antes de jogar esses títulos. O próprio CS3 é uma espécie de conclusão de várias histórias que já vem desde os primeiros jogos da série e CS4 (e o eventual Trails into Reverie) reforçam ainda mais esse conceito.
A história em Cold Steel IV mantém os altos padrões da série em termos de desenvolvimento, surpresas e em finalmente dar significado a uma boa parte do lore que foi desenvolvido. Para um fã da série, é excelente. No entanto, todos os vícios presentes , principalmente no arco Cold Steel, estão presentes e fortes aqui como, por exemplo, um pacing absolutamente terrível em algumas partes do jogo que servem de pouco propósito no âmbito geral da história. É também triste ver parte do desenvolvimento feito em CS3 ser desfeito em CS4 pela conveniência de algumas mecânicas como a possibilidade de Rean namorar uma quantidade absurda de personagens.
As mecânicas de combate sofreram poucas alterações, especialmente para trazer um balanceamento melhor se comparado com seu predecessor. Os títulos Trails têm um combate em turnos cujos ataques tem uma área de acerto e podem atingir vários inimigos. Não são sistemas particularmente inovadores no gênero, mas que fornecem desafio suficiente em dificuldades mais altas que forçam ao jogador a pensar em uma estratégia ao invés de simplesmente montar uma equipe invencível e atacar com especiais absurdos.
A maior mudança está no sistema de Ordens que ativavam condições especiais benéficas para a equipe como maior dano, velocidade, recuperar vida, etc. Cada ordem era específica de um personagem e o título anterior já tinha uma grande variedade dessas. O principal problema do anterior era o quão quebrado algumas dessas ordens eram, sendo possível criar loops infinitos de turnos com facilidade. Isso não mudou em CS4, mas agora é necessário evoluir as ordens de cada personagem por meio de algumas lutas desafiadoras espalhadas durante a aventura. Ainda continua quebrado, mas, pelo menos, o jogador terá que se esforçar um pouco por isso.
Como era de se esperar, a versão de Switch sofre um pouco em termos de visual se comparado com as demais, no entanto, o fator portabilidade é uma vantagem que considero se sobressair sobre isso. Cold Steel IV é um RPG bastante longo e jogá-lo em pequenas sessões torna toda a experiência muito mais fácil de aproveitar.
Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.
Finalizando, Cold Steel IV, para melhor e para o pior, mantém todas as características principais de seu arco e também, finalmente, fecha o arco de Erebonia para a série Trails. Aqui temos um dos melhores RPGs da atualidade e a portabilidade do Switch faz com que seja ainda melhor aproveitá-lo.
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