Ao revisitar um clássico através de uma coletânea remasterizada, sempre há aquela mistura de emoção e ansiedade. Será que a nostalgia vai corresponder à realidade? No caso desta trilogia, posso afirmar com convicção: sim e não, pois a nostalgia estava meio certa – igual nas provas da escola.
[bs-heading title=”É Lara Croft de cara nova” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#01b8e2″ heading_style=”t3-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
A história em si dos três jogos é contada através de cutscenes bastante ultrapassadas com resolução aumentada, mas que ainda mantêm o tom nostálgico da época. De qualquer forma, elas são competentes o suficiente para trazer a ambientação do local em que Lara vai explorar, seja uma caverna no meio do gelo ou a cidade de Veneza. Cada um dos três jogos remasterizados traz consigo uma experiência gratificante e impressionante, repleta de explorações desafiadoras (que te dão armas novas) e recompensadoras que realmente fazem você se sentir inteligente à medida que desvenda os segredos escondidos em cada canto dos vastos cenários.
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The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom
Lançamento: 26/Set/2024
Além disso, o modo foto é uma adição bem-vinda, revelando não só os segredos bem guardados e a disposição dos cenários, mas também os inimigos que aguardam a sua chegada, prontos para o embate. Adicionalmente, também temos o conteúdo adicional da época, exclusivo para as plataformas nas quais o jogo foi lançado. Isso certamente adiciona mais horas de jogo.
A remasterização dos gráficos é, sem dúvida, estonteante. O trabalho dedicado à atualização visual destes clássicos é evidente, trazendo uma beleza renovada que certamente impressionará tanto os veteranos quanto os novatos. Contudo, apesar dessas qualidades louváveis, a coletânea não está livre de falhas, algumas das quais prejudicam significativamente a experiência de jogo, como a escuridão absurda de alguns locais que nos obrigam a transitar constantemente entre os gráficos clássicos, os quais possuem bem mais iluminação, e os atualizados que rodam a 60 fps.
Um dos aspectos mais frustrantes é a ausência de um sistema de auto-save, obrigando os jogadores a dependerem de saves manuais feitos no caderninho em momentos críticos da jornada para não ter o perigo de voltar lá atrás.
Além disso, a câmera é, por falta de uma descrição melhor, uma atrocidade. A dificuldade em controlá-la pode transformar momentos que deveriam ser de pura exploração e admiração em uma luta constante contra o ponto de vista oferecido pelo jogo.
Isso acontece porque os controles modernizados são uma espécie de “gambiarra” que não condizem com o sistema criado originalmente para a câmera na era PS1, o que acaba resultando nessa confusão maluca e ângulos bizarríssimos que vão te deixar enfurecido.
[bs-heading title=”Mais loucuras do remaster” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#01b8e2″ heading_style=”t3-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Já os controles modernizados em si, embora criados com a intenção de melhorar a experiência, acabam por complicá-la. A execução de movimentos precisos, especialmente em momentos que exigem agilidade e exatidão, torna-se uma tarefa sofrida devido à configuração pouco intuitiva dos controles.
O ato de pular é particularmente problemático no remaster, apresentando um atraso inconsistente que resulta em inúmeras tentativas falhas mesmo rodando a 60 fps – o que deveria melhorar a resposta dos pulos -, minando a paciência até dos jogadores mais dedicados. Principalmente porque Lara não gira em torno do próprio eixo nessa configuração, o que te obriga a voltar aos controles de tank.
Quanto ao combate, este é possivelmente um dos aspectos mais decepcionantes. A tentativa de adaptar o sistema a controles modernos acaba por esvaziar a experiência, tornando-a quase inoperante. A falta de movimentos laterais disponíveis nesta nova abordagem deixa o combate desajeitado e insatisfatório, uma sombra do que poderia ser. Da mesma forma, as mecânicas de plataforma e “agarrar bordas” se revelam frustrantemente ruim, com a imprecisão e os atrasos já mencionados transformando cada salto numa roleta russa desprovida de qualquer prazer.
[bs-heading title=”Não é de todo ruim, mas a nostalgia nos traiu” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#01b8e2″ heading_style=”t3-s1″ heading_tag=”h3″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Em suma, esta coletânea remasterizada é uma jornada de altos e baixos. Enquanto a nostalgia, exploração e a beleza dos gráficos remasterizados são um deleite, as falhas técnicas, especialmente no que diz respeito aos controles e à mecânica de jogo, são uma pedra no sapato que não pode ser ignorada. Cabe aos jogadores decidirem se os momentos de satisfação e descoberta superam os de frustração e irritação. Pra mim, infelizmente foi algo sofrido e odioso. Cresci vendo minha mãe jogar Tomb Raider na minha frente, joguei os clássicos no PS1 quando mais velho, e entendo hoje em dia que o problema não era eu, e sim os controles ruins e imprecisos na época.
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