Hoje em dia, a Tecmo é lembrada por seus jogos difíceis (mas justos), de batalhas complexas e gráficos exuberantes, como as séries Ninja Gaiden/Dead or Alive, e, mais recentemente, Nioh e Wo Long Fallen Dynasty.
Porém, no passado, a empresa já se aventurou por clássicos da mitologia ocidental com Rygar (1986), uma aventura de ação e plataforma que bebe nas fontes históricas e mitológicas de Roma, Grécia e Egito antigo.
O jogo retornaria no Playstation 2 com Rygar – The Legendary Adventure (2002), uma espécie de God of War primitivo (e com razão, Rygar de PS2 é 3 anos mais velho), com um gameplay menos refinado que o reboot do Ninja Gaiden, da qual a empresa só lançaria em 2004.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
Mas você sabia que o Nintendo Wii recebeu uma atualização do jogo, uma espécie de remaster com conteúdo adicional intitulado de Rygar – The Battle of Argus?
[bs-heading title=”Um jogo injustiçado” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Se você, como eu, acompanhou com fervor os trailers em 2008 da volta deste clássico no Wii do jogo lançado em 2002 para o Playstation 2, provavelmente ficou tão decepcionado quanto eu.
Ao invés de um protagonista com roupas romanas e um Diskarmor (a arma do jogo) com relevos gregos, que tanto se adaptavam à história e atmosfera do jogo, fomos apresentados ao mesmo Rygar, mas com uma nova aparência: um personagem estilizado como em um anime japonês, com cabelos brancos no maior estilo Cloud e com roupas brancas e detalhes cinzas, assim como o seu Diskarmor. Um personagem cinza, sem vida e que parecia uma criatura à parte do jogo.
Porém, o que muitos não sabiam (e os que não deram uma chance para o jogo continuaram a não saber!) é que, por trás dessa péssima escolha estética, o jogo vinha acompanhado de melhorias gráficas significativas (especialmente nos cenários), balanceamento em relação a dificuldade, um novo modo Gladiador, atualização nos controles e, principalmente, uma tonelada nova de inimigos diversificados que corrigiam as partes maçantes de oponentes repetitivos a todo momento que a versão de Playstation 2 trazia.
[bs-heading title=”Muito mais que um remaster” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Começando pelo aspecto principal, Rygar – The Battle of Argus (Wii) trouxe uma tonelada de inimigos novos, tanto pesados quanto leves. E essas monstruosidades já surgem no início do jogo, substituindo hordas de inimigos chatos e repetitivos da versão de Playstation 2, obrigando o jogador a traçar novas estratégias para vencer.
Os novos inimigos podem ser armaduras pesadas com diferentes armas e golpes, monstros com foices ou até mesmo outros portadores de Diskarmors, que lembram os invasores NPCs na saga Dark Souls, ou seja, inimigos que também usam equipamentos similares ao protagonista. Todos esses adicionais aparecem somente na versão de Wii, inseridos em diversos momentos do jogo. Os inimigos novos também largam, em determinados momentos, melhorias para o personagem. Além disso, alguns itens, como as pedras de poder para as Diskarmors, foram remanejadas de lugar no cenário, trazendo uma experiência nova e mais refinada, até mesmo para quem já havia jogado a versão na plataforma da Sony.
Outro ponto interessante é que, ao invés de somente trazer os inimigos para dificultar o jogo, The Battle of Argus também sofreu balanceamento em danos e vida, para deixar o desafio mais justo. É interessante notar que a Tecmo ainda não havia refinado sua técnica de ação/plataforma 3D como veríamos mais tarde no reboot de Ninja Gaiden (2004), porém Rygar, no Playstation 2, já possuía uma fórmula baseada na técnica, com um alto grau de dificuldade, ao contrário dos Button Mashing mais acessíveis, como o próprio God of War se tornaria.
E nessa jogabilidade, a versão de Wii de Rygar também trouxe melhorias. Alguns atalhos foram melhorados, como por exemplo, o Slide, que no PS2 deveria ser realizado com R1+X, agora pode ser feito somente clicando ↓ no D-Pad do Wii Mote.
Além disso, alguns combos podem ser usados com o motion, mas ao invés de ser aqueles movimentos complicados como em Soul Calibur Legends (Wii – 2007), o esquema é só movimentar um pouco o mote, como se fosse um terceiro botão de ataque e que, diga-se de passagem, é responsivo e prático de usar.
[bs-heading title=”Extras e melhorias de montão” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
E os extras não param por aí. Como há uma nova roupagem para o protagonista, novos inimigos e novas músicas, os desbloqueáveis de extras que você encontra durante o jogo aumentaram também na galeria. Além disso, agora há suporte para tela toda (16:9), ao invés do padrão quadrado do Rygar de Playstation 2 (4:3).
O gráfico (tirando o personagem principal) passou por melhorias visíveis também. Enquanto que a versão de Playstation 2 possui gráficos mais claros (brilho) e cores mais opacas, as cores no Wii de Rygar são mais vivas, graças a seus efeitos de cor, como vemos nos jogos 2D do Mario na plataforma.
O Templo de Poseidon (Poseidonia) no jogo é exuberante. Eu nunca vou me esquecer da diferença que senti ao ver esse cenário na versão de Wii. O Overworld também sofreu melhorias drásticas, com um colorido mais vivo. Esses avanços deixaram ainda mais grandiosas as batalhas contra os grandes chefes, em especial Hekatonchieres, Sphinx e Cetus.
Por fim, o jogo conta com um modo Gladiador que, se você é como eu, que adora games que utilizam os controles Motion do Wii, vai adorar. E se não gostar, fique tranquilo, esse modo de jogo não é necessário; é um extra para os amantes da série ou para quem gosta desse tipo de jogabilidade. Ele engloba 30 andares, da qual o jogador terá que enfrentar diferentes misturas de inimigos e chefes do jogo, para alcançar ranques maiores.
Os controles no modo Gladiador englobam alguns golpes diferentes realizados com movimento e com o nunchuck, porém com liberdade para fazer Rygar andar através do cenário com o analógico e o uso dos botões de defesa, pulo e slide, o que torna necessário estratégia, e não só girar o controle de um lado para o outro. Mesmo assim, o modo Gladiador é muito desequilibrado e pouco refinado, mesmo contando com Power Ups únicos deste modo (e exclusivos no Wii). 30 andares são um excesso, e como existe um sistema de pontuação pelos golpes e combos bem sucedidos, 15 níveis (metade) já seriam o suficiente para deixar o modo divertido e menos maçante.
[bs-heading title=”Um Remaster além da aparência” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Infelizmente, muitos desistiram de Rygar – The Battle of Argus (Wii) quando viram o hediondo personagem e seu novo Diskarmor, completamente sem vida e totalmente à parte do cenário do jogo. Porém, para aqueles que insistiram, descobriram um jogo balanceado que aumentou muito o fator de diversão, além de incluir diversos novos inimigos no jogo, aumentando a diversificação e as estratégias necessárias. Os extras adicionais e o gráfico mais colorido deram aquela pitada que todo fã de Rygar irá apreciar.
Seja no Wii ou no Playstation 2, Rygar permanece como um clássico desconhecido por muitos e esquecido por alguns que merece a atenção dos amantes do gênero de ação/plataforma 3D.
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