O game Deadly Premonition, criado por Swery 65, é, provavelmente, o jogo mais polarizado de todos os tempos. O “Eu amo” vs “Eu odeio” é tão forte na opinião pública em relação a esse jogo lançado em 2010 que até o Guinness Book (livro dos recordes) o colocou como o jogo de Surivior Horror que mais dividiu a opinião pública, levando em consideração 33 análises de grandes editorias.
Porém, quem ama, AMA mesmo. E não é para menos. Um Survivor Horror com uma pegada free-roaming da qual você pode dirigir carros em 1ª pessoa e tem uma história a là Twin Peaks não surge com frequência (Mizzurna Falls que o diga!). E claro, o jogo é tão quebrado que, mesmo amando o jogo, pode ser um verdadeiro perrengue chegar até o final.
O porte do 1º jogo no Switch: Origins
O engraçado é que poucos lembram do porte do primeiro jogo para o console, lançado em 2019 (1 ano antes da sequência exclusiva do Switch). O jogo é um porte da versão original do Xbox 360, de 2010, e não da versão remasterizada lançada em 2013 para o Playstation 3 e o PC, denominada de Director’s Cut… e acredite, foi uma boa decisão.
Recomendação de Compra
Super Mario Party Jamboree
Lançamento: 17/Out/2024
A versão de 2013 possui novas roupas, possibilidade de comprar uma casa na cidade e cenas extras entre os capítulos, porém essa versão do Director’s Cut é completamente quebrada. Tanto no Playstation 3 quanto no PC, possui quedas de frames acentuadas e travamentos que fazem os jogadores se perguntarem se é uma melhora ou um verdadeiro downgrade da versão original, que já era muito quebrada.
Porém, o real motivo da versão de PS3/PC não ter sido a escolhida para o porte, mas sim a versão de 2010 do Xbox 360, é porque as novas cenas do Director’s Cut não batem com a história da sequência: Deadly Premonition 2: A Blessing in Disguise.
Isso levanta uma questão interessante: por que trazer a sequência para o Switch, sendo que o primeiro jogo estava em outras plataformas?
Uma história digna de Twin Peaks que continua com o gameplay quebrado
Trazer o primeiro game (que infelizmente não se encontra na eShop brasileira, mas sim nas estadunidense, europeia e japonesa) foi uma boa escolha, já que ajuda os que não jogaram este game a entender determinados ponto na sequência exclusiva do Switch. Você não precisa jogar o Origins para entender a narrativa do segundo game, mas existem diversos pontos conectados, trocadilhos e, mesmo sendo uma história independente, alguns elementos que existem no primeiro (como as sementes vermelhas, etc.) possuem certa relevância em Deadly Premonition 2 – A Blessing in Disguise.
O que deixa a desejar é que o porte só teve a repaginação de alguns elementos e não corrigiu os problemas graves do game. Não me entenda mal, a versão menos quebrada é a versão Origins do Switch, mas mesmo assim é cheia de problemas técnicos.
Um ponto que todo mundo concorda, independentemente do lado da polarização que você esteja, é a quebrada estrutura de missões secundárias. É incrível o que Swery conseguiu fazer com um orçamento tão baixo, mas as side missions levantam questões importantes da história, e continua sendo um tédio esperar um dia que chova, ou a hora certa para iniciar a missão, ter um carro com gasolina suficiente para chegar ao local e ainda ter que cuidar da higiene e alimentação do protagonista Francis York Morgan.
Mas o mais grave (e provavelmente imperdoável) é que o jogo ainda continua quebrando. Li em alguns fóruns na web (tá na mira Reddit!) alguns usuários comentando que o jogo não quebra no console da Nintendo, mas sofri dois crashs ainda nas primeiras 5 horas de jogo durante a jogatina (tenho mais de 25 horas. Sim, eu amo esse jogo!), que me obrigaram a fazer toda uma sessão novamente. Uma vez quebrou trazendo a mensagem de aviso da Nintendo, e outra da qual a câmera se afastou e literalmente saiu do cenário, continuando ao infinito e ao além, me obrigando a reiniciar o game.
Ainda assim, adoro Deadly Premonition – Origins
Sim, sinto um tédio e me irrito com os perrengues, empecilhos e estruturas quebradas, mas não consigo negar que foi uma das experiências mais marcantes que tive no mundo dos games. Emily Wyatt é uma das minhas personagens favoritas de todos os tempos, e eu amo a originalidade de todos os personagens do mundo de Deadly Premonition. O agente York é um dos protagonistas mais carismáticos e a atmosfera de dirigir o carro a noite buscando por pistas em um gameplay que lembra (só lembra mesmo) Resident Evil 4, continua sendo uma experiência que só Twin Peak… err, digo, Deadly Premonition, conseguiu alcançar.
Infelizmente sua sequência, Deadly Premonition 2 – A Blessing in Disguise, é uma bagunça técnica como o Origins, com uma história menos interessante e, por vezes, com teor preconceituoso. Apesar de ser um jogo da qual gosto também, ele não consegue reter o mesmo charme do primeiro.
Pessoalmente, eu recomendo o jogo (e o Deadly Premonition 2 também!). De todas as versões lançadas, a do Switch é a mais estável, e jogá-lo no modo portátil ajuda a reduzir o impacto dos gráficos datados (que, aliás, já eram datados desde a época quando foi lançado no Xbox 360). Mas prepare-se: você pode amá-lo, como eu, ou considerá-lo o pior jogo da sua vida.