The Legend of Zelda é épico! Épico em tudo (Ou quase). Até quem não é fã da franquia pode compreender o porque a franquia é tão amada, e um dos fatores que contribuem isso COM CERTEZA são suas trilhas sonoras!
Um dos segredos para fazer com que todos nós, fãs, nos sentirmos tão animados e empolgados em cada trailer de um Zelda novo é o som de fundo, nos fazendo entrar novamente nesse mundo de fantasia que tanto conhecemos e amamos. E quem dirá em 2017, no momento em que todos que estavam reagindo àquele primeiro trailer de BotW explodiram de emoção pela força do Hype (não me diz que você não ficou da mesma forma dos Streames!), trazendo uma música heróica, gloriosa e épica na sua TV gigante, ou na sua telinha do celular. Naquela época, achávamos que o futuro da trilha sonora de BotW estava garantido… até o game ser lançado.
Muitas entrevistas, reviews e até mesmo os próprios fãs da franquia acreditaram que as músicas de BotW não são marcantes por “não passar aquela sensação memorável que dá em todo Zelda”. Um fato é que esse Zelda não tem tantas músicas bombásticas que enchem corações, entretanto falar que elas não são marcantes é um pecado! E para comemorar o aniversário de 4 anos do game, eu vou provar que Breath é um game bastante expressivo e marcante, colocando por base as músicas.
Recomendação de Compra
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Lançamento: 17/Out/2024
Gêneros Musicais
Cada Soundtrack de The Legend of Zelda tem seu próprio jeito de se expressar. A Link to the Past (SNES) e Ocarina of Time (N64), por exemplo, tem um tom mais ação e aventura, como Dark World Theme e Gerudo Village; Wind Waker (NGC), por outro lado, mostra algo mais suave e calmo, mas sem perder seu princípio de uma grande aventura, com The Great Sea, por exemplo; Majora’s Mask (N64) e Twilight Princess (NGC;Wii) são sombrios, tendo que expressar músicas macabras e melancólicas, mas sem esconder o espírito da franquia. Ok, mas… e Breath of the Wild? O que ele tenta nos mostrar? Bem, isso pode estar ligado a fontes maiores que “apenas música”, chegando ao nível de se mostrar um game altamente expressivo, mas de um jeito diferente do já visto até então na saga.
O caso de Breath of the Wild
Pode não parecer, mas a trilha de BotW (Wii U;Switch) conta bastante sobre os acontecimentos do passado refletindo no presente por meio da solidão do nosso protagonista.
O game tem uma história um tanto dramática em relação aos últimos títulos da Saga, e isso tudo se deve ao Link, que falhou em sua missão no passado, falhou em proteger Hyrule, falhou em proteger Zelda, fazendo tudo desmoronar 100 anos atrás. Esse efeito dominó do protagonista fez com que Calamity Ganon destruísse Hyrule, fazendo tudo ficar em ruínas. Levando todo o tema dramático e pós apocalíptico que o game nos apresenta em consideração, era claro que era necessário o uso de instrumentos simplistas e agudos para expressar bem a proposta dada.
Quando chegamos no Temple of Time em Breath, é possível perceber que ela é um remix incompleto e quebrado da Song of Time – música vista no mesmo ambiente em Ocarina of Time, tocada em um piano seco e azul. Se você for um fã da franquia, esse toque consegue causar o maior impacto, pois ver um local tão recorrente na franquia TOTALMENTE desmanchado causa um pequeno desconforto ao pensar nessa perspectiva.
Algo interessante é que as notas cruas de BotW não fazem apenas as músicas terem uma atmosfera nostálgica entristecida, mas também para apresentar novos lugares e horizontes com a perspectiva comum de mundo pós-apocalíptico, como Life in Ruins, Sheikah Tower, e etc.
Remixes; “Músicas Ambiente”; e mais!
Não vá achando que Breath of The Wild não tem músicas que fazem referência aos jogos anteriores. Algumas músicas de vilarejos são recriações de outros games da saga – Rito Village, Goron City, Zora’s Domain, e etc.
Os Remixes também podem ser encontrados em partes bem específicas do game, como quando cavalgamos pelo campo por tempo estendido – sendo pelo dia baseado na clássica Zelda’s Lullaby, e à noite na Title Theme – ou até mesmo nos estábulos, onde é possível ouvir trecho de Epona’s Song.
Além dos Remixes, temos algo que batizei de Músicas Ambiente, que são sons e ruídos que ocorrem no… ambiente! (Duh), pois como não há nenhuma “Hyrule Field da vida”, o game se preenche de relaxantes sons de grilos, folhas se movendo de acordo com o vento ou a temperatura, o barulho das armaduras batendo… enfim, natureza. Entretanto, apesar de não ser muito presente, existe uma pequena melodia (Field) que quebra o clima natural para expor uma Hyrule devastada pela destruição, entretanto ainda viva e tentando se reconstruir, mesmo que em passos de tartaruga.
Além das músicas ambiente, temos novos temas marcantes que entram como um paralelo às músicas clássicas de The Legend of Zelda, como Hyrule Castle, que compõe o mesmo papel de Lorule Castle em A Link Between Worlds (3DS). Outro exemplo, temos a Korok’s Forest, que age aqui com uma atmosfera musical similar a Kokiri’s Forest, apesar de ser claramente mais baseada em Forest Haven, de Wind Waker.
Inimigos, Chefes, e o poder da falsa intimidação
Chegamos numa parte que volta ao tipo ação e aventura de Ocarina of Time, A Link to the Past, dentre outros. As músicas de batalha desse jogo conseguem mudar totalmente o clima do que já tinha sido apresentado até então, remetendo ao épico e bombástico.
É interessante como a equipe de desenvolvimento musical de Breath of the Wild conseguiu manter a tradição de uma música contra “inimigos medíocres”, como Bokoblins, mas ainda com novidades. Dependendo do local onde a batalha ocorre, o toque muda, se baseando na área ou no quão poderoso é o oponente. Outro ponto importante é na caracterização da música, fazendo com que quanto mais quente estiver a luta, mais poderosa a melodia fica. Esses detalhes são espetaculares. Com a introdução da tecnologia baseada na robotização – Guardians, Torres, Shrines, Slate e etc – houve o acrescento de sons pesados e mecânicos para qualquer momento relacionado.
Partindo para as músicas dos – de certa forma polêmicos – Chefes e Mini-Chefes, os compositores decidiram dar um grande epopeico para as lutas, tanto que lá é onde se encontram as melhores composições. Infelizmente, os chefes do jogo são…fáceis, e ao meu ver as músicas levam o jogador a uma realidade onde o oponente é ALTAMENTE mais poderoso dos já vistos até então, causando um falso sentimento de intimidação e, consequentemente, decepção por não ter tido o desafio que o jogo aparentou dar.
Breath of the Wild é um game que se expressa de forma diferente
Apesar desse Zelda ter uma estrutura extremamente liberal, sendo totalmente opcional, não há como negar que é sim um game expressivo e complexo, tendo uma estrutura que remete a jogos da FromSoftware – como Dark Souls (PS3;X360;PC) e Bloodborne (PS4).
Uma das maiores qualidades dos games da From é a forma de apresentar o mundo, seja no level design, seja nos próprios itens que informam sobre as mitologias criadas por Miyazaki… espera… itens? Level Design? Onde vi isso antes…?
Breath, assim como os Soulsborne, tem muita Lore que podem ser encontrada em detalhes do mapa ou de itens, fazendo com que toda a profundidade que os outros games da franquia dão de forma direta, aqui é algo subliminar, escondido (apesar de estar na sua cara).
As músicas, como já foi visto, também mostra os fatos do game por uma visão solitária e quebrada (reiterando o exemplo do Temple of Time), algo que os games Soulsborne também apresenta (tanto que fiz um texto que explora mais isso em Bloodborne, basta clicar aqui)
Por fim…
Como disse antes, falar que a trilha sonora de BotW não tem músicas marcantes é um pecado!
Pois como visto aqui, temos diversos tipos de sons, e mesmo que tenha alguns bem tímidos, eles tem seu significados; temos remixes de jogos anteriores também; e músicas de chefes bombásticas, mostrando que o espírito Zelda está presente de forma poderosa, porém oculta a certos olhos. Muito obrigado por ter lido até aqui, e feliz aniversário The Legend of Zelda!
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