O Nintendo Switch 2 tem seu lançamento cada vez mais próximo e um vídeo publicado hoje pelo canal Digital Foundry revela mais detalhes sobre as capacidades técnicas do novo console da Nintendo.
Embora a empresa tenha adotado uma postura “seletiva” na divulgação — focando nos pontos mais relevantes para jogadores e desenvolvedores —, o que foi revelado já nos oferece uma compreensão sólida das capacidades do novo híbrido, bem como do que esperar em termos de evolução em relação ao Switch original.
Vamos começar primeiramente por uma visão geral nas especificações que foram abordadas:
Tabela das Especificações Técnicas
COMPONENTE | DETALHES |
---|---|
Arquitetura de CPU | 8× ARM Cortex A78C |
Velocidades de CPU | 998 MHz (acoplado), 1101 MHz (portátil), máx. 1,7 GHz |
Reserva de CPU para sistema | 2 núcleos (6 disponíveis para jogos) |
Arquitetura de GPU | Ampere |
CUDACores | 1536 |
Velocidades de GPU | 1007 MHz (dock), 561 MHz (portátil), máx. 1,4 GHz |
Memória / Interface | 128-bit / LPDDR5 (total de 12 GB) |
Largura de banda de memória | 102 GB/s (dock), 68 GB/s (portátil) |
Reserva de memória para sistema | 3 GB (9 GB disponíveis para jogos) |
A seguir, vamos explorar tópico a tópico o que foi implementado na nova geração de hardware da Nintendo com o Switch 2:
Processador sob medida para jogos móveis
O coração do Switch 2 é um chip customizado da Nvidia (codinome T239), baseado na arquitetura Ampere/Mobile Gaming e construído sobre o ARM Cortex-A78C (64-bit, com extensões de criptografia). São oito núcleos, dos quais seis ficam à disposição dos jogos (dois ficam reservados para o sistema operacional) — proporção semelhante ao modelo anterior, mas com tecnologia muito mais avançada:
- Cache: 64 KB de L1 para instruções, 64 KB de L1 para dados, 256 KB de L2 por núcleo e 4 MB de L3 compartilhados.
- Frequências: 1000 MHz em modo portátil e 998 MHz em modo “docked”, com teto teórico de até 1 670 MHz. No Switch original, o Tegra X1 trazia apenas quatro núcleos Cortex-A57 (três para jogos e um para sistema), com clocks de até 1020 MHz.
O ganho de duas vezes mais núcleos de CPU e melhorias drásticas em cache garantem maior fluidez no processamento geral e carregamento de assets — especialmente quando combinados com técnicas de downclock inteligente para priorizar performance em momentos críticos (como já visto no Switch 1).
Salto gigante na GPU e suporte a Ray Tracing / DLSS
Enquanto o Switch original utilizava arquitetura Maxwell com 256 CUDA cores a 768 MHz (no pico), o Switch 2 aposta em Ampere com 1536 CUDA cores:
- Clock gráfico: 561 MHz em portátil e 1070 MHz em dock, com teto de 1440 MHz.
- Pico de processamento: até 1,71 teraflops em portátil e 3,07 teraflops em dock.
- Ray Tracing: suporta até 10 gigarays/s em portátil e 20 gigarays/s em dock — recurso inédito na plataforma Nintendo, ainda que dependa de ajustes finos para não comprometer bateria e calor.
- DLSS: suporte para upscaling via inteligência artificial variando entre 1x, 2x ou até 3x a resolução nativa disponível nos jogos.
Em comparação, o GPU do Switch original raramente escapava da marca de 0,5 teraflops, limitando bastante efeitos avançados como DLSS ou ray tracing. O salto, portanto, não é apenas nos números, mas na viabilização de técnicas que antes eram exclusivas de PCs e consoles de última geração.
Memória, armazenamento e descompressão acelerada
A Nintendo também reforçou as bases para uma experiência mais robusta:
- RAM: 12 GB de LPDDR5X (dois módulos de 6 GB), dos quais 9 GB ficam livres para jogos (contra 4 GB totais e 3,2 GB disponíveis no Switch 1).
- Armazenamento interno: 256 GB de UFS, expansível via micro SD Express de até 2 TB — salto considerável frente aos 32 GB e expansão por SD tradicional do modelo anterior.
- File Decompression Engine (FDE): unidade de hardware dedicada a descompactar arquivos LZ4, liberando CPU e reduzindo ainda mais os tempos de carregamento.
A combinação de LPDDR5X com alto throughput de memória (até 102 GB/s na dock e 68 GB/s portátil) e FDE dedicado promete reduções substanciais nos carregamentos de jogos complexos, especialmente em títulos de mundo aberto.
Tela e conectividade: evolução controlada
O display continua sendo LCD de 7,9″ com resolução 1080p, mas ganha suporte ao amplo espectro de cores, HDR10 e taxa de atualização variável (VRR) de até 120 Hz no modo portátil. Mantém-se o touchscreen multitouch de 10 pontos, e há rumos futuros para VRR no modo TV — algo não sem suporte na geração anterior e até algum momento após lançamento do novo sistema.
Em síntese: até onde vai o novo Switch?
O Switch 2 representa um avanço técnico sem precedentes para a Nintendo: processador e GPU customizados, memória e armazenamento ampliados, e recursos de PC/console de última geração — tudo isso, ao mesmo tempo em que preserva a portabilidade que tornou o console original um fenômeno.
Na prática, os números em comparação com seu predecessor se traduzem em:
- Performance de CPU: até 60 % mais núcleos (8 vs. 4) e clocks mais altos, beneficiando jogos que exigem múltiplos threads.
- Capacidade gráfica: seis vezes mais CUDA cores, chegando a 3 teraflops em dock, frente a 0,5 teraflops no Switch 1.
- Memória acessível: quase três vezes mais RAM disponível para jogos, minimizando swap e carregamentos.
Resta agora aos desenvolvedores explorar esse potencial e comprovar, na prática, como títulos como Cyberpunk 2077 e Street Fighter 6 se beneficiarão no novo hardware. Se a história do Switch original nos ensina algo, é que a “geração Nintendo” amadurece ao longo dos anos, e o verdadeiro teste de fogo virá com as grandes produções que aproveitarão cada núcleo, pixel e byte extra oferecido pelo Nintendo Switch 2.
O Nintendo Switch 2 tem lançamento global agendado para 5 de junho.
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