Em abril de 2018, escrevi um breve artigo sobre jogos da Nintendo que deveriam retornar no Switch em algum momento. Dos títulos citados naquele texto, apenas Pokémon Snap ganhará uma nova edição. Porém, ao longo desses três anos de existência do console, a Nintendo não tem deixado a desejar e, aos poucos, tem feito da biblioteca do Switch a maior e melhor da sua história.
Os termos “maior” e “melhor”, ainda que discutíveis, dependendo do ponto de vista pessoal de cada um, podem ser reforçados se analisarmos alguns pontos. Em primeiro lugar, devemos considerar que na época de lançamento do Switch, em março de 2017, nem os fãs mais otimistas poderiam prever um futuro com tantos jogos first-party.
Outra questão é que, mesmo que você tenha um certo apego sentimental por determinado console (o que é o meu caso) e tente refutar a tal ideia de “melhor biblioteca de jogos da história”, não podemos negar que nunca antes tivemos um catálogo tão completo.
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Mario & Luigi: Brothership
Lançamento: 7/Nov/2024
A lista vem recebendo destaques ano após ano. Para reforçar ainda mais esse ponto de vista, acredito que seja necessário voltar no tempo e analisar os eventos ocorridos desde a era do Nintendinho, entrando no universo dos jogos 3D, até chegar à geração atual.
Gerações ficam marcadas por lançamentos e ausência de jogos
Na década de 1980, o NES chegava ao mercado apresentando a franquia Mario, que na época ganhou enorme repercussão com Super Mario Bros. e Super Mario Bros. 3. O console também foi o responsável por trazer dois outros nomes de peso: The Legend of Zelda, com The Legend of Zelda: The Hyrule Fantasy; e o primeiro jogo da série Metroid.
Na década seguinte, já com o Super Nintendo e o início dos games de 32 bits, as produções desenvolvidas pela Nintendo cresceram ainda mais. A geração ficou marcada por um dos jogos mais icônicos do mundo dos videogames, com Super Mario World. Soma-se a ele as sequências destinadas a The Legend of Zelda e Metroid, os títulos estrelados por Kirby, e os três jogos da série Donkey Kong.
Em um caso à parte, além de Super Mario World, o famoso encanador ganhou mais outros três jogos: Super Mario All-Stars, Super Mario RPG e a sequência Super Mario World 2: Yoshi’s Island. Foi ainda no SNES que Super Mario Kart marcou a sua estreia e deu o primeiro passo daquela que viria a ser uma das franquias mais famosas do mundo.
Porém, é a partir da geração seguinte que os grandes jogos começaram a alternar entre os seus lançamentos. O Nintendo 64, como sabemos, trouxe o inesquecível Super Mario 64, a primeira corrida em 3D de Mario e seus companheiros em Super Mario Kart 64, o início das franquias Super Mario Party, Super Smash Bros. e Paper Mario, além de vários outros games. É claro que não podemos deixar de mencionar os títulos The Legend of Zelda: Ocarina of Time e The Legend of Zelda: Majora’s Mask, os quais dispensam comentários.
Ainda assim, nem todos tiveram espaço no console. Metroid, por exemplo, não ganhou uma continuação no N64, conforme desejavam os fãs. Empolgados com o que foi visto em Super Metroid (SNES), foi preciso esperar até o início dos anos 2000 por um novo título, quando uma sequência foi lançada para o GameCube.
O GameCube, por sua vez, conseguiu reunir todas as franquias existentes até então, além de lançar duas que seguem vivas até hoje: Pikmin e Luigi’s Mansion. Pikmin chegou a receber dois jogos para a plataforma, além de contar com sequências para Wii e Wii U. Entretanto, após estrear no GC, Luigi’s Mansion não teve a mesma sorte. O game passou em branco por duas gerações e só retornou a um console de mesa dezoito anos depois.
Essas oscilações entre os lançamentos continuariam nas gerações seguintes. O Wii foi o próximo a sofrer com tal problema. Mesmo ficando na história por ter sido a única plataforma até hoje a receber mais de um jogo 3D da franquia Mario (Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2), outros títulos simplesmente foram “esquecidos”. A série Star Fox, por exemplo, que teve jogos lançados para SNES, N64 e GameCube, passou um bom tempo de molho e retornou apenas em 2016, no Wii U, com Star Fox Zero.
Por conta de inúmeros motivos, o Wii U foi um dos que mais enfrentou dificuldades com lançamentos. O console recebeu ótimos jogos, como as primeiras versões em HD de Mario Kart e Super Smash Bros., um dos mais maiores jogos da série Zelda, com The Legend of Zelda: Breath of the Wild, além de títulos como Pikmin 3, Super Mario 3D World, e Donkey Kong Tropical Freeze.
Por outro lado, ele também foi o primeiro a não contar com uma continuação da franquia F-Zero; e o segundo a não incluir nenhum jogo das séries Metroid e Luigi’s Mansion na sua lista. O Wii U também enfrentou críticas por ter passado meses sem receber novidades, principalmente no final do seu ciclo de vida.
Switch se destaca por reunir todas as franquias da Nintendo
Devido à fama negativa alcançada pelo seu antecessor, o Switch chegou às lojas cercado de muita desconfiança. Não estava claro se a Nintendo e as empresas third-party apoiaram o console como ocorreu em épocas mais distantes. As dúvidas eram reforçadas por conta da proposta híbrida do console e do seu hardware, considerado inferior frente aos principais concorrentes.
Entretanto, os lançamentos ocorridos nos meses seguintes à estreia do console ajudaram a quebrar esse pensamento. Em abril, Mario Kart 8 foi relançado através de uma versão Deluxe. Em julho, seria a vez da segunda edição de Splatoon. O primeiro ano também contaria com um dos maiores jogos do console e da franquia Mario.
Super Mario Odyssey chegou às prateleiras em outubro, causando enorme reação positiva no mundo dos games. A lista de 2017 ainda inclui The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Xenoblade Chronicles 2.
Os anos seguintes ficaram marcados por jogos da série Bayonetta, Kirby Star Allies, Mario Tennis Aces, Captain Toad: Treasure Tracker, Super Mario Party, Pokémon: Let’s Go, Super Smash Bros. Ultimate, New Super Mario Bros. U Deluxe, Yoshi’s Crafted World, Super Mario Maker 2, Fire Emblem: Three Houses, The Legend of Zelda: Link’s Awakening, Luigi’s Mansion 3, e Pokémon Sword/Shield.
Em 2020, o primeiro semestre já está com o selo carimbado pelo novo jogo da franquia Animal Crossing, intitulado Animal Crossing: New Horizons. Mas as notícias mais recentes indicam que vem muito mais por aí. Segundo rumores apontados pelo Switch Brasil, uma leva de jogos da série Mario deverá chegar em breve, trazendo novas versões de Super Mario Galaxy, Super Mario 3D World, Super Mario 64 e Super Mario Sunshine, além de um possível Super Mario All-Stars 2.
Há pouco menos de duas semanas, a Nintendo também efetuou o registro da marca “Mario Sports”, o que poderia indicar mais lançamentos. Recentemente, a empresa também criou uma conta no Twitter para a franquia F-Zero, gerando especulações sobre um possível retorno da série.
Fechando o pacote, ainda temos os “prometidos” pela própria Nintendo. É o caso de Metroid, divulgado durante a E3 2017 através de um teaser de apenas 40 segundos. Conforme o vídeo, Metroid Prime 4 segue em desenvolvimento desde então.
Outro grande anúncio envolve um novo título dedicado à série Zelda. A E3 2019 nos apresentou uma pequena amostra do que seria uma sequência de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, a qual também já estaria em fase de produção e pode pintar no Switch.
Ainda vem muito mais por aí…
Entre remakes, remasters e novos jogos, rapidamente conseguimos contar mais de duas dezenas de títulos de peso que já foram ou serão lançados. O cenário é ainda melhor se levarmos em conta as opções disponíveis através do serviço Nintendo Switch Online, o qual traz clássicos de NES e de SNES.
A vida útil do Switch promete ser longa, o que deve proporcionar outras novidades por anos. A proposta de um console híbrido e o propósito inédito de reunir todas as suas principais franquias em um único lugar, até o momento, vem apresentando ótimos resultados.
Alguns jogos levaram mais de uma década para retornarem à uma plataforma, mas enfim estão de volta. Ainda que certos rumores acabem não se confirmando, a biblioteca do Switch ficará na história como a que alcançou o patamar mais elevado em relação a quantidade e qualidade, abrindo espaço para que os seus títulos continuem sempre atuais.
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