Quando ouvi dizer que Trauma Center: Second Opinion seria apenas um remake (ou “Wii-make”, como o time de desenvolvimento do jogo batizou a categoria) do clássico cult Under the Knife para o DS, ao invés de um jogo totalmente novo, fiquei com a pulga atrás da orelha, imaginando se o jogo fluiria tão bem com o Wii Remote como flui com a Stylus no portátil. Hoje tenho a resposta para isso, e digo com toda a segurança do mundo que Second Opinion melhora em todos os sentidos o seu antecessor.
No controle do jovem Dr. Derek Stiles, você deve realizar diversas cirurgias e operações que variam desde simples limpezas internas de órgãos até retiradas de tumores malignos, tendo como sua “mão in-game” o Wii Remote, e como mão auxiliar seletora de ferramentas o Nunchuk, estas que agora incluem um desfibrilador elétrico, inexistente na versão para DS. É logico que, para quem já jogou ou possui Under the Knife, a questão principal e se vale a pena o dinheiro extra em uma versão melhorada do jogo. Felizmente, quando a versão melhorada em questão é Second Opinion, a resposta é um sim muito bem dito. Seja você um fá da série ou um iniciante, com certeza irá se divertir com o drama dos bastidores da sala de operações somado a ação das tensas cirurgias.
A razão principal disso, como vocês já devem imaginar, é o Wii Remote (em conjunto com o não tão adorado, porém igualmente incrível Nunchuk, claro). Além dos controles serem tão fáceis de serem utilizados e precisos como na versão para o DS, utilizar o Nunchuk como uma segunda mão funciona maravilhosamente, agilizando em 100% as cirurgias, que antes eram realizadas apenas com uma mão, a da Stylus; em Second Opinion é fácil alternar entre 5 ou 6 ferramentas diferentes dentro de um só segundo, o que é fisicamente impossível no comando da caneta do portátil de duas telas.
Mesmo com a jogabilidade precisa e intuitiva, críticos detalhistas precisam apontar todos os pontos do jogo, positivos e negativos. Outra vez felizmente, os negativos são poucos. Poucas falas dos personagens são dubladas, e isso tira um pouco do potencial dramático do jogo, mesmo porque seria fácil dublar todas as linhas de dialogo do jogo, que não são tantas, nem muito extensas. Além disso, a forma como você deve utilizar a maioria das ferramentas do jogo não passa de um simples ritual de aponte e clique. É claro que isso tem o seu lado positivo, contribuindo para a agilidade das cirurgias. Porém, se você levar em consideração jogos de computador, verá que esta ideia não é lá muito revolucionária como deviam ser os jogos para o Wii.
Deixando esses dois pequenos detalhes citados acima de lado, Second Opinion se mostra um jogo muito bem trabalhado e idealizado. Os gráficos são simples, nada que não pudesse ser feito na geração passada, mas dão para o gasto em um jogo totalmente 2D, sem abusar dos efeitos violentos de sangue que normalmente estariam presentes em jogos do gênero, dando um tom mais cartunesco as cirurgias. E mesmo sem compatibilidade com o modo de exibição Widescreen, o jogo suporta resoluções 480p, o que pode melhorar muito a qualidade da imagem para os donos de HDTVs. As músicas, apesar de não serem muitas, agradam e não enjoam, assim como os efeitos sonoros.
Escrita por Pedro Henrique Lutti Lippe
Revisado por Lamartine Barbosa
Quem jogou Trauma Center: Under the Knife no DS e gostou, deve jogar Second Opinion de qualquer forma, seja alugando ou comprando. Os gráficos, os vários episódios extras, e a nova dificuldade Hard (que promete dar muita dor de cabeça) são apenas alguns dos trás fatores que tornam o jogo um chamariz de diversão para os fás da série, e a jogabilidade polida e funcional somada a misteriosa trama do jogo agrada e faz de Second Opinion um dos melhores títulos de lançamento do Wii.
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