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Universo Nintendo

Analise – Berserker Boy

Solte sua fúria contra as forças sombrias.

Berserk Boy é um jogo de ação e plataforma em 2D inspirado em clássicos retrô de plataforma, mas que conta com um toque de modernidade. Sendo o primeiro trabalho do estúdio e distribuído por ele mesmo, BersekBoy Games, promete ser tão frenético como seu nome diz. Mas será verdade?

Uma nova esperança em New Hope City

Num futuro distante, enlouquecido por sua obsessão pelas orbs Berserk, o maligno Dr. Genos e seu exército de capangas de energia sombria trouxeram guerra às pessoas da Terra. A Resistência é a única esperança da humanidade. Quando a batalha começa, um novo herói entra na luta: Kei, o novato, que é transformado no BERSERK BOY pela energia misteriosa da orb Berserk.
À medida que a sombra do mal se expande, Kei deve usar seus novos poderes para derrotar o Dr. Genos e salvar o planeta. Quando tudo dá errado, só há uma coisa a se fazer: GO BERSERK!

A história é interessante ao se ler, mas a execução nem tanto. Apesar de parecer interessante, falta profundidade na ambientação e nos personagens. A primeira fase dá a impressão de que o Dr. Genos mal começou seus planos de dominação e a Resistência desconhecia sua existência. Os chefes têm quase nenhum destaque ou pretextos para suas motivações, e o núcleo da Resistência não fala mais que o óbvio.
Eu entendo que, na vida, nem sempre tudo que enfrentamos tem explicação, mas o roteiro raso de Berserk Boy tira muito a imersão da batalha e deixa somente a impressão de um platformer qualquer. Fiquei curioso em saber mais sobre cenários, chefes e de certos personagens, mas não há muito mais sobre eles, além de que são territórios das fases ou parte da Resistência.

Sua jogabilidade, que promete ser frenética como seu nome, também é um pouco abaixo do esperado. Com o título Berserk Boy, se espera muito combate, recursos de combate e até uma boa variedade de inimigos, mas isso não aconteceu. A variedade de inimigos não é muito grande, principalmente se pensar em comportamento. Apesar de as transformações terem duas formas de ataque, parece mais útil continuar usando a primeira forma, já que ela marca inimigos com sua investida e causa mais dano. Talvez eu não soube usar todos os recursos? Talvez, mas me manter no básico funcionou bem.

Os mundos são divididos em 3 fases, e no final de cada uma temos os chefe. Para passar por essas fases, devemos usar poderes e explorá-las, inclusive mais de uma vez, usando poderes que só adquirimos depois. Isso é algo bem comum para criar um fator replay, mas com o tempo fica meio chato. Existem áreas que só podem ser acessadas com 60% de resgate da fase; o problema é que para isso, precisamos de recursos e poderes novos, o que dá a impressão de que deixamos coisas para trás em alguns casos. Outra coisa bem comum é dar de cara com uma barreira que só abre com o poder do último chefe, e depois do segundo mundo você a vê com muita frequência.

No fim, Berserk Boy parece bem menos frenético do que parece ser, mas ainda sim tem bons momentos de ação e reflexos rápidos, embora nem sempre com combate. O fator replay dele chega até ser alto demais, pois além de voltar para pegar coletáveis com novos poderes, ainda temos versões contra o tempo das fases.

Parte técnica

Berserk Boy roda muito bem no Nintendo Switch e tem um tempo de carregamento moderado. Mas o que peca um pouco é sua interface de usuário, com menus minimalistas até demais, que não dão acesso às configurações de controles (precisei remapear os controles várias vezes, pois não salvava) ou a um botão para reiniciar a fase (algo que faz diferença pra quem quer correr nelas). As indicações de comando são um pouco confusas; uma lista deles faria a diferença em alguns momentos. Contudo, os controles respondem muito bem, sem nenhum atraso e com boa precisão.

A arte de Berserk Boy chama a atenção; um traço bem forte e inspirado em um cenário futurista, não muito distante do nosso, mas o suficiente para ter sua própria personalidade.
As animações de transformação são incríveis e um show à parte.

A trilha sonora é muito boa, com foco em guitarras, novamente para dar aquele ar futurista. A música que mais chama a atenção é o tema de abertura do jogo.

Veredito
Berserk Boy mistura retrô e modernidade para tentar criar um jogo de ação, porém a ação fica um pouco de lado, sendo ofuscada pelos desafios de plataforma e combate escasso, o que faz o jogo ser menos frenético do que tenta ser. Entretanto, o jogo não é menos desafiador por isso.
Prós
Cenários bem feitos e animações incríveis;
Boa variedade de poderes;
Colecionáveis criam um fator replay;
Sistema de ranking bem justo.
Contras
Pouco foco no combate;
As habilidades são mais interessantes, mas mais úteis fora de combate;
Level design fraco em alguns momentos;
Pouca profundidade nos diálogos;
Interface de usuário simples demais.
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